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Retenção de talentos X Velhos paradigmas

A maior parte dos chefes ainda acreditam que produtividade se mede pela quantidade de horas que o funcionário permanece na empresa.Não adianta avançar em tecnologia e conhecimento, se a gestão de recursos humanos não evoluir.

24/04/2013 17:20

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Retenção de talentos X Velhos paradigmas

A qualidade do atendimento ao cliente é essencial. A empresa é valorizada com boa reputação e crescimento no mercado. Para alcançar este nível é preciso disponibilizar tempo em treinamentos para aperfeiçoamento da equipe.

O trabalho em contabilidade exige constantes atualizações em procedimentos, leis e tecnologia. A cada dia surgem novas obrigações mais complexas que demandam conhecimentos e habilidades de alto nível.

Mas não adianta apenas focar em treinamentos e mostrar uma imagem que procura bons relacionamentos com os colaboradores, se na realidade o clima organizacional é péssimo e a conduta gerencial atrasada. Isso é um fato muito comum em diversos escritórios de contabilidade.

Ninguém está disposto a abrir mão de burocracias para facilitar a vida do empregado e satisfazer suas necessidades pessoais, assim à rotatividade nesse setor acaba sendo grande devido à má valorização do trabalho.

Assim, o motivo da saída nem sempre são condições mais vantajosas, como salário e cargo, que poderiam atingir permanecendo na empresa, mas a busca de um conforto pessoal relacionado a melhores benefícios, valorização e condições de trabalho. Emmuitos casos, o investimento no colaborador se perde sem um retorno em longo prazo. Mesmo que a saída de um membro da equipe se desse por conta da competitividade do mercado em busca de profissionais melhores qualificados, para mantê-lo na empresa, muita das vezes, não é necessário cobrir a proposta oferecida, mas se ao longo do tempo o funcionário esteve satisfeito com as normas de conduta, ele pensará bastante para tomar uma decisão.

Para trabalhar em contabilidade devemos estar preparados. É um ambiente de constantes cobranças e estresse pela demanda dos clientes, prazos e obrigações. Temos que harmonizar cada situação com rapidez e eficiência. A empresa precisa saber estimular o melhor desempenho, e algumas medidas simples bastam para tanto. É preciso medir e buscar a satisfação do empregado.

Não adianta avançar em tecnologia e conhecimento, se a gestão de recursos humanos não evoluir.

O foco da empresa não deve ser apenas no resultado. Também depende das PESSOAS. A visão tem que ser direcionada para resultados e pessoas. Como olhar as pessoas? Conhecendo suas necessidades, sendo flexível nas decisões, conforme as diferenças individuais. Melhorando o individual, consequentemente melhora o coletivo, e aumentam os resultados.

Como exemplo de uma medida simples, que faria um diferencial enorme em todos os colaboradores, sem afetar nenhum custo da empresa e que hoje é tratada rigorosamente: a compensação de horas.

O sistema de compensação de horas deve ser vantajoso para a empresa e para o empregado.

É vantajoso para a empresa porque em tempos de pico, o escritório precisa que o empregado fique além do tempo normal para atender dentro do prazo. Ao invés de pagar hora extra, concede o tempo trabalhado a mais como descanso posteriormente. É benéfico para o funcionário porque permite aproveitar os momentos mais amenos para descansar ou resolver problemas pessoais.

Quando temos que compensar todas as horas do ano correspondente a emendas de feriados. Torna-se uma preocupação desnecessária e desmotivadora para o funcionário já que mesmo sem pico de serviço, tem que ficar mais tarde ou vir aos sábados para não “dever” para a empresa.

Se analisarmos os impactos que as emendas trazem em relação à produtividade veremos que caso não fossem compensadas, não alteraria a rotina normal de trabalho, em respeito aos prazos de entregas. Pelo contrário, o funcionário iria curtir o feriadão sem se preocupar que depois teria que compensar as horas, voltaria mais motivado e consequentemente mais produtivo. O custo disso? Zero.

Uma metalúrgica produz 5000 peças por dia. Mesmo fazendo parte do planejamento, um feriado normal afeta seu lucro mensal. Quando o feriado cai na quinta-feira é imprudente emendar com a sexta-feira, já que geraria um déficit de 10 000 peças. Nesta situação a compensação dos dias equivalentes à emenda seria necessária para suprir a queda de produção.

Em um escritório de contabilidade não existe metas de produção, temos que entregar os serviços, antecipando-se aos prazos. Em uma eventual emenda de feriado, os clientes são avisados e as solicitações são enviadas com antecedência. Dessa forma o feriado normal, nem a emenda causa prejuízo. Acreditar que essas horas de ausência é uma dívida para com a empresa, não está baseado na real necessidade de serviço, mas na ideia de que produtividade se mede pela quantidade de horas trabalhadas.

Um engano que muitas organizações aceitam. Produtividade é evitar retrabalho, é entregar os serviços com qualidade, atender a demanda com eficiência.

A qualidade não vem só de treinamentos, mas de iniciativa pessoal, e isso tem que ser estimulado. Nem sempre é o dinheiro que resolve, um olhar diferente faz a diferença.

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