A reforma tributária está provocando mudanças significativas no ambiente das empresas de contabilidade, tanto que muitas dessas empresas irão sucumbir às pressões, asàs demandas e as novas exigências e, dessa forma, vão fechar as portas. Mas isso todos que atuam na área já sabem. Pouco se fala dos ERP contábeis, que também vão sofrer com as mesmas pressões, demandas e exigências, e vários desses sistemas não vão suportar e acabarão absorvidos pelos concorrentes ou desaparecerão do mercado.
Os ERPs contábeis, com o tempo, adquiriram um nível de excelência incontestável no quesito atendimento de obrigações fiscais. Mas isso começou a mudar com a simplificação tributária prevista na reforma tributária.
Sem boa parte das obrigações acessórias para preencher e com a apuração fiscal assistida, os ERPs terão que subir o nível de excelência em outras rotinas, que, no momento, são inexistentes, ignoradas, subaproveitadas ou mal construídas.
Faltam opções como listar os dados em formato de tabela corrida, geradores de relatórios com interface descomplicada, conexões com APIs, métodos de importação e exportação de dados configuráveis, capacidade de calcular índices usando mais de um modelo de análise de desempenho e de estrutura de capitais, só para citar algumas das deficiências mais conhecidas. Muitos ERPs contábeis não conseguem fazer coisas simples como emitir um razão ou diário em planilha sem mesclar células.
Os clientes das empresas de contabilidade vão começar a exigir relatórios de dados, relatórios financeiros e coisas que vão muito além de um simples balancete e uma DRE, que, aliás, deixou de ser simples. A DRE agora exige conhecimentos técnicos mais sofisticados das normas contábeis para a sua elaboração.
Somar o ERP contábil com ferramentas como o Power BI, Business Intelligence, Google Looker, etc. é praticamente impossível. Sabe-se que alguns ERPs contábeis até possuem uma ferramenta própria de BI, mas que nem sempre serve ao interesse do cliente.
O fato é que os clientes das empresas de contabilidade, que, por natureza, são segmentados, vão exigir muito mais que compliance fiscal. Eles vão querer dados prontos e tratados ou dados para eles mesmos usarem como bem quiserem. O cliente é o rei e, para atendê-lo, as empresas de contabilidade vão querer os melhores parceiros com as melhores ferramentas disponíveis. Apenas para começar, coisas simples como exportar dados crus para planilhas, integrações com outras bases de dados e APIs básicas farão a diferença daqui para frente. O ERP que engessar o escritório de contabilidade em seu próprio universo estará fora dos planos. E nem se fale em preço, porque não será isso que determinará se o ERP é bom ou não. O futuro promete.











