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Coronavírus: Dá para contingenciar?

Papel do Compliance durante o período de pandemia e crise a qual estamos imersos e chega a conclusão de que atitudes visando comportamentos baseados em integridade sempre são e sempre serão as melhores alternativas.

31/03/2020 08:40:01

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Coronavírus: Dá para contingenciar?

Coronavírus: Dá para contingenciar?

Inspirado com o artigo do Professor Gabe Shawn Varges , “Compliance and The Corona Virus ” comecei a fazer algumas reflexões sobre o planejamento das empresas aqui no Brasil.

No artigo o autor discorre sobre o papel do Compliance durante o período de pandemia e crise a qual estamos imersos e chega a conclusão de que atitudes visando comportamentos baseados em integridade sempre são e sempre serão as melhores alternativas.

Além disso Gabe sugere quatro dicas práticas para as empresas no que tange o Compliance nesta batalha contra a disseminação e combate ao corona vírus, que são:

1. Ofereça ajuda sempre que necessário
2. Mantenha a cultura e os valores no queimador da frente
3. Reavaliar riscos, mas não perca a visão de longo prazo
4. Desenhe as lições maiores

Tratando em especial aos itens 3 e 4 penso e gostaria de estimular a reflexão sobre o quanto estamos preparados no que tange o planejamento.

Um dos principais papéis de um Programa de Compliance é na construção e manutenção da Matriz de Risco da empresa, apontando os riscos existentes e mecanismos de prevenção e controle além de tentar predizer riscos e ameaças que poderão vir a existir.

É fato que o que estamos vivenciando era quase que imprevisível para quase toda a população mundial, não gostaria de discutir essa questão, mas sim, qual é o nível de contingenciamento a qual as empresas Brasileiras estão preparadas.

Me refiro aqui a contingenciamento de várias naturezas, seja financeiro, seja trabalhista, fornecedores entre outros.

Me arriscaria a dizer que menos de 10% das empresas no Brasil utilizam dessa ferramenta em seus negócios. Primeiro porque inexistem condições de fluxo de caixa para tal contingenciamento, haja vista uma expressão popular de que “vendem o almoço para comprar a janta” a qual traduz a grande realidade da falta de condições materiais para efetuar qualquer provisionamento ou contingenciamento.

Ademais a própria cultura no Brasil não é muito preparada para pensar em riscos e quiçá nos contingências de que ele poderá advir.

Mas dado a este duro e porque não dizer duradouro aprendizado a qual o COVID 19 está nos impondo nos cabe refletir e mudar alguns conceitos e práticas de gestão como por exemplo:

Na nossa cadeia produtiva, existe uma dependência contumaz de algum fornecedor? Algum prestador de serviços essencialíssimos?

Analisando esta questão fica claro que tais dependências muitas vezes extremas podem nos causar sérios riscos futuros, iniciando pela descontinuidade de fornecimento ou prestação de serviços até supervalorização nos valores praticados, afinal, “estamos nas mãos deles”

Busca continua de alternativas de fornecedores, um departamento de compras atendo a novos produtos, novas empresas, novas soluções podem ajudar muito neste contingenciamento. Além disso contratos bem preparados com cláusulas protetivas às empresas podem se não resolver os problemas, ajudar na mitigação.

E como resolver um contingenciamento em clientes? Difícil esta questão, pois a famosa frase de “dividir os ovos em cestas diferentes” já não é por si só garantias, afinal as cestas podem estar contaminadas. Mas o contingenciamento aqui deve ser na busca contínua de inovar. Inovar para criar novos mercados, para melhorar as margens e principalmente se manter ativo e vivo para o mercado, preocupados em manter-se sempre útil e em evidência. Porém para que estes pontos estejam sempre na pauta das empresas é preciso ter uma visão de longo prazo, pensar em sustentabilidade e crescimento de uma maneira perene.

Riscos mudam, e por isso controles e políticas também devem ser atualizados e revisados sempre, afinal no que tange a prevenção e mitigação qualquer risco importa.

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