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SAÚDE FINANCEIRA

Especialistas explicam os cinco maiores "ralos financeiros" que afetam empresas de saúde

Cinco ralos financeiros que afetam a saúde financeira de consultórios e clínicas

24/07/2025 18:30

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Ralos financeiros em saúde: como evitar desperdícios e aumentar lucros

Especialistas explicam os cinco maiores

A gestão de um consultório ou clínica médica demanda alguns cuidados que, se não observados, podem resultar em perda de dinheiro. São os chamados “ralos financeiros”. Para “tapar” esses ralos e cessar o desperdício de recursos, é preciso, primeiro, conhecer onde estão tais vazamentos. E, imediatamente, buscar assessoria especializada, capaz de combinar os conhecimentos em contabilidade com as especificidades dos negócios em saúde.

Mas, enfim, que “ralos” são esses? A especialista em planejamento tributário Júlia Lázaro, fundadora e CEO da Mitfokus, fintech voltada à gestão contábil de médicos, consultórios e clínicas, e o supervisor financeiro Nilson Gabriel Andrade Barbosa enumeram pelo menos cinco ralos financeiros a impactar os negócios em saúde.

Os especialistas explicam a metáfora: “ralo financeiro é tudo aquilo que faz o dinheiro 'escorrer' da clínica, sem que os gestores percebam de imediato. Assim como um ralo mal vedado deixa a água escapar, esses problemas fazem os recursos financeiros sumirem aos poucos, ou até rapidamente, prejudicando o resultado final”.

Na prática, continuam, “são gargalos na gestão, falhas de processos ou omissões que impactam diretamente o caixa, afetam a saúde financeira do negócio”. Assim, os cinco maiores ralos financeiros que afetam consultórios e clínicas são:

  1. Faturamento. Júlia Lázaro explica que estão nesse item a não renegociação com convênios, as glosas (não cobertura de algum item pela operadora de saúde) e a não cobrança, dos convênios, de materiais e medicamentos. Ou seja: deixa-se de obter receitas imprescindíveis para a sustentabilidade do negócio.
  2. Tesouraria. Aqui, está a falta de capital de giro e de controle do fluxo de caixa. Antecipar recebíveis de cartão e não fazer a conciliação da maquininha de cartões estão entre fatores a contribuírem para o escoamento de dinheiro.
  3. Impostos. Deixar de fazer um planejamento tributário especializado é desperdício de dinheiro na certa, adverte a especialista. “O médico deixa de aproveitar benefícios fiscais, que só uma contabilidade especializada consegue identificar com precisão, e paga mais tributos do que o que deveria”. Ou, pior, ter bitributação.
  4. Compras e estoque. Nesse ralo está o hábito de comprar em pequena quantidade parcelada, de não aplicar técnicas de negociação de compras e não controlar estoque.
  5. Gestão de pessoas. Rotatividade do quadro de colaboradores, não preparar para prestar bom atendimento e falta de comissionamento estruturado e de engajamento com na clínica podem afetar o desempenho do consultório e clínica e, consequente, sua receita e rentabilidade.

Na avaliação da CEO da Mitfokus, esses ralos surgem e se expandem quando o profissional foca exclusivamente na prestação do serviço médico. Isso é fundamental, entretanto a gestão do negócio também deve merecer atenção, cuidado aprimorado. “Às vezes, até há um administrador, porém sem o conhecimento especializado necessário para clínicas”, assinala.

Desse modo, a contabilidade especializada se mostra imprescindível. “Uma contabilidade que conhece a jornada do médico desde o início, quando recém formado, até a construção de uma grande clínica, consegue apoiar com planejamentos especializados e personalizados, de forma estruturada para cada tipo de negócio médico – seja realizando plantões, atuando como prestador especializado, tendo seu consultório ou em clínica”, afirma Júlia Lázaro.

Pela consultoria financeira focada em saúde, demonstra-se ao profissional médico quais as melhores práticas de gestão, “identificando ralos financeiros, demonstrando o que o mercado (benchmark) está praticando e desenvolvendo estratégias necessárias”, sublinha a especialista. “Uma contabilidade generalista, ao desconhecer a jornada do médico e benefícios que podem ser aplicados, acaba criando um planejamento comum – não personalizado, fazendo o médico empresário pagar mais impostos.

A título de ilustração, Gabriel, supervisor financeiro da empresa, cita caso recente atendido pela Mitfokus – uma clínica de endoscopia, formada por um proprietário só. Antes da consultoria especializada, as receitas da clínica vinham apenas das consultas médicas realizadas.

Foi aí que identificamos um problema no planejamento tributário da clínica”, explica Nilson Gabriel Andrade Barbosa. “O cliente emitia todas as notas fiscais como se fossem apenas consultas, mas, na prática, ele também realizava exames e procedimentos. O imposto para consultas é mais alto, porque não há benefícios fiscais. Quando separam os serviços corretamente, os impostos caem. Fizemos essa separação e o cliente conseguiu reduzir drasticamente os impostos que vinha pagando a mais.

Cessado o problema, a clínica obteve ainda uma redução de R$ 600 mil nas despesas – incluindo fim de pagamento de impostos indevidos, entre outros custos. “Com o ralo tapado, a clínica aumentou em R$ 2,4 milhões a receita anual, e passou a ter lucro, também ao ano, da ordem de R$ 1,8 milhão”, informa o especialista.

 

Fonte: Engenharia de Comunicação

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