Usuários brasileiros que realizaram a digitalização da íris em troca de pagamento relatam dificuldades para obter suporte da empresa responsável pelo serviço. O projeto utiliza a biometria ocular como uma forma avançada de identificação e, nos últimos meses, tem se expandido por regiões periféricas de São Paulo.
No dia 11 de fevereiro de 2025, a companhia interrompeu novos cadastros no Brasil após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD)rejeitar um recurso e manter a proibição definitiva de pagamentos aos participantes pela coleta dessas informações biométricas.
A ANPD, vinculada ao Ministério da Justiça, destaca que muitas pessoas não entenderam completamente os riscos envolvidos e o propósito real da iniciativa e entregaram esse dado tão importante apenas porque queriam ou precisam do dinheiro.
Além da suspensão, a empresa foi instruída a indicar um encarregado pelo tratamento de dados pessoais no Brasil, conforme previsto no artigo 41, da Lei Geral de Proteção de Dados.
As principais reclamações estão relacionadas ao aplicativo utilizado para o registro e gerenciamento dos pagamentos. Segundo usuários, a ferramenta tem apresentado falhas e dificultado o acesso aos valores recebidos pela participação.
A maior parte das dificuldades envolve o pagamento em criptomoedas. O projeto prevê a liberação de 20 unidades da moeda digital logo após o escaneamento da íris, com parcelas adicionais distribuídas ao longo de um ano.
Os participantes podem converter os ativos para reais, mas a cotação da moeda sofreu quedas desde o final de janeiro, coincidindo com a decisão da ANPD e a redução do fluxo de novos cadastros.
A proposta do projeto é criar uma base de usuários autenticados via biometria ocular, sob o argumento de que esse método permitirá, no futuro, distinguir pessoas reais de inteligências artificiais.
A empresa afirmou que não pode mensurar a quantidade de usuários afetados, pois o processo de registro é anônimo.
No entanto, diversos relatos indicam que o suporte, operado por inteligência artificial, não tem sido eficiente, resultando em perda de acesso às contas e, consequentemente, aos valores recebidos.