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Artigo Empresarial

Empresas brasileiras analógicas têm resultados mais baixos em relação a inovação e dados do que as digitais

Neste artigo, veja o que o estudo Conquer fala sobre as apostas das empresas brasileiras em inovação e dados.

25/03/2021 14:30

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Empresas brasileiras analógicas têm resultados mais baixos em relação a inovação e dados do que as digitais

Empresas brasileiras analógicas têm resultados mais baixos em relação a inovação e dados do que as digitais

Nos últimos anos, conseguimos criar empresas com crescimento acelerado e ganho de valor de mercado em uma velocidade exponencial.

Atualmente, o Brasil conta com 11 unicórnios e com uma enorme lista de startups que rapidamente entrarão nessa classificação. As empresas brasileiras que atualmente valem mais de 1 bilhão de reais são:

  1. Movile
  2. Ifood
  3. Nubank
  4. Quinto Andar
  5. Gympass
  6. Loggi
  7. 99 Taxi 
  8. Arco Educação
  9. Ebanx
  10. Stone
  11. Creditas

A lista daqui para frente é enorme. Uma série de empresas nativas digitais criadas por empreendedores brasileiros está próxima de se tornar um unicórnio. 

Mas quais são as características dessas companhias e porque elas conseguem um crescimento de valor tão acelerado? Nos últimos anos, desenvolvemos, aqui na Escola Conquer, uma metodologia para avaliar a capacidade das empresas em gerar valor baseados em inovação. 

Nossa metodologia é baseada no trabalho do professor David Roger, da Columbia University.  Atualmente, ele é o Diretor de Transformação Digital da renomada universidade de Nova Iorque e considera que o processo pelo qual estamos passando é baseado em 5 grandes domínios:

1 - Clientes: da massa para as redes de conexão e comunidades

Os clientes estão atuando de forma conectada em redes, influenciando e redesenhando a reputação dos negócios juntos, e não mais puramente como indivíduos isolados. 

Antes, o pensamento era: fazer um produto para atingir o máximo de clientes possíveis e comunicar em massa para alcançar e convencer o máximo de pessoas ao mesmo tempo. Hoje, interagimos e nos relacionamos de outra maneira. 

E por meio das redes existe um poder enorme para engajar, empoderar e co-criar com o cliente, colocando-o no centro, e integrando-o como parte essencial no processo de desenvolvimento dos produtos e serviços e na oferta dos mesmos. 

O cliente não é só o fim, mas também o meio.

2 - Colaboração: mais parcerias e plataforma, menos produtos e rivalidade

A concorrência está cada vez menos óbvia, menos binária. O segmento de aviação, por exemplo, está perdendo demanda de viagens executivas conforme surgem as plataformas de comunicação e colaboração como Zoom, Teams, Google Meets, Miro, Mural e milhares de outras soluções online que vem crescendo para suprir a necessidade de reuniões de negócios, porém a distância.

Os problemas que essas empresas resolvem é o mesmo, mas atuam em âmbitos completamente distintos. Isso não quer dizer que não devemos olhar para elas. Pelo contrário, precisamos estar ainda mais atentos aos movimentos dos mercados e trabalhar mais com parcerias e menos com rivalidade.

Isso se observa muito na crescente de intermediários de produtos e serviços diferentes, como as plataformas de Marketplace, AirBnBs e iFoods da vida.

O foco hoje está na entrega por maior valor para o cliente através de diferentes modelos de negócios.

3 - Dados: informações e ativos para alavancagem dos negócios

"Data-driven", "Big Data", "Data Strategy"... os tais dos dados nunca foram tão famosos. A frase “dados são o novo petróleo” já virou clichê, mas não a toa.

Segundo Gartner, a cada dia são gerados em média 2,2 milhões de terabytes de novos dados no mundo, o que equivale a quase 125 milhões de anos em filmes. 

Logo quando você acorda e abre seu app de meditação, já começa a gerar dados de uso no aplicativo, depois utiliza o Google para ver notícias, gerando dados de navegação na web, e então sai para correr na rua, enviando dados de localização para o celular.

Dados estão em todos os lugares, em todos os momentos, nas diversas tecnologias do dia a dia e podem, e devem, ser utilizados para melhorar a vida das pessoas e dos negócios, desde entregar experiências personalizadas a estudos de inteligência de mercado.

4 - Inovação: experimentação e testes recorrentes para aprendizados constantes

Inovar não é ter uma ideia que ninguém teve, lançar e colher os frutos. Isso é inventar. Inovar é criar uma constante de criação, teste de ideias e melhorias para dentro e fora dos negócios. 

Inovar é responder às mudanças e incertezas rapidamente, é adaptabilidade, é colaboração, é falhar cedo e barato para aprender rápido e gerar valor contínuo para o cliente e impacto positivo para a sociedade.

Muitas empresas tradicionais ainda possuem um velho estigma de que o erro é fatal e deve ser evitado a todo custo, pois o custo de falhas no passado, de fato, era muito alto. Porém, a tecnologia facilitou muito a elaboração e implementação de testes e experimentações em todos os âmbitos.

5 - Valor: se reinventar para criar valor constante

O que de fato a empresa tem a oferecer para o cliente? Qual dor/problema que resolve e como? Apesar de ser o cerne dos negócios, a proposta de valor não deve estar escrita em pedra. O caos e a rapidez com que tudo está se transformando provoca necessidades diferentes de um ano para outro.

Por isso, o último pilar da Transformação Digital fala sobre a importância dos negócios estarem à frente das mudanças de comportamentos, necessidades e oportunidades para uma entrega contínua de valor para o cliente e para a sociedade, ainda que isso signifique se reinventar constantemente.

A partir desse método, há dois anos decidimos iniciar um processo de mensuração da maturidade digital de nossos clientes. Em todos os projetos de Transformação Digital e Inovação realizamos a análise antes e depois dos nossos programas com o objetivo de provar o impacto da Inovação em nossos clientes. 

Não estamos falando somente de uma mudança de estilo de trabalho, capacidade de inovar mais rápido, mas também retorno financeiro sobre aquilo que é criado.

Atualmente temos mais de 40 empresas no estudo entre empresas nativas digitais e nativas analógicas. Várias dos unicórnios citados no início do artigo estão dentro do estudo.

Maturidade digital das nativas analógicas x nativas digitais

Primeiramente, é importante definir o que consideramos empresas nativas analógicas e o que consideramos empresas nativas digitais. 

As nativas digitais são empresas que já nasceram com um modelo de negócio baseado em uma plataforma digital. As nativas analógicas são empresas que não nasceram com essa realidade.

Dado esse contexto, o primeiro resultado abaixo é comparar a maturidade de cada um dos domínios da transformação digital: 

Nesse gráfico, podemos concluir que, em todos os domínios da Transformação Digital, a maturidade das empresas digitais é sempre maior do que as empresas analógicas. 

Em alguns casos a diferença é gritante e claramente mostra o impacto na capacidade das companhias em gerar valor financeiro. 

As empresas digitais têm uma avaliação no domínio “inovação” 30% maior do que as empresas nativas analógicas. Algumas perguntas dentro desse domínio chamam muita atenção nas empresas nativas analógicas. 

Experimentos alavancam inovação 

Quando colocamos a afirmação, “na empresa a qual faço parte os experimentos são contínuos e produzidos por qualquer tipo de profissional”, a diferença entre nativas digitais e nativas analógicas é de 45%.

As nativas analógicas têm uma enorme dificuldade em criar uma cultura de experimentos e, portanto, tem uma velocidade muito menor em gerar valor se comparado com as companhias digitais. 

Maior paradigma cultural: erro

Ao afirmarmos, “minha empresa considera os fracassos como fontes precursoras e baratas de aprendizado, sendo totalmente incentivadas, a diferença é de 35%. O erro ainda é um enorme paradigma que inviabiliza a inovação na grande maioria das empresas brasileiras. 

Nativas analógicas arriscam muito mais que digitais 

Outro ponto que chama muita atenção é quando afirmarmos, “as decisões da empresa são tomadas totalmente com base em testes e validações, a diferença é de 34%. 

Nesse dado podemos fazer uma outra análise interessante. Se os testes reduzem os riscos na tomada de decisão pois conseguem comprovar  hipóteses, as nativas analógicas estão arriscando muito mais do que as nativas digitais. 

Tenho escutado em diversas empresas o discurso de que dados são o novo petróleo. Porém, o discurso e a prática não estão alinhados nas empresas analógicas. O resultado mostra que as empresas digitais valorizam os dados 15% mais que as empresas analógicas. Por que isso acontece?

Na afirmação, “os dados da minha empresa são gerados em todos os lugares e compartilhados entre todos os departamentos”, encontramos a pior avaliação das empresas analógicas em todos os 28 itens analisados. A avaliação é de 4,99. 

Nesse item, a diferença é que as nativas digitais têm uma avaliação 47,5% maior. Essa diferença gritante está ligada a capacidade das empresas digitais em gerar e comunicar seus dados de uma maneira muito melhor que as empresas analógicas.

Outra afirmação importante do estudo é “em minha empresa, os dados são além de ferramentas de gerenciamento de processos. São ativos intangíveis e importantes para a criação de valor”, encontramos outro cenário bem discrepante. A diferença entre nativas analógicas e nativas digitais é de 22%.

Com essas duas afirmações importantes, percebemos que o discurso de algumas empresas nativas analógicas em relação a importância dos dados é realmente só discurso. Quanto mais elas demoram para entender que dados são ativos intangíveis que têm a capacidade de gerar valor, mais irrelevantes elas se tornaram para nossa sociedade. 

O Diagnóstico de Transformação Digital do Conquer Labs

Pensando em ajudar as empresas a entenderem melhor onde se encontram, quais são as fortalezas e pontos que precisam de mais atenção para melhorias, desenvolvemos o Genoma, um questionário que traz esse diagnóstico de Transformação Digital.

O diagnóstico pode ser feito para uma área específica da empresa ou envolver todos da companhia, de acordo com a necessidade de cada uma.O Genoma foi  baseado nos 5 pilares do David L. Rogers e está em constante evolução conforme vamos aprendendo e entendo a realidade brasileira com nossos clientes. 

Em abril, vamos lançar um relatório completo do Genoma, com os insights do cenário de Transformação Digital no mercado brasileiro, a partir de um compilado de diagnósticos realizados em 2020.

Você pode reservar uma cópia do relatório e aproveitar para solicitar o diagnóstico da sua empresa.

Os insumos do Genoma, juntamente com outras pesquisas internas, são guias para o desenvolvimento e entrega dos nossos produtos que envolvem desde consultoria a treinamentos e workshops em temas como Metodologias Ágeis, Liderança para Inovação, Design Thinking, Customer Centricity e tudo que impulsiona a Inovação e digitalização nas organizações.

Nosso objetivo é acelerar os negócios no Brasil, por meio da inovação e das oportunidades que o novo mundo digital oferece.

Quais são suas dúvidas? O que mais você quer que eu fale por aqui? Deixe seu comentário e aproveite para me contar o que achou ;)

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