Nunca antes tantos brasileiros estiveram endividados, segundo dados do Serasa Experian, que contabiliza atualmente cerca de 77 milhões de pessoas com contas em atraso — sendo 35 milhões em dívidas com bancos. Em momentos de juros altos, o cenário é ainda mais preocupante e torna a escolha pelo tipo de crédito no mercado um ponto-chave para quem busca algum investimento, mas não quer cair no endividamento.
Educadora financeira e bancária autônoma na Franq, Ana Oliveira destaca que, mais do que nunca, ter o controle das finanças se tornou imprescindível, pois, com as taxas de juros elevadas, tomar crédito ou renegociar dívidas se tornaram alternativas muitas vezes prejudiciais à saúde financeira do brasileiro.
“Devemos manter o orçamento financeiro controlado, não esquecendo de construir uma reserva de emergência, mesmo que pequena, para evitar cair em dívidas por conta dos imprevistos. Além disso, é importante buscar conhecimento sobre os produtos financeiros. Existem opções de crédito mais acessíveis que podemos utilizar para uma reestruturação financeira eficaz. Porém, nem todo mundo sabe disso, portanto, um trabalho especializado pode ser uma solução para sair das dívidas de forma assertiva”, comenta a especialista.
Ana Oliveira destaca algumas modalidades de crédito mais tradicionais para quem deseja ter cautela, como o financiamento imobiliário e o consórcio — modelo que vem em crescimento contínuo no Brasil nos últimos cinco anos e bateu recorde de novos negócios no primeiro quadrimestre de 2025.
“Em um cenário onde a maior parte dos brasileiros não possui casa própria e se aposenta sem conseguir manter-se somente com o INSS, adquirir um imóvel, mesmo que financiado, é o que chamamos de ter uma ‘boa dívida’”. E, olhando para modalidades menos populares no Brasil, ela sinaliza também o home equity (Crédito Com Garantia de Imóvel), que vem crescendo no país nos últimos anos e pode auxiliar na recuperação da saúde financeira para quem já possui um bem. Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP), em 2024, o número de operações de home equity no Brasil cresceu 54%, e há uma expectativa de ampliação em 2025 após novas regras que reduziram incertezas do modelo.
Educação financeira e olhar personalizado
Bancária autônoma por meio da plataforma da Franq, Ana Oliveira ressalta a importância do olhar individualizado para as soluções financeiras existentes atualmente. Ela destaca que o mercado é amplo e existem inúmeras instituições financeiras oferecendo soluções para os clientes, sendo algumas delas possíveis “armadilhas” que, somadas à falta de conhecimento da própria renda e do funcionamento do mercado financeiro, podem se tornar um risco. Nesse cenário, atendimentos personalizados e não ligados exclusivamente a uma única instituição trazem uma vantagem importante na hora de fazer a melhor escolha.
“O endividamento muitas vezes é causado não por ausência de dinheiro, e sim por falta de prioridades. Devemos estar atentos para não vivermos com o dinheiro que não temos, para adquirir o que não precisamos e parecer o que não somos”, completa.
Fonte: Franq