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Economia

Falta de competição entre bancos ajuda a manter os juros altos

Avaliação é do economista Eduardo Giannetti da Fonseca (foto), que prevê crescimento de 1,5% a 2% da economia brasileira em 2017

23/11/2016 09:50

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Falta de competição entre bancos ajuda a manter os juros altos

O economista Eduardo Giannetti da Fonseca disse nesta terça-feira (22/11) que, apesar de se manter cautelosamente otimista com a economia brasileira, a ponto de projetar para 2017 uma taxa nominal de juro ao redor de 10% a ano, não vê garantias de que o afrouxamento monetário em curso irá influenciar as taxas de juros de mercado

Giannetti reconhece que a inadimplência contribuiu para elevar o spread bancário (a diferença entre a taxa de captação de recursos do investidor e a aplicada ao credor), mas criticou a falta de competição entre as instituições financeiras no mercado de crédito.

"Se eu estivesse no Banco Central, estaria muito preocupado em promover a competição entre as instituições financeiras na oferta de crédito", disse o economista durante o 11º Seminário Internacional da Acrefi (Siac 2016). 

De acordo com Giannetti, o sistema bancário brasileiro continua devendo à sociedade o seu papel de transferir poupança para investimentos de longo prazo no Brasil.

Na avaliação do economista não se promove crescimento sustentável sem poupança doméstica.

CRESCIMENTO

Giannetti disse que prevê crescimento de 1,5% a 2% da economia brasileira no ano que vem. Seu cenário, classificado por ele como "cautelosamente otimista", tem a cena política como maior risco para não se concretizar.

Ele avaliou que o avanço nas investigações da Operação Lava Jato sobre a alta cúpula do governo poderá esvaziar o capital político da administração de Michel Temer (PMDB), caso as acusações sejam confirmadas, e comprometer o momento de retomada da economia do país.

O economista disse não ver riscos à tramitação, agora no Senado, da proposta de emenda constitucional que estabelece um teto aos gastos públicos. Porém, a perda de governabilidade poderá comprometer, segundo Giannetti, a aprovação da agenda de medidas econômicas, o que inclui a reforma da Previdência, a partir do ano que vem.

Embora tenha feito essa ponderação, Giannetti disse esperar que os primeiros sinais reais de recuperação e normalização econômica apareçam ao longo do primeiro semestre de 2017. Por enquanto, a retomada da confiança não se refletiu em melhora dos indicadores econômicos, como consumo, crédito e produção.

O ambiente, no entanto, é positivo ao início da retomada, afirmou o economista, citando a qualidade, como "há muito tempo não se via", tanto da equipe econômica quanto dos gestores de estatais, a direção correta do programa econômico do governo e o reequilíbrio na conta de transações correntes, cujo déficit está "praticamente zerado".

Sobre o setor externo, Giannetti acrescentou que a depreciação do real após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos - favorecendo a competitividade dos produtos brasileiros - dá gás adicional aos exportadores nacionais.

Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO

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