Termo popularizado no TikTok levanta discussões sobre a importância das soft skills no ambiente de trabalho; especialista destaca caminhos para fortalecer a cultura corporativa de forma sustentável
Vídeos sobre “personality hire” — expressão que descreve profissionais contratados mais por sua personalidade do que por competências técnicas — acumulam milhões de visualizações no TikTok. A tendência, que ganha força entre jovens da geração Z, reacende o debate sobre o papel das habilidades interpessoais no ambiente corporativo e a importância de uma cultura organizacional positiva.
O movimento tem ganhado força especialmente nos Estados Unidos. De acordo com uma pesquisa do site de carreiras Monster, quase metade dos trabalhadores norte-americanos se considera um “personality hire”. Desses, 85% afirmam ser capazes de fortalecer as relações com colegas, clientes e parceiros; 70% dizem contribuir para melhorar o clima no escritório e 71% acreditam impactar positivamente a cultura da empresa.
Para Marcus Vaccari, sócio da vertical de People as a Service da Triven, empresa especializada em gestão de pessoas, o fenômeno ilustra a crescente valorização do clima organizacional, mas reforça a necessidade de estratégias estruturadas para garantir ambientes saudáveis e inclusivos no longo prazo.
“O debate em torno do “personality hire” oferece uma oportunidade relevante para empresas refletirem sobre como as relações interpessoais moldam o dia a dia nas organizações. Um ambiente saudável não depende de um ou outro colaborador carismático, mas de uma cultura construída intencionalmente, com base em escuta ativa, segurança psicológica e comunicação transparente”, avalia o especialista.
Além de impulsionar o engajamento e a retenção de talentos, uma cultura organizacional sólida contribui diretamente para a produtividade e o alinhamento de objetivos. “Não se trata de contratar apenas pela ‘vibe’, nem de desconsiderar competências técnicas, mas sim de entender que o clima no ambiente de trabalho é um ativo estratégico e coletivo”, reforça Marcus.
Construção intencional da cultura
Segundo o especialista, empresas que desejam fortalecer sua cultura interna devem investir em processos contínuos de escuta, integração entre equipes, clareza de valores e reconhecimento não apenas de resultados, mas também de comportamentos que fortalecem a convivência.
Para Marcus Vaccari, o protagonismo da geração Z no mercado acelera a demanda por ambientes de trabalho mais empáticos, flexíveis e conectados com questões de saúde mental. “As organizações que entenderem esse movimento e se anteciparem com ações consistentes sairão na frente”, conclui.
Fonte: Triven