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Migração da poupança e juro elevado impulsionam Tesouro Direto em 2016

Os investidores pessoas físicas despertaram para o Tesouro Direto em 2016. O programa de compra e venda de títulos públicos federais pela internet pode fechar o exercício com um crescimento mínimo de 61% e R$ 41 bilhões em patrimônio líquido.

29/12/2016 23:14

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Migração da poupança e juro elevado impulsionam Tesouro Direto em 2016

Segundo especialistas em finanças consultados pelo DCI, o avanço expressivo é explicado pela migração da caderneta de poupança e pelo elevado patamar dos juros ao longo desse período.

“Quem mantinha dinheiro na poupança começou a buscar alternativas com rentabilidade melhor. Passamos o ano todo com a Selic muito alta, e a inflação recuou produzindo ganhos reais”, explicou a consultora de investimentos da gestora Órama, Sandra Blanco.

Nos últimos 12 meses até ontem, o título considerado mais seguro, o pós-fixado Tesouro Selic havia rendido 14,08%. Nos demais, com risco de volatilidade nos preços dos papéis, os ganhos também foram expressivos, entre 13,75% com vencimento em 2017 e 17,59% em títulos Tesouro IPCA para 2019.

Dada essa atratividade, o número de investidores saltou 78,4% até novembro, para 1,07 milhão de pessoas cadastradas, sendo 382,56 mil investidores ativos que realizam compras de papéis com mais regularidade.

“É uma modalidade que reúne cada vez mais adeptos, familiarizados com a internet, e os custos com tarifas são mais vantajosos que fundos DI e de renda fixa do varejo”, lembra o administrador de investimentos, Fabio Colombo.

De fato, mesmo com taxas de administração de até 0,50% ao ano nos grandes bancos brasileiros mais a taxa de custódia de 0,30% ao ano da BM&FBovespa, o custo de operar no Tesouro Direto fica abaixo da média de 1,03% ao ano cobrada em fundos de renda fixa do varejo, calculada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Para 2017, a consultor financeiro Rodrigo Bussab aponta que a inflação mais próxima do centro da meta de 4,5% ao ano do Banco Central (BC) irá proporcionar ganhos reais expressivos nos títulos públicos. “A inflação terá uma queda mais rápida do que os juros estabelecidos pelo BC”, afirma.

Fabio Colombo também cita que os profissionais de mercado (Pesquisa Focus) projetam a taxa Selic em 10,50% no final de 2017. “A inflação deve fechar 2017 na faixa entre 4% e 6%”, relata o administrador.

Em 2016, considerando a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) próxima do teto da meta do BC, de 6,5% ao ano, o ganho real ficou em torno de 7,5 pontos percentuais em títulos Tesouro Selic. “É a maior taxa de juro real do mundo”, lembra Bussab.

O consultor financeiro explica o sucesso do Tesouro Direto em 2016 de outra perspectiva, a das novas gerações. “Quem tem mais de 50 anos ainda tem medo do confisco do dinheiro aplicações [Plano Collor de 1990]. As novas gerações depois de 22 anos e meio do Plano Real [1994] mostram mais confiança no País”, argumenta.

Em termos de risco, a aplicação no Tesouro Direto significa que as pessoas físicas estão emprestando dinheiro para o governo federal. A dívida mobiliária pública doméstica atingiu R$ 2,961 trilhões em novembro, com autorização de alcançar até R$ 3,17 trilhões (interna) no final de dezembro, mais o volume de R$ 130 bilhões da dívida externa.

Bussab argumenta que mudanças no Tesouro Direto também possibilitaram mais segurança aos investidores pessoas físicas. “A aplicação tem liquidez diária, não é um envelope fechado para um prazo de vencimento distante. Até existem aplicações mais rentáveis que o Tesouro, mas não acessíveis”, diferenciou o consultor.

TÍTULOS À VENDA

Ontem, a página do Tesouro Direto na internet anunciava rentabilidade nominal de 11,03% ao ano em Tesouro Prefixado (antiga LTN) com vencimento em janeiro de 2019 e taxa nominal de 11,58% ao ano para vencimento em 2023. O título Tesouro IPCA+ com vencimento para maio de 2019 promete juro real de 5,87% ao ano, e no prazo para maio de 2024, juro real de 5,91% ao ano, mais a inflação oficial registrada no período.

“No de inflação é melhor carregar o papel até o vencimento. Prefixado não aconselho, é loteria. Para começar, Tesouro Selic”, diz Colombo.

Fonte: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços

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