Saldo das Contas nas Demonstrações Contábeis.

Saldo das Contas nas Demonstrações Contábeis 

É importante que os usuários, internos e externos, das demonstrações contábeis tenham facilitado o seu trabalho de interpretação das informações nelas contidas pela forma adequada de apresentação do saldo das contas.

Podem ser duas, basicamente, as formas de apresentação dos valores do saldo nos relatórios contábeis: pela indicação do sinal D, para Devedor, e sinal C, para Credor; ou sem a indicação desses sinais, pela presunção de que os saldos informados estão de acordo com a natureza das contas. 

Como demonstrar o saldo das contassem sinal indicativo

A partir da teoria da contabilidade a respeito da natureza do saldo das contas, existem estas possibilidades de contas:

1. Estáveis devedoras, que sempre apresentam saldo devedor:

2. Estáveis credoras, que sempre apresentam saldo credor; e

3. Instáveis, que podem apresentar tanto saldo devedor como credor.

Via de regra, as contas estáveis devedoras são componentes do Ativo e das Despesas e Custos, como, por exemplo, Caixa, Bancos conta Movimento, Contas a Receber, Estoques, Impostos a Recuperar, Despesas com Pessoal, Despesas com Depreciação e Custos de Produção.

As Contas estáveis credoras, normalmente, são classificadas no Passivo, no Patrimônio Líquido e nas Receitas, como, por exemplo, Contas a Pagar, Empréstimos Bancários, Impostos a Recolher, Capital Social Integralizado, Receita de Venda de Mercadorias, Juros Ativos e Receitas de Aluguel.

Já as contas instáveis, cujo saldo depende das circunstâncias, na maioria das situações, são classificadas nas Contas de Apuração de Resultado, das quais são exemplos: Resultado do Exercício, Resultado de Vendas e Resultado Financeiro Líquido.

Na apresentação dos relatórios contábeis os saldos das contas devem refletir a aplicação dessas regras, ou seja, na falta de indicação do sinal “D” para devedor ou “C” para credor, fica entendido que os saldos estão de acordo com a natureza das contas correspondentes.

Isso significa que, num balanço patrimonial, balancete de verificação, ou razão analítico, o saldo sem indicação de sinal de contas do passivo, ou de qualquer de suas contas que tem natureza credora, é credor. A ideia inversa se aplica ao Ativo que tem predominantemente a natureza devedora estável.

Quando, supostamente, for constatado um saldo credor em uma conta do Ativo, com natureza devedora, chamado de saldo "virado", "estourado", ou “negativo”, é importante que seja verificado e corrigido, pois pode decorrer de erro de lançamento ou fato adverso, podendo até ser reclassificado no passivo, para que fique registrado em uma conta com a natureza adequada.

Existem também as chamadas contas redutoras, como, por exemplo, Provisão para Devedores Duvidosos, que não é uma dívida, mas reduz o direito de contas a receber; e Depreciação Acumulada, que reduz o valor dos bens depreciados. Elas são exceções quanto à natureza das contas do grupo, ou, seja, embora estejam no Ativo, tem a natureza estável credora. Para evidenciar esta situação, o saldo destas contas, quando credor deve ser apresentado entre parênteses, na falta de sinal que identifique credor ou devedor.

O quadro abaixo esclarece detalhadamente como os saldos devem ser demonstrados nos relatórios e demonstrações contábeis quando não utilizada a indicação do sinal D, para Devedor, e C, para Credor. 

Deve-se sempre aplicar o princípio de que, nos relatórios oficiais e finais de contabilidade, nenhuma conta jamais apresente o saldo "virado" ou "estourado", porque isso, além de contrariar a teoria da natureza das contas, também expõe um possível erro de escrituração, ou administrativo. 

Bibliografia: Título: Teoria da contabilidade; Autor: Sérgio de Iudícibus.