Sabemos que em momentos de crise econômica – ainda mais nós meros mortais - temos que utilizar o apelativo “fazer mais com menos”. Está ai uma situação com a qual convivemos e somos bombardeados diariamente.
Que a mão de obra dos brasileiros não é das mais baratas? Concordo, pois o sistema tributário do nosso país contribui bastante para isso. Temos também, senão o maior, os maiores encargos trabalhistas do mundo.
Agora quanto à produtividade, por mais que as pesquisas mostrem que é relativamente baixa, acho que esse é um assunto bastante discutível, mas gostaria de deixar para outra oportunidade.
A questão é que no cenário atual, os recursos estão cada vez mais escassos e qualquer falha pode ser irreversível.
É ai que entra o DIY, solução caseira, quebra galho ou seja lá como você chama – falar em inglês fica mais bonito né?-.
A internet - quando bem utilizada - é uma excelente ferramenta para aprimorar o nosso Do It Yourself e essa prática tem se tornado muito comum nos últimos anos.
Em uma rápida combinação de palavras, temos um mundo de informações que nos auxiliam a como fazer uma determinada coisa e todos os argumentos necessários para que possamos chegar ao nosso mecânico e falar “Rapaz, mas isso é só trocar essa pecinha aqui!” em uma tentativa de mostrar “Ei, não me enrola não, hein.”. O engraçado é que ninguém chega ao médico e diz: “Rapaz, eu vi em um vídeo. É só passar o bisturi bem no cantinho e dar uns pontinhos. É coisa simples.”
De fato todo esse material disponível, quando bem selecionado, tem um grande poder de gerar conhecimento. Conhecimento que permite que estejamos bem orientados quanto aos nossos direitos e deveres.
Então nós assistimos, lemos, praticamos e conseguimos aplicar aquilo que aprendemos, muitas vezes de maneira bem rápida.
Mas é aí que devemos ter em mente que: uma coisa é saber fazer, outra é ser profissional.
Nas poucas viagens que fiz para fora do país, não foi apenas uma vez que ouvi: “Nós gostamos dos brasileiros, gostamos dessa energia que eles têm. Agora o que não gostamos é essa mania de brasileiro achar que sabe tudo e mais que todo mundo.”
Isso até vai de encontro com o que já ouvi em sala em meus tempos de Universidade: “Estou aqui para fazer o que meu contador faz.”.
Acredito sim que devemos sempre nos aprimorar, buscar conhecimento e evitar gastos desnecessários. No entanto, isso não nos transforma em um profissional, não substitui o know-how de alguém que vive para isso e nem nos capacita para dizer o que é fácil ou difícil a alguém que estudou e se profissionalizou.
Se você trabalha com contabilidade, você não para o seu analista contábil para que ele vá até o banco efetuar pagamentos ou entregar documentos aos clientes e não manda o mensageiro registrar e apurar os lançamentos fiscais.
Sim, colaboração é importante, mas não confunda colaboração com obrigação. Não queira abraçar o mundo e esquecer o que realmente você faz bem.
Respeite o seu profissional como profissional e não como alguém que sabe fazer.