A transação tributária já se consolidou como uma das principais ferramentas de negociação de dívidas com o fisco. Ainda assim, muitos empresários continuam resistentes em utilizá-la. O resultado é que permanecem em uma situação de fragilidade, acumulando passivos tributários que poderiam ser negociados com condições muito mais vantajosas do que aquelas oferecidas em parcelamentos tradicionais.
A questão que se impõe é: por que ainda há tanta resistência? E mais importante: como transformar essa barreira em uma oportunidade real de recuperação financeira e estratégica para as empresas?
As resistências mais comuns
Ao conversar com empresários no dia a dia, é possível identificar alguns pontos que se repetem:
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Medo de não conseguir cumprir o acordo. Muitos associam a transação tributária a compromissos inflexíveis, como se estivessem “presos” a uma obrigação impossível de honrar.
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Desconfiança em relação aos benefícios. Há quem acredite que a transação não seja diferente de um parcelamento comum, sem perceber as reduções expressivas de juros e multas.
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Falta de informação clara. Muitos ainda não sabem quem pode aderir, quais débitos são abrangidos ou como funciona o processo na prática.
Essas barreiras, quando não enfrentadas, acabam levando a um ciclo perigoso: a empresa não negocia, o passivo cresce e as oportunidades de regularização são perdidas.
As vantagens pouco exploradas
A transação tributária vai muito além do simples parcelamento. Ela abre espaço para alternativas que podem representar um divisor de águas na gestão empresarial. Entre as principais vantagens, destaco:
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Redução significativa de juros e multas. Em muitos casos, o desconto pode chegar a patamares que tornam o passivo realmente administrável.
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Uso de créditos de prejuízo fiscal e base negativa. Algo impossível em outras modalidades de negociação e que pode reduzir substancialmente a dívida.
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Flexibilidade para empresas em dificuldade. A legislação permite condições especiais para aquelas que comprovam incapacidade de pagamento, o que dá fôlego para a retomada sustentável.
Ou seja: não se trata apenas de pagar menos, mas de reestruturar a relação da empresa com o fisco.
De resistência a oportunidade
O caminho para transformar essa resistência em oportunidade passa por três movimentos estratégicos:
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Análise técnica individualizada. Cada empresa tem uma realidade própria, e é a partir dela que se deve avaliar qual modalidade de transação é a mais vantajosa.
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Mudança de mentalidade. A transação não é um sinal de fraqueza, mas uma demonstração de inteligência na gestão de passivos.
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Visão estratégica. Regularizar a dívida significa muito mais do que “limpar o nome”. Abre portas para crédito, melhora a imagem da empresa perante fornecedores e cria condições para crescer de forma sólida.
Conclusão
A resistência dos empresários à transação tributária é compreensível, mas não pode ser impeditiva. O desconhecimento e o receio devem dar lugar a uma postura estratégica. Negociar com o fisco é, hoje, uma oportunidade única de transformar passivos em alavancagem para o futuro.
O empresário que rompe a barreira da resistência e busca orientação especializada descobre que a transação tributária não é apenas uma solução emergencial, mas um instrumento de gestão inteligente, capaz de devolver competitividade e segurança ao negócio.