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Contabilidade: um tesouro escondido

O empresário precisa de relatórios que ele possa compreender sem a necessidade de recorrer a um especialista.

23/12/2012 12:26

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Contabilidade: um tesouro escondido

A contabilidade ainda é considerada um mal necessário pela maioria das pequenas empresas. Podemos creditar à burocracia e a alta carga tributária uma boa parte dessa rejeição, mas acredito que nós, profissionais da área contábil, também temos a nossa parcela de culpa e responsabilidade para que esse cenário se perpetue.

Estudamos por 4 anos (no mínimo) para aprender todas as técnicas necessárias para a estruturação, confecção e análise de um balanço contábil, e queremos que nosso cliente, recém iniciado no mundo dos negócios, entenda a nossa linguagem (exclusivamente técnica) de uma hora para outra.

Imagine você recebendo instruções sobre algo bem simples, mas não em português, e sim em inglês, sendo que você tem somente aquela noção básica do colégio. É mais ou menos assim que alguns de nossos clientes se sentem quando tentamos explicar-lhes um balanço, por exemplo.

Utilizamos termos técnicos em demasia (Ativo, Passivo, PL, DRE, etc.) e sem a devida tradução para a linguagem do empreendedor. Temos que encontrar maneiras de levar a informação já traduzida, pois na maioria dos casos, eles não querem ou, não tem tempo para fazer um “curso de inglês”.

Antes que me interpretem mal, não estou, de forma alguma, fazendo apologia à descaracterização dos conceitos básicos da ciência contábil, mas somente levantando uma questão didática, que é a forma de apresentar os números de maneira mais clara e eficiente possível.

Também não quero dizer que o empresário não precise se organizar e buscar o conhecimento nas áreas de gestão, assim com sabemos da importância do conhecimento de outro idioma, por exemplo. Meu objetivo é somente questionar o que nós podemos fazer para facilitar esse aprendizado.   

Em resumo, temos que fazer o nosso trabalho dentro das mais rígidas normas contábeis, mas podemos ser mais criativos na hora de apresentar esse trabalho a quem interessa: o empresário.

Muitos vão dizer que a maioria das pequenas empresas nem sequer se interessa pelos balanços apresentados, mas será que essa “falta de interesse” não tem a ver com a falta de entendimento e da real necessidade desses balanços? Será que não cabe a nós, profissionais contábeis, a tarefa de despertar essa curiosidade em nossos clientes?

Para finalizar, confesso que ainda não criei nada muito diferente do que é utilizado na maioria dos escritórios contábeis, mas esse assunto tem me inquietado bastante ultimamente, pois vejo que desperdiçamos um tempo valiosíssimo cumprindo obrigações burocráticas e fiscais, quando poderíamos estar buscando maneiras diferentes e criativas de compartilhar esse pequeno tesouro, pois de nada adianta sabermos da importância da contabilidade se o maior interessado não conseguir decifrar esse segredo.

 

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