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Dicas de Economia

12/07/2007 00:00:00

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Dicas de Economia

Ultimamente tenho me deparado com certas situações econômicas, relacionadas especificamente a orçamentos domésticos, que têm me surpreendido, sobretudo pelas famílias que não conseguem administrar de modo correto sua renda, ou seja, gastam além do necessário, não poupam e nem conseguem ter uma boa qualidade de vida. Por quê? Onde estão os erros?

Inicialmente quero ressaltar que não existe nenhuma receita estabelecida para administrar orçamento doméstico, pois cada caso é diferente, mas dicas em comum podem ser observadas. Quando leciono Teoria Microeconômica, discuto um capítulo bastante abordado pela microeconomia clássica, que é a Teoria do Consumidor, que estuda como o consumidor maximiza sua satisfação, sujeito à sua restrição orçamentária (representada basicamente pela sua renda). Posso às vezes questionar as teorias clássicas da economia, mas se as pessoas seguissem essa última, muita gente não estaria devendo a agiotas, a cartões de crédito, a cheques especiais, entre outras fontes de dinheiro fácil que iludem os próprios consumidores. E isso vale também para os governantes, que às vezes, gastam (e gastam mal) mais do que podem e vêem cada vez mais a dívida do país se elevando e os mesmos vão deixando essa herança maldita para os seus sucessores.

Especificamente com relação a dicas de economia, vou narrar um fato que me ocorreu há algum tempo. Como de costume, fui ao posto de gasolina, especificamente ao lava jato pedir para dar uma ducha rápida no carro. O frentista, que já havia dialogado comigo outras vezes, voltou a me questionar, reafirmando que não consegue entender porque gasta tanto e ultimamente suas despesas estão sempre superiores às receitas. Quero ressaltar que independente da renda do indivíduo, o mesmo tem que administrá-la da melhor maneira possível, ou seja, viver de acordo com suas condições. Fiz algumas indagações para ele e observei que o mesmo era solteiro e não possuía certos gastos, como aluguel, entre outros. O mesmo também falou que não possui uma receita fixa e sua renda varia de acordo com o número de carros que o mesmo lava, mas esse valor girar em torno de um valor médio. Isso já facilita o planejamento. Então, enquanto o carro estava sendo lavado, falei inicialmente para o mesmo para que ele anotasse ao final de cada dia quanto ele ganhou, bem como também quanto gastou cada centavo. Pois assim poder-se-ia identificar os principais gargalos que estavam prejudicando sua administração orçamentária. Esse seria o primeiro passo. Paralelo, o mesmo já poderia traçar um planejamento onde descreveria suas despesas fixas, variáveis e mistas (possui uma parcela fixa e outra variável).

De modo simplista, o mesmo poderia então observar onde estava gastando em demasia e passar a economizar. Enfim, teoricamente é muito fácil, mas se a inflação corrói o poder de compra, fica difícil cortar gastos necessários e planejar. Isso quer dizer que as pessoas precisam repensar o seu modo de vida e se adequar à sua restrição orçamentária. E tem mais, acredito que por menos que o indivíduo receba, o mesmo deve procurar sempre que possível poupar, tanto para acumular dinheiro, como para fazer face a despesas imprevistas. O caso acima narrado não difere muito de muita gente, até mesmo que recebe salários mais altos, gastam de modo exagerado, não fazem planejamento e no final do mês, o desespero é maior, pois sua renda é boa, mas sua administração é péssima.

Enfim, que cada um possa fazer um planejamento mensal, conhecer bem o que é despesa fixa e variável e saber distribuir da melhor maneira possível sua renda, independente de quanto for, pois só se pode viver bem, se viver de acordo com seu padrão e pensar várias vezes e se possível nunca entrar no cheque especial, nem cair nas tentações do dinheiro fácil das financeiras e sempre pagar suas contas em dia, bem como fazer suas reservas poupando nas melhores aplicações, de acordo com o perfil de cada um, bem com da atratividade das oportunidades.

Fernando Antônio Agra SantosCarlos José Pedrosa
Formado em Economia pela UFAL, Doutor em economia Aplicada pela UFV - MG e Professor Universitário em Juiz de Fora - MG ([email protected])

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