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Conflito de Gerações

O conflito vivido por pais (Segunda Onda) diante das ideias dos filhos (Terceira Onda)

15/04/2013 03:01

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Conflito de Gerações

Vivemos em um era de constantes transformações. Transformações essas causadoras de frequentes e calorosos debates de âmbito social, familiar e profissional em nosso dia a dia.

De um lado vemos pessoas ainda presas às regras e normas implantadas pela chamada Segunda Onda. Essas regras e normas são heranças de uma sociedade que viveu para as organizações, em tempos onde especialização era tudo para determinar seu sucesso, onde manter – se  fiel a uma empresa garantia seu sustento e muitas vezes o de sua família.

Do outro lado, encontramos os filhos de uma nova geração, a Terceira Onda, nós jovens nascidos a partir da década de 80, onde nos deparamos com um mundo de inovação tecnológica, um mundo onde muitas das antigas regras e normas não acompanham seu desenvolvimento frenético, um mundo onde especialização é importante, mas mais do que isso, a disposição e a facilidade de adaptação ao novo “ruleiam” o caminho para o sucesso ou fracasso de cada um.

Antes de continuar esse texto quero compartilhar com vocês algumas características das duas “ondas”.

A Segunda Onda surgiu com a revolução industrial, é caracterizada por formar gigantescas organizações com um sistema hierárquico totalmente centralizado, onde os funcionários do nível operacional desenvolviam apenas o papel de produzir.  Esses funcionários não tinham contato com o alto escalão da empresa (presidência, diretoria), suas vontades raramente eram atendidas, e por se tratar de pessoas simples e em grande parte migradas do campo para a cidade, tinham que aceitar o que lhes eram imposto, pois não tinham poder de argumentar contra isso. Além da falta desse poder, dependiam desses empregos para sustentar suas famílias. Grande parte desses trabalhadores ainda está no mercado hoje.

A Terceira Onda começa a ser sentida no final da década de 80 e começo da década de 90, onde começa a revolução tecnológica, é caracterizada pela quantidade e rapidez de informações adquiridas. Os trabalhadores da terceira onda não têm mais a preocupação com certas regras e normas fielmente seguidas por seus pais durante a segunda onda. Fica claro que os novos trabalhadores perceberam que poderiam sim lutar contra o sistema da segunda onda.

Muitos empregadores também perceberam que uma mudança na cultura das organizações era necessária para alocar e reter essa nova mão de obra que estava nascendo. Descentralização de poder, maior flexibilidade, maior investimentos foram apenas algumas das mudanças.

O problema é que com a permanência de alguns trabalhadores da Segunda Onda, e com a chegada dos novos trabalhadores da Terceira Onda, há inicio uma constante luta de ideologias. De um lado um povo condicionado às regras e normas, onde vestir a camisa da empresa é essencial para a sobrevivência, e de outro, jovens famintos por mostrar todo o seu conhecimento, com novas visões de melhorias e com fome de sucesso profissional. Com tais características, não é surpresa imaginar que à medida que as possibilidades de sucesso aumentam, esses jovens migram constantemente de empresas.

Essa migração, e um espírito revolucionário dentro de si geram constantes discussões entre pais e filhos, devido a essa diferença cultural entre eles.

É difícil um pai entender que seu filho esta em constante migração de emprego, ele ainda vive com a ideia de que devemos sustentar nossos empregos por um longo tempo. Pois para ele a estabilidade lhe trás segurança.

Para um filho é difícil assimilar tais ideias vindas de seus pais, pois eles não querem esperar muito tempo para serem independentes.

Assim entramos em uma questão também social, onde a cultura mudou junto com as mudanças organizacionais.

No fundo a paciência deve reger esses momentos tão delicados, afinal uma transformação tão brutal em uma sociedade deve ser administrada com cuidado por ambos os lados. Os pais devem confiar mais em seus filhos, pois eles são filhos dessa geração voltada a mudanças constantes de tecnologias, vivendo em um momento econômico melhor, onde a rotatividade de emprego pode ser um fator de crescimento para eles, adquirindo experiências em lugares e organizações diferentes, assim sendo, formando cidadãos mais conscientes e antenados com as mudanças.

E os filhos devem ter a mesma paciência com os pais, devemos entender que muitos deles passaram por momentos difíceis até chegarem aqui, e que essa preocupação às vezes até excessiva, no fundo é para nosso bem, para que não passemos as mesmas dificuldades que eles.

O entendimento entre as gerações devem estar em equilíbrio constante, e nós jovens não podemos esquecer que um dia seremos nós a geração passada.

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