Confirmando o que todos sabemos
há muito tempo, o aumento da carga tributária está provocando mais inflação.
Conforme notícia da Folha/Dinheiro (03.02.2005), a Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) está repassando para os consumidores, desde outubro do ano
passado, o aumento de custos das distribuidoras de energia provocados pela
elevação da alíquota do PIS/Cofins no final de 2002 e pela mudança na base de
cálculo desse imposto.
De acordo com a regulamentação do setor elétrico, aumentos de impostos podem ser
repassados imediatamente para a tarifa paga pelo consumidor.
Com isto, evidencia-se o perverso efeito social de "ajustes tributários" feitos
pelo governo. Ainda não nos recuperamos das brutais elevações das alíquotas do
PIS e COFINS e já nova "cacetada" é aplicada ao contribuinte, com a MP 232, que
aumenta o IRPJ e CSLL para os prestadores de serviços, além de expandir as
hipóteses de retenção na fonte para transportadores, agricultores e outros
contribuintes.
Com mais inflação, teremos alta de juros. A dívida pública subirá, porque cada
1% de aumento de juros representam R$ 8 bilhões de gastos anuais a mais para
financiar a rolagem desta dívida.
Assim, o governo precisará um novo "ajuste fiscal", para estabilizar a relação
da dívida pública sobre o PIB (Produto Interno Bruto). Temos então o "círculo
vicioso": aumento de tributos - aumento de inflação - aumento de juros - aumento
da dívida pública - aumento de tributos...
Todos nós, contribuintes e consumidores, sentimos na pele (leia-se, no bolso)
tais aberrações. Por que somente o governo insiste na retórica de "ajustes
tributários"? Ou é pura ignorância sobre o comportamento econômico ou é um
sadismo jamais visto em governos "democráticos"!
Júlio César
Zanluca
empresário e coordenador técnico do www.PortalTributario.com.br
Curitiba - PR