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Novos Rumos Cientificos e o Holismo em Contabilidade

25/07/2007 00:00:00

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Novos Rumos Cientificos e o Holismo em Contabilidade

O global é por si só uma visão, mas, se quanto ao particular buscamos entender o que este representa face ao conjunto, estabelecemos ligação entre parcela e total.

O "holismo" adota o método relativista referido, este que dita uma comparação de dependência entre o que se observa e o sistema onde o fato ocorre.

Ou seja, além estudar a matéria isolada produz a utilidade do entendimento sobre o que esta representa face ao ambiente em que se insere.

Ver a coisa contida em seu universo implica estudo de continentes que envolvem os fatos.

Assim modernamente é acolhida tal metodologia em vários ramos da ciência.

Desta forma vem sendo na atualidade, também, a tendência dos estudos modernos da Contabilidade.

A visão holística, ou seja, esta que se dedica a observar não só aquilo que acontece no patrimônio, mas, as circunstâncias do todo que envolve o acontecimento, é a nova metodologia científica que o Neopatrimonialismo Contábil consagra.

Quando estruturei a "Teoria Geral do Conhecimento Contábil", preocupado com as vocações sistemáticas que desde o fim da primeira metade do século XX foram as do grande mestre brasileiro Francisco D´Áuria, também segui o pensamento deste intelectual no que se referia a uma generalidade de visão por ele conceituada como conhecimento "puro".

Ao classificar as relações que geram o fenômeno patrimonial denominei "ambientais" as que provenientes do mundo externo ao patrimônio eram, também, as causas motoras do mesmo.

O conceito de "ambiente", no caso, equivaleu ao de "entorno" ou "continente" da riqueza dos empreendimentos.

Entendi que o estudo dos fenômenos patrimoniais não deveria confinar-se a análise da riqueza transformada, mas, que como antes haviam asseverado com rara propriedade Rossi, Ceccherelli, Masi e outros cientistas, seria preciso um "estudo especial conectivo" com os agentes que promovem a transformação.

Isso porque o capital não se move sozinho, mas, sob a ação influências diversas.

Pessoas, mercados comuns, política cambial, regime financeiro, inflação, tributos, avanço tecnológico, burocracia estatal, greves, incompetência do poder público quanto à segurança, comunicações e transportes etc. são motores que promovem alterações de estados no patrimônio.

Na teoria que produzi ressaltei que não se tratava de uma invasão do campo de outras disciplinas, mas de uma peculiar observação de reflexos de outros fenômenos na determinação do que era objeto de nossas indagações em Contabilidade.

Exemplifiquei que o estudo da inflação em si não nos interessava, mas, que esta não poderia ser desconhecida contabilmente face às alterações causadas sobre o patrimônio (qualitativa e quantitativamente).

Vem corroborar com a visão holística aludida, dentre outras, a excelente edição feita neste 2007 pela "Real Academia de Ciências Econômicas y Financieras" de Barcelona sobre importante pesquisa relativa a responsabilidade social da empresa, apresentando a importância de um tema que diretamente afeta a vida de todos, mas, especificamente, também, a de cada patrimônio.

O compêndio de excelente lavra é uma evidência do que hoje está sendo operado em relação ao que se denomina "terceira via" como fruto de uma conciliação entre os extremos do socialismo fanático e do capitalismo canibal, ou seja, uma convocação de responsabilidades das células no processo social.

Na medida em que se alteram os comportamentos sociais e econômicos envolvem-se neles os meios materiais que suprem as necessidades humanas, ou sejam as riquezas que nos empreendimentos atendem às finalidades diversas.

Tais alterações comprometem todas as ciências envolvidas no processo evolutivo, dentre elas a Contabilidade.

Tal compromisso passa pelas ampliações de óticas e estas pelas alterações metodológicas pertinentes.

O método holístico, portanto, é mais um que vem comprovar não ser bastante estudar a questão contábil apenas atada a "transformação patrimonial" friamente encarada como fato isolado, tornando obrigatória à indagação sobre a natureza da influência que gera o fenômeno.

Essa nova visão exigível em Contabilidade está fazendo com que se enobreça a doutrina com conquistas que se tem operado por vezes empiricamente, mas, já denotando interesse pelo que deveras é científico em relação ao tema.

A evolução, pois, está a exigir um câmbio de método científico, este que há cerca de três décadas insisti em apresentar na Universidade de Sevilha, na Espanha, sob a direção do genial professor doutor Manuel Ortigueira Bouzada, quando inaugurei o Neopatrimonialismo Contábil.

Antônio Lopes de Sá

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