Alguns trabalhadores brasileiros indicam ter suas atividades laborais sob vigilância de suas empresas. Pelo menos é o que mostra nova pesquisa do Capterra, plataforma de comparação de softwares, que entrevistou 706 funcionários e, a partir de suas respostas, descobriu que 55% são monitorados pelos seus empregadores. Na Alemanha esse percentual chega a 22% e no Canadá, 35%.
E isso nem parece ser novidade: 40% dos entrevistados brasileiros disseram que sua empresa já utilizava programas de monitoramento de funcionários antes das restrições decorrentes da pandemia de COVID-19 serem instauradas.
Apenas 15% disseram que a empresa implementou depois do endurecimento das restrições por conta da crise sanitária, quando muitas pessoas migraram para o regime de home office.
O levantamento foi realizado entre os dias 11 e 16 de fevereiro, contando com a participação de profissionais de empresas de todo o país.
As três principais atividades monitoradas pelas empresas brasileiras, de acordo com os trabalhadores, são:
- Controle de presença (73%)
- Gerenciamento da carga de trabalho (51%)
- Gestão de tempo (47%)
"Uma vez que a legislação determina às empresas o controle da jornada de trabalho, parece não surpreender que a principal ferramenta de monitoramento de funcionários esteja relacionada ao controle de presença", explica a analista responsável pelo estudo Marcela Gava.
A maioria dos funcionários que são monitorados acreditam que suas empresas implementaram esse tipo de ferramenta para melhorar a produtividade (56%), o que pode estar conectado à disseminação do uso de softwares de produtividade, que aparecem em segundo e terceiro lugar entre as atividades mais rastreadas.
E, com essa nova maneira de trabalhar, os funcionários se sentiram acuados pela empresa para aceitar o monitoramento?
Ao que os dados mostram, a maioria (63%) não sentiu nenhum tipo de pressão para aceitá-lo.
Empresas brasileiras optam pela transparência ao comunicar funcionários sobre o monitoramento
Informar os empregados da situação é uma etapa importante da implementação do sistema de monitoramento de funcionários, e as empresas têm se mostrado cientes da questão. Isso porque 91% das pessoas ouvidas disseram que foram avisadas da vigilância, de alguma maneira, por seus empregadores.
Apenas 8% dos entrevistados não receberam nenhum tipo de informação sobre o monitoramento. Ainda assim, esse número está abaixo do percentual de países como a França, em que 17% dos funcionários relataram não terem sido avisados do sistema de vigilância.