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Empresas freiam salários, enfrentam falta de mão de obra qualificada e pressão por melhores benefícios, diz Guia Salarial 2026.

Dificuldade em encontrar mão de obra qualificada e pressão por benefícios marcam o cenário de RH no Brasil.

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Empresas freiam aumentos salariais e buscam talentos com soft skills

Empresas freiam salários, enfrentam falta de mão de obra qualificada e pressão por melhores benefícios, diz Guia Salarial 2026.

Empresas freiam aumentos salariais, têm dificuldade de encontrar mão de obra qualificada e sentem pressão por melhora nos pacotes de benefícios, aponta Guia Salarial 2026 da Michael Page

  • 45% das empresas não planejam aumentar salários em 2026.
  • Só 20% das organizações declaram intenção de oferecer aumento real nas remunerações.
  • 59% dos profissionais ouvidos não receberam aumento nos últimos 12 meses.
  • Só 5% se dizem satisfeitos com a remuneração atual.
  • 73% das empresas têm dificuldade de encontrar mão de obra qualificada.
  • Habilidades técnicas perdem espaço para soft skills.
  • 55% das empresas dizem que benefícios são chave para atrair e reter talentos.
  • 42% dos candidatos querem benefícios flexíveis.

São Paulo, outubro de 2025 - A maior parcela das empresas em operação no Brasil está cautelosa em conceder aumentos salariais nos próximos meses, encontra grande dificuldade para contratar mão de obra qualificada e está sentindo pressão por revisão de seu pacote de benefícios, num ambiente marcado por forte transformação tecnológica e incertezas no campo econômico.

Estas são algumas das principais constatações do Guia Salarial 2026, produzido pela Michael Page, líder global em recrutamento de média e alta gerência. O levantamento ouviu 7.147 profissionais de 998 empresas de todo o Brasil. 56% dos entrevistados atuam em organizações de grande porte, 18% integram empresas médias e 26% trabalham em pequenas empresas. 63% dos profissionais consultados ocupam cargos em companhias nacionais e 37% estão alocados em multinacionais com presença predominantemente na América Latina.

Reajustes em queda

Segundo o levantamento, 45% das empresas não planejam conceder reajustes salariais aos colaboradores em 2026, além daqueles previstos em lei ou convenções coletivas. Na pesquisa anterior, do Guia Salarial de 2025, o índice dos que descartavam aumentos era de 30% do universo de companhias consultadas.

O estudo mostra que apenas 20% das empresas afirmam que concederão aumentos reais aos colaboradores no futuro próximo, patamar menor que os 38% registrados no levantamento anterior, o que aponta para um cenário de extrema cautela com a saúde do caixa, em contexto de desaceleração da atividade econômica e incertezas quanto ao andamento dos negócios.

O cenário mais restritivo no futuro, repete a tendência verificada ao longo dos últimos meses. Segundo o levantamento, 59% dos entrevistados reportam que não receberam aumento salarial nos últimos 12 meses. A contenção já está causando estresse, e apenas 5% da amostra afirma estar muito satisfeita com a remuneração que recebe, enquanto 45% se dizem satisfeitos e 39% declaram insatisfação com o atual patamar salarial.

O aperto nos reajustes já está impactando a satisfação com o trabalho. Do total dos entrevistados, apenas 16% se dizem muito satisfeitos com a atividade atual, enquanto 38% estão pouco satisfeitos e 35% têm algum grau de insatisfação.

“Estamos atravessando um momento desafiador e empresas que estiverem atentas a tendências e novas práticas de gestão terão melhores chances de garantir atração e retenção de talentos, questão que impacta diretamente a competitividade”,” que impactam diretamente a competitividade, diz Ricardo Basaglia, presidente da Michael Page no Brasil.

Dificuldade de contratar

O Guia Salarial da Michael Page também lançou um olhar sobre o panorama de contratações no país. De acordo com o levantamento, 73% das empresas ouvidas declaram que estão enfrentando dificuldades na contratação por falta de profissionais qualificados.

Além de competências técnicas e fluência em novas plataformas tecnológicas, como IA generativa, as empresas buscam profissionais que combinem conhecimento técnico com inteligência emocional, pensamento crítico, visão sistêmica e alta capacidade de adaptação. Habilidades para gerir conflitos, capacidade de comunicação e autonomia com responsabilidade completam o quadro de características mais procuradas nos candidatos.

Estes atributos, no entanto, são uma barreira nas contratações. Segundo 30% das empresas, a falta de habilidades interpessoais foi um dos três maiores obstáculos nas contratações no último ano.

Segundo o levantamento, bom relacionamento interpessoal e inteligência emocional lideram as qualidades apontadas como de alta demanda, ambas citadas por 88% das empresas ouvidas pela Michael Page.

Pensamento analítico e inovador surge em seguida, mencionado por 83% da amostra, mesmo patamar apontado para tolerância ao estresse e adaptabilidade (83%). As empresas também valorizam mentalidade voltada para o cliente (82%), pensamento crítico (81%), liderança e influência (77%), criatividade, originalidade e iniciativa (76%) e aprendizado contínuo (76%).

Estas competências suplantam as capacitações mais técnicas, como resolução de problemas complexos (73%), raciocínio lógico (71%), solução de problemas na experiência do usuário (59%), uso, monitoramento e controle de tecnologia (53%), análise e avaliação de sistemas (47%) e design de tecnologia e programação (32%).

“A contratação por conhecimento técnico continua sendo importante, é claro. Mas isso deve vir acompanhado de outros atributos. As empresas buscam talentos que tenham disposição, autonomia, espírito colaborativo e resiliência para resolver problemas complexos e desafios de negócios inéditos. Este é o novo padrão”, analisa Basaglia.

Benefícios para atrair e reter talentos

Com mais restrições para aumentar salários, os benefícios atrelados à contratação passam a ser peça-chave na atração e retenção de talentos, apontam 55% dos entrevistados do Guia Salarial 2026. Itens como bônus, alimentação e saúde aparecem no topo das prioridades, seguidos por previdência privada e programas de capacitação e desenvolvimento.

“O desafio é construir pacotes de benefícios que realmente façam a diferença para os colaboradores, fortalecendo a competitividade para atrair e reter profissionais que farão a diferença”, diz Basaglia. Encontrar o melhor equilíbrio esbarra no alto custo dos benefícios, segundo 81% das empresas ouvidas, na dificuldade de alinhamento com as expectativas dos talentos (69%) e na pressão do mercado e competidores por pacotes mais robustos (51%).

Entre as empresas ouvidas pelo levantamento, 60% afirmam oferecer projetos de capacitação e desenvolvimento, como programas de liderança (49%), apoio, subsídio ou descontos em programas educativos (47%) e plataformas de aprendizado contínuo (43%). O que as empresas dizem não é percebido na ponta pelos profissionais. Apenas 28% dos profissionais dizem receber capacitação e desenvolvimento como benefício.

“Existe ainda um desalinhamento entre oferta e expectativas e é muito importante equacionar os benefícios para garantir vantagem competitiva na hora de contratar e manter times vencedores”, diz Basaglia. A pesquisa aponta que 48% das corporações mantêm pacotes padronizados, sem possibilidade de personalização, o que contrasta com os 42% dos candidatos que consideram muito importante contar com benefícios flexíveis.

Essa lacuna pode comprometer o engajamento dos talentos, resultando em aumento da rotatividade, especialmente em segmentos mais competitivos. Além da escassez de talentos qualificados, as empresas reclamam da alta rotatividade ou falta de engajamento (61%) dos contratados e de expectativas salariais acima do orçamento disponível (58%). “Os fatores estão interligados: profissionais com qualificações específicas têm maior poder de barganha, o que eleva o turnover e pressiona os salários. A hora é de construir estratégias assertivas para garantir mão de obra qualificada e engajada”, avalia o presidente da Michael Page.

Fonte: ConteudoINK

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