O assunto do momento no mercado financeiro é o Drex - projeto do Real Digital desenvolvido pelo Banco Central (BC). Existem dúvidas, especulações, expectativas e necessidades de um entendimento mais amplo de como esse novo projeto financeiro atuará no dia a dia dos brasileiros. Mesmo entre tantos questionamentos, podemos dizer estamos à frente da criação de um projeto que promete mudar o mercado financeiro brasileiro, com diferenciais como a programabilidade que capacitará ativos virtuais e reais a serem transformados em tokens.
O dinheiro programável possibilitado pelo Drex vai além de agendar o pagamento de contas, como hoje alguns bancos já permitem. Ele garante a correta destinação do valor, como em casos de benefícios sociais em que o uso do recurso deve ser específico, e na criação de um crédito digital com um prazo certo para ser utilizado antes de expirar.
Vale destacar, também, que o piloto Drex será um canal onde acontecerão diversos “casos de uso” – ou seja, será um agente possibilitador de transações, smart contracts, entre outras situações.
Entretanto, para ser efetivo, os ativos digitais precisam estar “tokenizados”, e, para isso acontecer, é necessário incentivar o processo de transformação, como propriedades imobiliárias, ações, títulos, commodities e, até mesmo, direitos de propriedade intelectual, em tokens digitais registrados em uma blockchain.
Para a sociedade aderir ao processo de “tokenização”, é necessário que a mesma compreenda a funcionalidade dessa ferramenta digital de segurança. Para isso, é necessário um esforço que requer colaboração entre diversos atores, incluindo governos, instituições financeiras, empresas, investidores e a comunidade de tecnologia. A participação e incentivo de várias partes interessadas podem acelerar a adoção da tokenização e sua integração nos mercados financeiros tradicionais, tendo como resultado o Drex mais ativo na sociedade.
Os desafios que envolvem o projeto
Entende-se que a nova tecnologia trará ganhos de performance, garantindo maior velocidade das transações, inteligência e redução de custos para a sociedade. Em um país onde o PIX engajou mais de 149 milhões de pessoas, sendo mais de 137 milhões de pessoas físicas, em um novo modelo de sistema financeiro, é comprovadamente um case de sucesso reconhecido mundialmente. Seguindo com a inovação, o Drex irá democratizar com inteligência vários casos de uso. Em especial, o de crédito, que parece ser o desafio para o crescimento da economia brasileira.
Além desses pontos, a população brasileira poderá contar, ao utilizar o Drex, com as melhores práticas de segurança digital da indústria financeira, a fim de garantir a proteção.
Por fim, podemos resumir que o Drex vai democratizar o mercado de crédito, assim como outros que nem pensamos ainda, de modo geral. E isso por si só já justifica a dedicação de todos nós.
*Marco Zanini
*CEO da DINAMO Networks, empresa que está desenvolvendo o projeto piloto do Real Digital.