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Uma taxa básica de juro menor em 2016 é possível

Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, traz a possibilidade de um cenário melhor para o varejo - mas que dependerá do ajuste fiscal e do comportamento do dólar

11/03/2016 08:58

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Uma taxa básica de juro menor em 2016 é possível

Uma taxa básica de juro menor em 2016 é possível

No documento no qual explica as razões pelas quais manteve a taxa básica de juros  (Selic) em 14,25% ao ano, o Banco Central deixou de usar a expressão "por um período suficientemente prolongado" ao se referir à decisão, o que é um sinal positivo para o varejo, segundo Emilio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). 

Se a inflação realmente desacelerar por causa da recessão, a perspectiva de redução da Selic ainda no segundo semestre deste ano se fortalece. No último dia 2 de março, por seis votos a dois, o Comitê decidiu manter pela quinta vez seguida a taxa Selic em 14,25% ao ano.

"Vamos ter de aguardar a próxima reunião, em abril, para verificar se essa posição é mantida. A inflação de março mostrará como o cenário vai se delinear", disse Alfieri.

É importante lembrar que a desaceleração da inflação também depende de uma taxa de câmbio estável e de decisões do governo que podem influenciar isso, como o próprio ajuste fiscal. "Se a CPMF voltar, isso acrescentaria 1,5 ponto percentual à inflação", afirma Alfieri. 

Segundo o economista, a boa notícia da desaceleração dos índices de preços em fevereiro pode ser um forte indicativo para a inflação de março. Tal arrefecimento também confirmaria a posição da maioria dos integrantes do Comitê, que acreditam que a queda do consumo provocada pela recessão derrubará os preços neste ano.

"Outro indicativo é o juro no mercado futuro para 2017, que estava 15% há um mês e ontem (09/03) ficou em 13,89%. Por isso, ainda havia dois integrantes do Copom favoráveis ao aumento da Selic", afirmou Alfieri.

Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, considera que a ata do Copom indica para uma redução dos juros.

"De forma resumida, com base na leitura da ata do Copom, ajustamos nossa expectativa para os próximos passos da política monetária, com a Selic chegando a 12,25%, ao final deste ano. Mas isso ocorrerá em alguns meses, quando os sinais de uma descompressão mais nítida da inflação ganharem força", informou em nota. 

Os juros no patamar atual, ao lado da redução da renda das famílias e do enfraquecimento do mercado de trabalho intensificam a crise do varejo, que registrou queda de 1,5% em janeiro sobre dezembro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

"Tudo isso termina por diminuir a confiança do consumidor, levando à redução em sua intenção de compra. A perspectiva para o primeiro semestre 2016 é de aprofundamento da contração das vendas do varejo, pois as causas anteriores tenderão a permanecer, inclusive, se agravando, na medida em que o desemprego continuar aumentando, o que deve elevar a inadimplência, e acentuar a contração do crédito ao consumo. Além disso, o “efeito calendário” também deverá piorar o resultado semestral, sendo fevereiro bissexto e com datas móveis ocorrendo em meses diferentes em relação ao ano passado", segundo nota dos economistas da ACSP. 

INCERTEZAS

A redução da Selic tiraria a pressão de setores da economia que estão sentindo a recessão de maneira mais forte, como o comércio e a indústria. No entanto, isso só poderá se concretizar se as projeções de uma inflação comportada se confirmarem. 

A maioria dos membros do Copom ainda consideram que persistem as incertezas associadas ao processo de recuperação dos resultados fiscais e ao comportamento e expectativa sobre a inflação. 

A ata destaca ainda que as incertezas em relação ao cenário externo também se mantêm, com destaque para a preocupação com o desempenho da economia chinesa e seus desdobramentos e com a evolução de preços no mercado de petróleo.

Os membros do comitê avaliaram também que o ainda elevado patamar da inflação é reflexo dos processos de ajustes de preços relativos ocorridos em 2015, bem como do processo de recomposição de receitas tributárias observado nos níveis federal e estadual, no início deste ano, e que “fazem com que a inflação mostre resistência”. 

Para o Copom, é preciso continuar acompanhando o desenvolvimento nos ambientes doméstico e externo e seus impactos sobre o balanço de riscos para a inflação, o que, combinado com os ajustes já implementados na política monetária, pode fortalecer o cenário de convergência da inflação para a meta de 4,5%, em 2017. 

“Ressalte-se a importância de se perseverar na promoção de reformas estruturais de forma a assegurar a consolidação fiscal em prazos mais longos”, registra a ata.

Por outro lado, na hipótese da manutenção da taxa de câmbio em R$3,95 e da taxa Selic em 14,25% ao ano, usado em um cenário de referência, “em todo o horizonte relevante”, houve elevação da projeção para a inflação, tanto para 2016 quanto para 2017, acima do centro da meta de 4,5%.

*Com informações de Agência Brasil

Fonte: Diário do comércio

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