A revolução digital não apenas transformou modelos de negócios e relações de consumo, como também redefiniu o papel da liderança nas organizações. Em um cenário marcado por incertezas, mudanças aceleradas e inovação constante, surgem as chamadas Smart Skills, competências comportamentais e emocionais que complementam as habilidades técnicas, consideradas essenciais para liderar com eficácia na era digital.
Segundo o Relatório de Tendências de Gestão de Pessoas 2025, da Great Place to Work (GPTW), 93% das organizações planejam investir no desenvolvimento e capacitação de suas lideranças. As características mais valorizadas incluem: capacidade de entregar resultados, empatia e gestão humanizada, além de conhecimento do negócio, produto ou serviços.
A importância de desenvolver essas habilidades também é reforçada por um estudo global da Harvard Business Publishing, que revelou que 70% dos profissionais de Desenvolvimento de Liderança (L&D) consideram importante ou muito importante que os líderes dominem uma gama mais ampla de comportamentos eficazes para atender às necessidades atuais e futuras dos negócios.
No entanto, ao contrário das soft skills tradicionais, como comunicação e empatia, as smart skills ampliam esse leque ao integrar competências tecnológicas e estratégicas que impulsionam a tomada de decisão, a inovação e a adaptabilidade.
“Não basta mais o líder ser apenas um bom gestor de pessoas. Ele precisa entender de dados, atuar com pensamento crítico, adaptar-se rapidamente a cenários voláteis e, sobretudo, liderar com propósito e inteligência emocional”, explica o especialista em tecnologia, CEO Advisor e Presidente da Editora Brasport, Antonio Muniz.
O desafio da formação de líderes digitais
Empresas que investem no desenvolvimento dessas habilidades têm maior capacidade de adaptação às mudanças e tendem a obter melhores resultados em inovação, engajamento e performance. No entanto, preparar líderes para esse novo contexto ainda é um desafio.
Segundo levantamento da Olivia, consultoria especializada em transformação organizacional, 37% dos gestores afirmaram não se sentir preparados para as mudanças, enquanto 3% disseram estar pouco preparados.
“As competências técnicas podem ser ensinadas com mais facilidade, mas as smart skills exigem uma jornada de autoconhecimento, feedbacks constantes e uma cultura organizacional que valorize o desenvolvimento humano. É essencial estar apto para mudanças, principalmente no uso da tecnologia como aliada para a evolução profissional”, complementa Antonio.
Competências que moldam a liderança do futuro
Entre as principais smart skills que já se destacam entre líderes de alto desempenho, estão:
- Alfabetização digital e fluência em dados: com o volume de informações crescendo exponencialmente, líderes precisam interpretar dados de forma estratégica para tomar decisões baseadas em evidências, e não apenas na intuição.
- Adaptabilidade e pensamento ágil: saber navegar em contextos de mudança constante, com flexibilidade e mentalidade de crescimento, é indispensável em um mundo onde as transformações tecnológicas não dão trégua.
- Liderança empática e colaborativa: em tempos de trabalho híbrido e equipes multidisciplinares, a capacidade de liderar com empatia, escuta ativa e inclusão é uma vantagem competitiva.
- Inteligência emocional e gestão de crises: a habilidade de reconhecer, entender e gerenciar emoções, próprias e alheias, é vital para manter a estabilidade emocional da equipe e superar desafios com resiliência.
- Visão estratégica e inovação contínua: líderes precisam pensar no futuro, antecipar tendências, estimular a criatividade da equipe e promover um ambiente de inovação constante.
Mais do que acompanhar as mudanças tecnológicas, o líder do futuro precisa ser protagonista da transformação. “As smart skills não apenas ampliam a capacidade de resposta aos desafios do presente, mas também constroem um modelo de liderança mais sustentável, diverso e inovador, preparado para conduzir equipes e negócios rumo ao futuro. Investir nessas competências não é mais uma escolha, é uma necessidade estratégica”, finaliza Antonio Muniz.
Fonte: Temma