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Mercado prevê alta de dólar e juros

Após rebaixamento da nota de risco do Brasil, fundos de índices ligados ao Brasil despencaram no after market (operações após o fechamento do mercado) em Wall Street.

10/09/2015 09:27:44

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Mercado prevê alta de dólar e juros

Mercado prevê alta de dólar e juros

Após rebaixamento da nota de risco do Brasil, fundos de índices ligados ao Brasil despencaram no after market (operações após o fechamento do mercado) em Wall Street.

SÃO PAULO – Na avaliação de profissionais do mercado financeiro ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o rebaixamento da nota de risco do Brasil trará forte viés de alta para o dólar e para os juros nesta quinta-feira, 10, enquanto a BMF&Bovespa tende a cair num primeiro momento.

Ricardo Lacerda, fundador do banco de investimentos BR Partners, disse que a perda do grau de investimento do Brasil “é sem dúvida o maior retrocesso da economia brasileira dos últimos 20 anos”. Segundo ele, muito do capital que costuma fugir nesses momentos de crise já saiu do País. “Mas creio que veremos pressão no câmbio e no juros. No médio e longo prazos, as consequências serão ainda piores. Como o próprio ministro da Fazenda (Joaquim Levy) antecipou, esse movimento vai gerar desemprego por muitos anos. Com isso, teremos um aprofundamento da recessão e uma dificuldade da retomada de crescimento. Basta analisar a importância do fluxo de capitais estrangeiros no último ciclo de crescimento, entre 2007 e 2013.”

Onda vendedora

Para Edwin Gutierrez, gestor para o Brasil da Aberdeen Asset Managers, em Londres, os mercados brasileiros reagirão nesta quinta-feira com uma onda vendedora. Ele acredita que o rebaixamento veio antes do esperado pelos investidores. Entretanto, a possibilidade de acontecer já vinha crescendo nos últimos dias. “Depois da entrega do Orçamento na semana passada, passamos a achar que os riscos de perder o grau de investimento ocorrer este ano havia aumentado.”

Na avaliação do estrategista, a permanência do ministro Levy no cargo, mesmo após a perda do grau de investimento, faz diferença para os investidores. “Se ele sair, a onda vendedora (de ativos) será ainda mais dramática.”

Queda

No início da noite de quarta-feira, 9, os fundos de índices (ETFs, na sigla em inglês) ligados ao Brasil despencaram no after market (operações após o fechamento do mercado) em Wall Street, refletindo o rebaixamento do rating brasileiro pela Standard & Poor?s (S&P).

Entre as carteiras listadas na plataforma Arca, da Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o Direxion Daily Brazil Bull 3X, da Direxion Investiments, despencava 20,1% por volta das 20h10 (horário de Brasília). Outro fundo de índice, o iShares MSCI Brazil Index, mais conhecido pela sigla que é negociado no mercado, EWZ, recuava 7%.

Para um operador de um banco de investimento em Nova York que investe em papéis brasileiros, a perda do grau de investimento era esperada, sobretudo após a redução das metas fiscais e a proposta de orçamento para o ano que vem com déficit, mas o momento da decisão da S&P acabou surpreendendo. A expectativa, disse ele, é que o corte da nota fosse vir no começo do ano que vem.

Aversão ao risco

Profissionais consultados após a decisão da S&P foram unânimes em afirmar que, apesar de precificado em parte, o efeito inicial da nota vai ser de forte aversão ao risco. Pode pesar negativamente nos ajustes de preços justamente a manutenção do outlook negativo pela agência.

Na BM&FBovespa, as avaliações são de que, apesar da tendência de baixa hoje, o principal índice à vista pode até exibir recuperação durante o dia. “Os investidores mais leigos entram vendendo e depois há uma correção natural. Achei a notícia ótima para a Bolsa. É um sinal de fundo para os preços”, comentou Alexandre Wolwacz, diretor da escola de investimentos Leandro & Stormer.

Um gestor de investimentos disse que o efeito na BMF&Bovespa deve acontecer principalmente em cima de empresas mais endividadas, como CSN e Petrobrás. “Os bancos, que teoricamente cairiam mais, já tiveram fortes perdas recentes”, disse.

Fonte: Estadão Conteúdo

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