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Economia

Construção e serviços puxam perda de 74.748 vagas formais em outubro

Em 2016, mais de 750 mil postos de trabalho foram fechados no País, com perdas em quase todos os setores. Segundo especialista, uma melhora deve ser vista só no segundo semestre de 2017.

26/11/2016 16:53

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Construção e serviços puxam perda de 74.748 vagas formais em outubro

São Paulo - O Brasil perdeu 74.748 vagas de trabalho formal em outubro, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho. Com isso, 1,5 milhão de postos foram encerrados em 12 meses.

Em outubro, as principais baixas foram registradas nos setores de construção civil e serviços. O primeiro teve saldo negativo - diferença entre vagas criadas e fechadas - de 33.517 postos, enquanto que o segundo ficou no vermelho com recuo de 30.316 postos.

Para Tharcisio Souza Santos, professor da faculdade de economia da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) o enfraquecimento das grandes construtoras, em parte por causa da operação Lava Jato, ocasiona o recuo das vagas no setor.

Já as perdas em serviços seriam fruto da recessão prolongada. "Essa é a área que demora mais tempo a ser afetada, que tem maior resiliência. Como a crise é muito longa, é natural que os postos sejam fechados", explica.

Também foram vistos saldos negativos, no mês passado, em agropecuária (-12.508), indústria de transformação (-5.562) e administração pública (-2.568).

A única melhora foi registrada em comércio. Em outubro, 12.496 vagas formais foram acrescentadas ao setor. Entretanto, Santos não vê a mudança como um motivo para otimismo.

"Não imagino que essa alta seja reflexo de uma melhora na atividade econômica. Parece-me algo pontual, possivelmente relacionado às festas de final de ano", afirma ele.

O professor acredita que o mercado de trabalho deve ter leve reação a partir do segundo semestre do ano que vem. "Mas isso vai depender, principalmente, da situação política do País. Em outras palavras, do estrago que a delação da Odebrecht pode fazer."

O saldo negativo de outubro foi pior que aquele registrado em setembro (-39.282), mas não chegou ao número visto no décimo mês do ano passado (-169.131). Em dez meses de 2016, foram encerradas 751.816 vagas no País.

Sudeste em queda

O Caged ainda trouxe os dados de emprego por estado. E apenas oito deles tiveram boas notícias no mês passado. O melhor cenário foi visto em Alagoas, com 5.832 novas vagas em outubro, mas também foram marcados números positivos em Rio Grande do Sul, Sergipe, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Amapá e Tocantins.

Na ponta oposta da tabela, os piores desempenhos foram registrados em São Paulo (-21.995), Rio de Janeiro (-20.563) e Goiás (-10.315). A região Sudeste viu a maior deterioração do País em outubro, já que Minas Gerais (-5.889) e Espírito Santo (-1.827) também perderam postos no mês.

Jovens sem emprego

A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) trimestral, divulgada na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também indicou uma piora no mercado de trabalho.

No recorte por faixa etária, o levantamento mostrou que, durante o terceiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego chegou a 25,7% para as pessoas com idade entre 18 e 24 anos. Em igual período de 2014, a taxa estava em 15,3%.

"Esse cenário é visto em todos os países que passam por crises econômicas, inclusive em países ricos, como Espanha e Itália", compara Santos. Segundo ele, a falta de experiência profissional e a expectativa por salários mais altos mantêm os trabalhadores mais novos fora do mercado.

Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o desemprego entre os jovens avançou 1,2 ponto percentual. Neste período, a única faixa etária que viu uma redução da taxa foi a dos trabalhadores com mais de 60 anos, com uma queda de 3,8% para 3,6%.

Por outro lado, foram registrados aumentos para aqueles com idade entre 25 e 39 anos, de 10,4% para 10,9%, e para aqueles que têm entre 40 e 59 anos, de 6,3% para 6,7%.

Fonte: DCI

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