A próxima revolução tecnológica já tem nome: Inteligência Artificial Emocional (IA Emocional).
Inspirada em décadas de pesquisas que destacam a importância da Inteligência Emocional (IE) para o sucesso humano, a IA está evoluindo para incorporar empatia, reconhecimento de sentimentos e respostas emocionalmente inteligentes — um passo crucial para a humanização da tecnologia.
“Esta tecnologia desponta como uma das áreas mais inovadoras da próxima década, com potencial de transformar experiências, aumentar o engajamento e fortalecer o vínculo entre tecnologia e emoção”, explica Adriano Candido, diretor de Soluções e Inovação da Softtek Brasil, multinacional de TI dedicada a ajudar organizações a evoluírem através da tecnologia digital.
Enquanto a Inteligência Artificial tradicional se destaca pela análise lógica e processamento de dados, a IA Emocional vai além: ela reconhece, interpreta e responde a emoções humanas a partir de sinais como voz, expressões faciais, gestos e até variações fisiológicas.
“Trata-se de uma tecnologia que promete redefinir a interação entre pessoas e máquinas em setores como saúde, educação, mobilidade, segurança, atendimento ao cliente, marketing e desenvolvimento de produtos”, ressalta Adriano.
Segundo relatório publicado pela Allied Market Research, o mercado global de Inteligência Artificial Emocional foi avaliado em US$ 1,8 bilhão em 2022 e deverá atingir US$ 13,8 bilhões até 2032, crescendo a uma taxa média anual de 22,7%.
O estudo aponta ainda que esse crescimento será impulsionado pela adoção acelerada de tecnologias de aprendizado de máquina, biometria, reconhecimento facial e pela crescente demanda por interações mais humanizadas entre usuários e sistemas.
“Esse salto não é apenas tecnológico, mas comportamental. A IA está deixando de ser apenas funcional para se tornar relacional — e isso muda tudo”, afirma o executivo.
Aplicações práticas
Tecnologias como BERT e GPT – já amplamente utilizadas em modelos de linguagem – estão sendo aprimoradas para captar nuances emocionais em textos e falas, permitindo a criação de experiências mais personalizadas e com maior apelo.
Além disso, avanços em redes neurais (CNNs, Redes Neurais Convolucionais, e RNNs, Redes Neurais Recorrentes) e algoritmos de aprendizado profundo estão tornando possível antecipar emoções futuras com base em padrões comportamentais.
Algumas das aplicações já em desenvolvimento incluem:
- Análise de sentimento para prever o humor de consumidores e ajustar produtos e campanhas em tempo real;
- Monitoramento emocional para prevenir acidentes por fadiga ou estresse em ambientes industriais e no trânsito;
- Assistentes empáticos para saúde mental, educação e suporte técnico;
- Design de interfaces adaptativas que reagem ao estado emocional do usuário.
Importante ressaltar que a Inteligência Artificial Emocional apresenta desafios éticos, especialmente relacionados à privacidade e ao uso responsável de dados emocionais.
Empresas do setor estão sendo incentivadas a adotar diretrizes rígidas e a garantir a inclusividade cultural, reconhecendo expressões emocionais diversas e evitando vieses discriminatórios.
“O sucesso da IA Emocional dependerá da sua capacidade de evoluir de forma ética, adaptável e inclusiva. O impacto nos negócios e nas relações humanas pode ser tão profundo quanto foi a chegada da própria internet”, conclui Adriano.
Fonte: Vianews