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BC quer reduzir custo do crédito de forma sustentável nos próximos anos

Presidente da instituição, Ilan Goldfajn, avaliou que lucro dos bancos é uma 'parcela relevante' do chamado 'spread' bancário.

07/02/2017 15:05

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BC quer reduzir custo do crédito de forma sustentável nos próximos anos

Para isso, ele afirmou que é preciso endereçar alguns problemas no sistema de crédito brasileiro, como a existência do chamado crédito direcionado (habitacional, BNDES e rural), que tem taxas menores, influenciando as demais linhas de crédito, além de problemas com as garantias concedidas, com a segurança jurídica, com inadimplência e do lucro dos bancos.

"Estamos procurando a redução estrutural e sustentável do custo do crédito. Estrutural para serem medidas que de fato levam à queda sustentável dos custos, para que [as taxas] caiam e não voltem", afirmou Goldfajn, durante seminário sobre o "spread" bancário no eficífio-sede do BC, em Brasília.

O presidente do BC disse que o "spread" do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) ficou, entre 2011 e 2016, em 15,1 pontos percentuais, ao mesmo tempo em que a diferença entre a taxa de captação dos bancos e o que cobram dos clientes pessoas físicas, nas demais linhas de crédito (sem contar o consignado) ficou em 83,7 pontos percentuais.

Ilan Goldfajn disse acreditar que, ao longo do tempo, com novas medidas que estão sendo consideradas pelo BC, o percentual do spread do crédito não consignado (83,7 pontos) pode caminhar em direção ao spread do crédito com desconto em folha de pagamento - que é foi 15,15 pontos percentuais nos últimos cinco anos.

Taxa básica e juros bancários

Segundo ele, essa agenda pode fazer com que a taxa básica da economia, atualmente em 13% ao ano, também possa ser menor no médio e longo prazos. O BC se reúne ainda neste mês para deliberar sobre o nível da taxa Selic, e a expectativa do mercado financeiro é de uma nova redução em 0,75 ponto percentual, para 12,25% ao ano. Para o fim de 2016, a previsão é de que a taxa atinja 9,5% ao ano.

Em dezembro, informou recentemente BC, os juros bancários nas operações com recursos livres (excluindo crédito imobiliário, rural e do BNDES) somaram 52% ao ano - valor bem acima da taxa básica da economia brasileira, fixada pela autoridade monetária. No caso do cartão de crédito e do cheque especial para pessoas físicas, porém, as taxas são estratosféricas, ultrapassando a barreira dos 300% ao ano.

Razões para o spread alto

De acordo com o presidente do Banco Central, uma das razões para o "spread bancário", e consequentemente os juros dos bancos, ser alto no Brasil está relacionado com o crédito direcionado (rural, BNDES e habitacional) que, segundo ele, embutem "subsídios cruzados".

Ele fez uma analogia com a meia-entrada nos cinemas, que fazem com que as pessoas que não têm direito ao benefício acabem pagando por aqueles que têm.

"Temos beneficios na economia e nossa percepção é que os benefícios não tem custo. Eles têm sua justificativa mas não assimiliamos custo a essa iniciativa. Os que pagam entrada inteira vão ter de pagar meia entrada para o resto", disse.

Goldfajn disse também que o lucro do bancos é uma "parcela relevante" do spread bancário nos últimos cinco anos. Segundo ele, o lucro das instituições financeiras representou 23,8% do chamado "spread bancário" de 2011 a 2016, ao mesmo tempo em que a inadimplência representou 53,5%, os impostos responderam por 15,8%, os depósitos compulsórios por 1,8% e os custos administrativos por 5,1%.

Medidas para reduzir o custo do crédito

O presidente da autoridade monetária não anunciou nenhuma medida nova para reduzir o custo do crédito. Ele lembrou que, recentemente, a instituição divulgou ações nessa direção e acrescentou que "outras [medidas estão] em andamento e outras serão implementadas quando estiverem maduras".

"É um diagnóstico vivo, algo que a gente vai aperfeiçoando, tanto o diagnóstico quanto as medidas e os indicadores ao longo do tempo. O 'spread' e o custo do dinheiro em relação a sua captação têm vários componentes (...) Parte das medidas tem de vir da segurança, da redução da incerteza", acrescentou o chefe do BC.

Fonte: G1

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