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ARTIGO DE ECONOMIA

Um sopro de esperança para a nossa economia em 2021

Neste artigo será feito um balanço do cenário econômico brasileiro até o momento, apresentando dados relevantes para a possibilidade de dias melhores no setor

14/05/2021 13:30:02

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Um sopro de esperança para a nossa economia em 2021

Um sopro de esperança para a nossa economia em 2021 Imagem: Advantus Media Inc. and QuoteInspector.com

O ano tinha tudo para começar da pior maneira possível para a economia brasileira: vacinação lenta, recrudescimento da pandemia, necessidade de medidas mais rígidas para proteger a população em termos de fechamentos, fim do auxílio emergencial. Depois de um quarto trimestre de 2020 de recuperação, parecia que tínhamos tudo para um primeiro trimestre bem negativo.

Para se ter uma ideia de como o cenário esperado era negativo, se a partir desse ano as variações trimestrais do Produto Interno Bruto (PIB) forem sempre nulas, ou seja, mantidas a estabilidade durante todo ano, apenas o efeito carregamento (carry over) faria com que o PIB crescesse 3,6% e as expectativa estavam em 3,2% a 3,5%. 

Efeito carregamento existe porque a média do ano passado foi tão baixa que qualquer mudança de patamar no final do ano passado já jogaria a média para cima, sem crescimento, ou seja, se a previsão do ano é menor do que o feito carregamento, significa que se esperaria algo até negativo nos crescimentos na margem.

Vieram os primeiros dados de 2021 e esse cenário não foi se concretizando. O primeiro indicador que mudou as perspectivas e o humor do mercado foi o IBC BR do Banco Central. O índice é um apanhado de indicadores antecedentes do PIB, o que faz com que ele seja um bom previsor do PIB trimestral. 

O indicador subiu 1,07% em janeiro – em relação a dezembro – e 1,7% – em fevereiro relacionado a janeiro. Para o trimestre dar negativo é necessária uma queda de mais de 8%, dessazonalizado, em março, o que parece impossível. Portanto, segundo o índice, deveremos ter um PIB levemente positivo no trimestre, o mais atingido pela segunda onda da pandemia.

Outro indicador que chamou a atenção foi a arrecadação do governo federal, que foi recorde para o período.  No primeiro trimestre, a arrecadação federal atingiu R$445,9 bilhões, com alta de 5,64% acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em relação ao mesmo período do ano passado. No mês de março, o aumento foi de 18,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, com R$137,932 bilhões.

Outra indicação positiva veio do setor externo com um superávit da balança comercial recorde de toda a série. Foram U$13,34 bilhões em abril, com exportações de U$26,5 bilhões e importações de U$16,1 bilhões. No ano, as exportações somam U$82 bilhões e as importações U$63,9 bi, com altas de 26,6% e 14% respectivamente.

Além disso, no âmbito das concessões, a concessão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) foi um grande sucesso, atingindo a outorga de R$23 bilhões, com ágio de mais de 100%. Essa concessão é emblemática porque está relacionada a um setor que geralmente enfrenta dificuldades nesses processos. O sinal é que os investidores parecem ter interesse no Brasil, tanto que há previsão de um IPO (Initial Public Offering, em inglês) da Raízen, que pode inclusive bater o recorde do Santander em captação de recursos.

A resolução, ainda que temporária, do imbróglio do orçamento deixou os estrangeiros mais confiantes no Brasil, o que somado ao aumento de juros já se fez sentir na apreciação da moeda nacional. Se esse processo continuar, o câmbio deve se apreciar e aliviar outro ponto de tensão: a inflação.

Outro ponto positivo é o ciclo positivo de commodities. Com Estados Unidos e China crescendo, provavelmente a demanda por commodities deve subir, favorecendo o país, sem atingir tanto os preços em reais caso a moeda brasileira se valorize.

Vale lembrar que o primeiro semestre deve ser o com piores resultados, porque os efeitos da vacinação só se devem fazer sentir no segundo semestre, com mais de 50% da população vacinada. Deste modo, espera-se um nível de atividade no segundo semestre superior ao do primeiro.

Se não tivermos algum fator de risco que prejudique o curso normal da economia, como uma terceira onda, algum problema na condução da política econômica ou ainda o acirramento de tensões políticas, podemos ter um ano melhor do que o esperado. O povo brasileiro merece.

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