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Velocidade do Capital e Liquidez

02/11/2007 00:00:00

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Velocidade do Capital e Liquidez

De rara importância para o conhecimento sobre a liquidez financeira das empresas é a observação da "velocidade" do denominado "capital circulante".

A melhor avaliação sobre tal fenômeno é a que deflui da observação da tendência do referido através de uma comparação que revela o destino do movimento dos componentes principais quanto ao tempo.

Tal estudo não se confunde com um simples "fluxo de caixa", mas, consiste em acompanhar matematicamente variações patrimoniais segundo a natureza de aceleração dos elementos da riqueza que por espécie devem harmoniosamente girar.

Existem cálculos especiais para determinar quantitativamente a expressão das tendências, mas, os componentes devem emergir de informes contábeis confiáveis.

Tais elementos, no caso, são médias e quocientes que se extraem segundo fórmulas especificas, como as apresento em minha obra "A Moderna Análise de Balanço ao Alcance de Todos", edição Juruá.

Programas em computadores agilizam a realização de tais cálculos de tendências, sem maiores esforços.

Importante é comparar as evoluções por crescimento ou de involuções por definhamentos dos principais "quocientes de rotação", ou seja, os relativos a bens destinados a venda (estoques), créditos a receber (clientes) e dívidas a pagar (fornecedores e bancos).

Saber, por exemplo, que um quociente de rotação de créditos em 5 períodos foi sequencialmente de: 2,3 - 2,6 - 2,9 - 3,1 e 3,4, denunciando uma constante de crescimento de 0,3, é importante para ter-se consciência de que ocorreu um regular aumento de agilidade.

Nem sempre tais números se comportam como o exemplificado, necessário sendo realizar cálculos que de forma precisa determinem e denunciem a natureza das variações.

A maior "rotação" dos valores de ativo evidencia a maior "agilidade financeira" implicando melhor condição de economicidade, ou seja, de "vitalidade" patrimonial.

Três velocidades fundamentais, entretanto, no campo dos elementos circulantes, são importantes e devem guardar entre si relações harmônicas entre: Provisões (estoques), Créditos a receber (clientes) e Dívidas a pagar (Fornecedores e Bancos).

A rapidez na transformação do que se investe e a menor no que se obtém de recursos é altamente favorável no regime da liquidez financeira.

Os estoques precisam ser convertidos em meios de pagamentos em tempo hábil para que possa a empresa solver os seus compromissos.

Os créditos a receber, igualmente, devem gerar meios de pagamentos hábeis para a solução das necessidades de pagamentos.

Se o estoque se transforma em crédito, se o crédito é operado e oferece recursos imediatos, toda a responsabilidade fica sendo a da solvência do referido crédito.

A relação entre vendas a prazo e capacidade real de pagamento é algo, pois, que merece estudo constante.

O efeito circulante de "mercadoria" para "duplicatas a pagar", por exemplo, acumula toda a responsabilidade do meio de pagamento na capacidade de solvência dos clientes.

Nesse caso é importante conhecer o limite dessa obrigação, ou seja, como tal efeito tem-se mantido perante a circulação.

Índices de vendas a prazo, precisam ser obtidos, portanto, em relação aos de velocidade dos créditos a receber.

O prazo que se concede ao cliente deve ter harmoniosa relação com o que se recebe dos fornecedores.

Empresas que só compram em curtos prazos e vendem para receber em longo prazo, precisam sustentar tal diferença com recursos próprios ou de empréstimos.

Quando a dívida é por financiamento, os custos pertinentes a empresa precisa repassar ao cliente, sob pena de exigir maior volume de capital próprio.

Ameaçados, no caso, ficam, então, o poder de concorrer no mercado e a capacidade lucrativa do capital investido.

Esta a razão pela qual se torna complemento importante estudar o giro ou rotação das dívidas derivadas de recursos de terceiros, em comparação com aquelas dos clientes.

O movimento "diário" do valor dos estoques, créditos a receber e dívidas a pagar é relevante e precisa ser conhecido através de comparações constantes, defluentes de análises competentes dos giros.

Tal observação eu a fiz em obra editada há mais de três décadas, ressaltando a importância em conhecer "unidades de giro", ou seja, a "dinâmica" ou velocidade dos elementos comprometidos com a "circulação do capital" a cada dia.

Dever ético do profissional da Contabilidade é orientar o seu cliente sobre tais acontecimentos, oferecendo, ao mesmo, elementos para que possa corrigir erros.

Essa a grande função social dos contabilistas - a de ajudar as empresas a conseguirem a eficácia constante, porque, da prosperidade delas todas é que decorre aquela da sociedade inteira.

Antônio Lopes de Sá

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