Hoje em dia, vários termos estão sendo utilizados para descrever escritórios de contabilidade que ousaram mudar e passaram a oferecer a seus clientes soluções digitais, online e rápidas, facilitando o relacionamento e aumentando a produtividade de seus escritórios.
Aqueles que ainda não adotaram, por falta de tempo, descrença ou, até mesmo, medo de mudanças, estão vendo os carros passarem pela janela enquanto torcem para uma freada nesta desatada sangria competitiva por preços, que destrói a qualidade dos serviços prestados.
Mas a verdade é que a tecnologia, na contabilidade, como já aconteceu antes em várias outras áreas, veio para ficar.
Hoje, notas fiscais de entrada e de saída são importadas automaticamente e, dificilmente, algum contador tem saudades da época em que elas tinham que ser manualmente digitadas. Os antigos livros contábeis tem sido substituídos em todas as instâncias pelo ECD e pelo ECF que, mesmo não sendo sempre de fácil elaboração, acabaram com muito da burocracia sobre o registro das demonstrações contábeis.
Da mesma forma, contabilidades digitais, online e sem papel já são uma realidade e a segurança e a confiabilidade dos dados gerados são, muitas vezes, até melhor do que no modelo antigo, onde havia, em alguns casos, um enorme afastamento entre o financeiro da empresa e o contador, que pareciam, sequer, falar a mesma língua.
A percepção de um bom contador, para o público em geral, tem mudado. Todos querem seus impostos bem apurados e suas dúvidas sanadas, mas isso é visto como obrigação, não trazendo o valor esperado por quem está prestando o serviço.
Por muito tempo ouço que o contador é a pessoa mais capacitada para conversar com o cliente sobre o passado, o presente e, até mesmo, o futuro da empresa, mas pouco se via disso, dado o tempo perdido na apuração de impostos, na elaboração da folha e na entrega de obrigações acessórias. A contabilidade, ofício principal de quem exerce a profissão, era deixada por último, feita às pressas para cumprir prazos e sem qualquer valor para o empresário.
Hoje, o tal Contador 2.0, tem que ser um cara antenado, dinâmico e proativo, como qualquer bom funcionário de qualquer empresa, atuando não só no meio de campo, mas também no ataque e na defesa. Esse contador tem que ser capaz de ajudar seus clientes a controlar suas finanças, a entender o que os números gerados por ele mesmo significam e a planejar o futuro, com segurança e rapidez dignas do nosso século, que não perdoa a quem tem medo e deixa todo mundo mergulhar primeiro, para depois se arriscar a entrar colocar o pé na água.
O mundo está mudando, a contabilidade está mudando. Cabe a você, contador, decidir se mudará junto ou se vai ficar para trás, esperando que os outros quebrem a cara para, quem sabe, com sorte, rir por último.
