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ARTIGO DE ECONOMIA

IPCA de maio reforça tendência de manutenção da Selic

Desaceleração da inflação em maio reforça expectativa de manutenção da taxa básica de juros pelo Banco Central.

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IPCA de maio reforça tendência de manutenção da Selic

IPCA de maio reforça tendência de manutenção da Selic Foto: Wellington Cruz/Pexels

Nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central (BC) tem enfatizado as necessidades de cautela e monitoramento contínuo dos indicadores econômicos antes de qualquer decisão sobre a taxa básica de juros. O argumento central é que os efeitos das elevações anteriores da Selic ainda estão se propagando pela economia. Nesse contexto, o resultado do IPCA de maio representa um sinal substancial na direção da estabilidade da política monetária.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE na última terça-feira (10), registrou alta de 0,26% no mês passado, marcando uma desaceleração frente ao avanço de 0,43% observado em abril. No acumulado do ano, o índice chega a 2,75%, enquanto a inflação dos últimos 12 meses alcança 5,32%. O principal fator para essa desaceleração foi a redução no ritmo de alta nos preços de alimentos e bebidas, que passaram de uma variação de 1,14%, em abril, para 0,39%, em maio. Por outro lado, os combustíveis voltaram a subir, ainda sem refletir a redução nos valores anunciada pela Petrobras para junho.

Outra questão importante é que, mesmo com a bandeira tarifária amarela — que resultou em uma elevação de 1,68% na energia elétrica —, o índice geral se manteve abaixo das expectativas de mercado. Esse resultado sugere um comportamento benigno dos preços, principalmente em meio à pressão de itens administrados.

Entretanto, o dado mais relevante para a leitura prospectiva da política monetária veio dos Serviços, frente a uma desaceleração expressiva: o segmento de despesas pessoais subiu 0,35%, enquanto educação teve variação residual de 0,05%, ao passo que a atividade de saúde e cuidados pessoais, que havia registrado 1,18% em abril, desacelerou para 0,54% em maio — reflexo, em parte, dos reajustes nos preços dos medicamentos e dos planos de saúde.

No agregado, o setor desacelerou de uma alta de 0,63%, em março, para 0,20%, em abril, e para 0,18%, em maio. Até mesmo os serviços intensivos em mão de obra, segundo levantamento da XP Investimentos, recuaram para 0,49%, confirmando uma trajetória de desaquecimento, ainda que de forma gradual.

Com o IPCA de maio abaixo das projeções — o mercado esperava 0,33% —, ganha força a leitura de que a inflação está em processo de arrefecimento, ainda que o acumulado em 12 meses permaneça acima da meta estipulada pelo BC.

Por isso, os sinais de moderação na inflação dos Serviços e no índice cheio, somados aos efeitos defasados do ciclo anterior de aperto monetário, devem conferir ao Copom mais segurança para manter a Selic na próxima reunião. A leitura predominante no mercado é de que a taxa deve continuar nos atuais 14,75%, interrompendo uma sequência de seis altas consecutivas. 

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