Parcela considerável das pessoas tem a péssima mania de achar que dinheiro é como biscoito, ou seja, vai comendo, comendo... comendo até acabar o pacote, pois sabe que no mercado da esquina há muitos daquele tipo... Se se for pensar por um lado, até que essa metáfora tem certo sentido, já que biscoito, quanto mais se come mais se tem vontade de continuar comendo, sobretudo aqueles recheados com chocolate. Bem assim acontece com o dinheiro. Quanto mais se gasta, mais se tem vontade de gastar. Quanto mais se compra, maior é o desejo de querer comprar, mesmo sabendo que às vezes não é necessário. Infelizmente, isso se torna um vício que assusta: comprar, comprar e comprar! (Parece que as propagandas também "recheiam com chocolate" para tornar os produtos mais "saborosos" e com isso estimular nosso desejo para consumir, consumir e consumir cada vez mais, como um vício sem fim.
Há pessoas que podem achar exagero, mas se pararem para pensar, o dinheiro, a cada dia que passa, dura menos. O trabalhador recebe hoje e amanhã, leva um tremendo susto quando vai consultar o extrato bancário no fim do dia! Vale ressaltar que a cada dia que se passa, o poder dos salários da maioria dos trabalhadores tem caído e os mesmos têm pago cada vez mais impostos. Queda de salário real e aumento de impostos não estão no controle endógeno dos trabalhadores,mas seus gastos sim. Estes, os trabalhadores podem se organizar e controlar. Entretanto, gastar está se tornando um hábito tão comum, que R$ 10,00 são como um copo d´agua exposto ao sol de 40°: evapora!!!
É claro que o mercado hoje dá sustento a esse vício, mal se pensa em um problema, e a "solução" já é posta venda!
As crianças, por exemplo, mal nascem e os pais as enchem de bobagens, gastam excessiva e desnecessariamente e acabam as influenciando a fazer o mesmo mais tarde, ou seja, gastar está se tornando praticamente genético, passado de pai para filho.
O que se mostrar com todos esses detalhes é que o dinheiro deve ser usado com consciência, como algo que deve ajudar a conduzir a vida adiante, e não se tornar um vício, que impede que aquilo que realmente poderia ser usado para atingir metas e objetivos, acabe sendo consumido em futilidades. Claro que todos trabalhadores têm o direito de usufruir do que recebe pelo seu esforço. Consumir na é algo errado. O que se quer a partir de agora, caros leitores, é que todos nós passemos a olhar o dinheiro com outros olhos. Olhos de quem espera que o consumo seja algo prazeroso em suas três etapas: antes, durante e depois do ato em si de comprar.
Gislayne Pacheco de
Melo é estudante do 3º período de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá,
campus Juiz de Fora - MG ([email protected]).
Fernando Antônio Agra Santos é formado em Economia pela UFAL, Doutor em
Economia pela UFV e Professor Universitário em Juiz de Fora - MG ([email protected])