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Inflação de 2016 fortalece aposta de economistas de queda maior dos juros IPCA fechou o ano em 6,29%, abaixo do teto da meta da inflação do

IPCA fechou o ano em 6,29%, abaixo do teto da meta da inflação do Banco Central. Copom se reúne nesta quarta-feira para decidir a nova taxa de juros.

11/01/2017 15:50

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Inflação de 2016 fortalece aposta de economistas de queda maior dos juros IPCA fechou o ano em 6,29%, abaixo do teto da meta da inflação do

Em novembro de 2016, Copom fez segundo corte seguido na taxa Selic (Foto: Arte/G1)

Em novembro de 2016, Copom fez segundo corte seguido na taxa Selic (Foto: Arte/G1)

Rogério Mori, professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), considera que a taxa Selic deverá cair nesta quarta-feira e seguir ritmo ao longo do ano. Em 2016, a inflação fechou em 6,29%, abaixo do teto de metas em vigor no país. A estimativa mais recente dos economistas dizia que o IPCA chegaria no final do ano a 6,35%.

“A queda deve ficar em meio ponto percentual, o que levará a taxa Selic para 13,25% ao ano. Essa queda se alinha, de um lado, com a convergência da inflação para o centro da meta, de 4,5%, e, por outro, com o debilitado ritmo da atividade econômica brasileira. Nesse sentido, a queda recente da inflação abriu espaço para cortes na taxa de juros por parte do Banco Central, o que estimulará a demanda e a produção no médio prazo”, diz.

Segundo ele, se o comportamento da inflação for mesmo de queda e se a economia brasileira continuar debilitada, pode haver cortes mais agressivos na taxa básica de juros. “Há ainda o cenário externo, não sabemos como será a economia americana com Donald Trump”, diz. Segundo Mori, o mercado trabalha com taxa de juros de 10,5% até o final de 2017.

Apesar da queda nos juros, Mori recomenda cautela para os consumidores. “O ritmo da atividade econômica brasileira segue fraco e a tendência do desemprego é de elevação no primeiro trimestre do ano. Nesse sentido, não é recomendável que novas dívidas sejam assumidas nesse cenário. Ao mesmo tempo, a queda da Selic traz algum alívio marginal para quem está endividado, uma vez que as taxas de juros devem registrar algum recuo. De qualquer forma, o quadro atual inspira conservadorismo em termos de gastos e de dívidas".

Para o professor de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), Alexandre Cabral, o "problema" da inflação está bem encaminhado, o que deverá pressionar o Copom a baixar mais os juros.

"Estamos com juros reais (descontada a inflação) na casa de 8%, que é considerado um valor muito alto para qualquer economia", afirma.

O problema da inflação está bem encaminhado, portanto, está na hora de o Banco Central acelerar a queda dos juros. Como esse atual mandato está se demonstrando conservador, acredito em quedas sequenciais de 0,50%", diz Cabral.

O economista do Mackenzie Pedro Raffy Vartanian acha que a tendência é que a inflação convirja para a meta de 4,5% no decorrer deste ano, o que abre espaço para o Banco Central reduzir mais a taxa de juros. “Até porque a política monetária já mostrou os resultados esperados”, diz.

Segundo ele, a manutenção de uma alta taxa de juros ao longo de 2016 ajudou na queda da inflação, pois impactou a atividade econômica, o crédito, os gastos dos consumidores e investimentos dos empresários em novos negócios. “Isso gerou queda na demanda da economia, o que provocou queda nos preços. É o efeito colateral da política monetária”, afirma.

Para Vartanian, o processo de redução da taxa de juros será gradual. Sua aposta é que a atividade econômica continuará enfraquecida neste primeiro semestre, com possibilidade de melhorar só a partir do segundo semestre e retomada um pouco mais contundente no ano que vem.

“A taxa de juros menor estimula o crédito, pois facilita as condições para financiar bens como carro e imóveis, o que estimula mais o consumo. Os empresários, por sua vez, passam a investir mais em novos negócios com o ambiente econômico mais positivo”, diz.

Vartanian estima que a taxa de juros deve ficar entre 9% a 10,5% até o final do ano.

Marcos Mollica, sócio gestor de portfólio da Rosenberg Investimentos, acha que o Copom vai acelerar o corte de juros em 2017, chegando muito próximo de 10% no final do ano. “Vai depender de como evoluirá a atividade econômica e se essa queda da inflação vai se confirmar no próximo mês”, diz.

Para ele, a inflação de 2016 veio ligeiramente abaixo do que se esperava. Segundo Mollica, ajudaram muito no índice de dezembro o item alimentação e principalmente o setor de serviços, que vem apresentando desaceleração. “Assim aumentam as chances de 2017 ter uma inflação que deve convergir para a meta de 4,5% até o final do ano”, diz.

Cortes

Em outubro, o BC realizou o primeiro corte na Selic em quatro anos, quando ela passou de 14,25% para 14%. Em novembro, o comitê fez o segundo corte, e a taxa foi para 13,75%, patamar atual. O mercado espera que o Copom anuncie nesta quarta um corte mais agressivo, de 0,50 ponto percentual, o que levaria a Selic para 13,25% ao ano.

Alguns economistas apostam num corte ainda maior, de 0,75 ponto percentual. Em relatório divulgado para clientes, o Itaú afirma que “a queda na inflação corrente (mais intensa e difundida do que o esperado) e a perspectiva de retomada econômica ainda mais lenta do que se antecipava sugerem um corte mais agressivo na taxa de juros. Acreditamos que o Copom irá reduzir a Selic em 0,75 ponto percentual, que nos parece ser consistente com a sua comunicação atual, bem como com os últimos indicadores econômicos”.

Como é ação do BC

O aumento dos juros, ou sua manutenção em um patamar elevado, é o principal mecanismo usado pelo BC para frear a inflação. O objetivo é encarecer o crédito e reduzir o consumo no país.

Juros altos, no entanto, prejudicam a atividade econômica e, consequentemente, inibem a geração de empregos. Quando o Banco Central julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, pode baixar os juros.

No mais recente Boletim Focus, os economistas ouvidos pelo Banco Central reduziram suas estimativas para a inflação. Para este ano, o mercado espera uma inflação de 4,81%.

Para 2016, 2017 e 2018, a meta central é de inflação em 4,5%. Entretanto, o sistema prevê um piso e um teto, que é de inflação em 6,5%, em 2016, e em 6% em 2017 e 2018.

Fonte: g1

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