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Tempo e Lucro

07/09/2006 00:00:00

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Tempo e Lucro

O tempo efetivo que se leva para produzir, comprar, aplicar, vender, distribuir e entregar bens de venda é relevante para o resultado dos empreendimentos e muito importa como fator de julgamento sobre a eficácia.

O conceito contábil de "temporalidade" (esta no sentido de "curso" de fenômenos) nem sempre, todavia, coincide com os convencionados em outras esferas (prazo financeiro e prazo de produção, na essência merecem considerações distintas).

O prazo considerado para a efetivação dos fatores do rédito essencial, principalmente na produção e comercialização, de forma auxiliar na produtividade (eficiência) e suplementar na estabilidade (equilíbrio), economicidade (vitalidade), invulnerabilidade (risco), elasticidade (dimensão do capital) e liquidez tradicionalmente não se evidencia nas demonstrações.

Esforços técnicos adicionais de análise precisam, pois ser produzidos para a determinação da referida dimensão dos fenômenos da riqueza e do futuro da mesma.

A doutrina da Contabilidade vem em socorro de tais necessidades.

Quer quanto à adequação da estrutura, quer quanto do movimento do capital a ciência contábil ensina que quanto maior for a velocidade na circulação patrimonial e tanto mais a empresa se liberta da dependência dos recursos próprios, e, também, igualmente melhor se capacita a trazer acréscimos ao capital.

Se em vez de produzir um determinado utensílio em dez minutos, a empresa consegue fazê-lo em sete minutos, ao encurtar o prazo, aumentará os níveis de estoques de produtos acabados, a possibilidade de oferta e venda, disto defluindo ainda menores custos unitários, favorecendo a obtenção de maiores lucros.

Igualmente a diminuição do curso produtivo implica redução de custo de mão de obra, energia de máquinas, provocando eficiência, ensejando ainda que se diluam os custos fixos.

Tudo isso viabiliza menor ônus em cada unidade produzida e melhor condição de competitividade, em razão de permitir oferta de maior vantagem em valor.

Os riscos, no caso, só ficariam por conta da não absorção dos produtos pelo mercado, ocorrendo, neste caso, um problema financeiro, uma vez que o aumento de velocidade produtiva também passaria a requerer maiores recursos na compra de materiais, por exemplo.

Se a empresa, todavia, conhece seus espaços, o comportamento da clientela, a tendência das vendas, pode com maior segurança empreender em aumento de produção em relação ao tempo.

Os efeitos da velocidade podem ser positivos ou negativos, dependendo de como se comportam as correlações dos fenômenos envolvidos na produção do rédito.

Em tese, o aumento da velocidade do capital em razão da diminuição da temporalidade produtiva tende a promover o crescimento da rentabilidade, mas, é preciso comparar se o aumento quantitativo produzido é acompanhado por aquele de colocação dos produtos no mercado e se tudo isso é compatível proporcionalmente com a lucratividade e a sanidade das demais funções patrimoniais.

É imprescindível mensurar o tempo relativo ao que se tem investido na produção, o desinvestimento que a venda traz e o lucro que esta deixa.

A medida do tempo, as proporções que devem ser respeitadas em relação à produção e ao lucro, são matérias que devem ser guiadas por modelos científicos contábeis, tais como os apresentei em minha recente obra "A Moderna Análise de Balanço ao Alcance de Todos", edição Juruá.

Conforme o caso é ainda necessário analisar outros aspectos relevantes com maior acuidade, relativos todos aos fatores de risco, equilíbrio patrimonial e comprometimento da continuidade dos empreendimentos (sistemas de funções patrimoniais da invulnerabilidade, economicidade e estabilidade).

Tudo isso coloca em relevo a importância que existe em uma consultoria contábil de acompanhamento, ou seja, presente na investigação de todos os acontecimentos que se relacionam ao patrimônio e à sua movimentação.

Antônio Lopes de Sá.

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