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A tecnologia descartável e a evolução do profissional contábil

A difícil tarefa de ser um profissional atualizado em um mundo cada vez mais descartável.

14/05/2012 08:33

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A tecnologia descartável e a evolução do profissional contábil

Sou do tempo da máquina de escrever (acredite, era considerada um ativo da empresa). Confesso, ainda tenho uma guardada e não consigo me desfazer dela.

Sou do tempo em que fazíamos um rascunho da folha de pagamento dos funcionários para depois datilografar aqueles terríveis holerites de pagamentos em duas vias com papel carbono (sem rasuras).

Sou do tempo em que se datilografava longos contratos sociais em 4 vias, também com cópias em papel carbono, sendo que muitas vezes tive que refazer o contrato totalmente, pois somente no final da folha constatava que havia esquecido alguma palavra, até mesmo um parágrafo inteiro, ou cometia um erro de datilografia que não tinha conserto, pois o contrato não permitia rasuras.

Sou do tempo em que fazíamos um rascunho da declaração de imposto de renda para depois datilografar nos formulários, também em duas vias carbonadas, assinadas pelos clientes e finalmente protocoladas na Receita Federal (até hoje não sei como conseguíamos entregar no prazo, se bem que naquele tempo sempre tinha a famosa prorrogação que hoje não existe mais).

Para falar a verdade nem acho que eu esteja tão velho assim (tenho 41 anos), mas sim, que as mudanças foram muito rápidas nesse curto espaço de tempo.

Quando olho para trás, não consigo imaginar o nosso trabalho atual sendo feito daquela maneira. Hoje conseguimos produzir muito mais, temos acesso às informações necessárias numa velocidade espantosa e mesmo assim sinto que ainda não é o suficiente. Será que só eu penso assim?

A internet virou quase o ar que eu respiro. Quando ficamos sem acesso por algum problema de conexão, parece que tudo fica em câmera lenta.

Não tenho saudades daquele tempo, muito pelo contrário, acho que sou privilegiado por estar passando por uma das maiores transformações dos últimos tempos.

Por outro lado, me preocupo com o legado que deixaremos para as futuras gerações, ou seja, de tão rápida que as mudanças estão acontecendo, o que será que o jovem de hoje vai ter como base para o seu futuro num mundo cada vez mais descartável?

O jovem não está tendo tempo para degustar as coisas do presente, pois está sempre a espera do novo lançamento que irá substituir o que foi lançado ontem.

Olhando em retrospecto, em minha curta carreira de 25 anos na profissão contábil, posso dizer que construí uma base de conhecimento, mas esse conhecimento em determinadas áreas se tornou somente fonte inspiração e de comparação histórica do tipo: “Ah, no meu tempo era assim que se fazia isso”.

Atualmente, se um profissional contábil ou de qualquer outra área tiver de ficar afastado de suas funções por mais de um ano, existe uma grande probabilidade de ele não conseguir desempenhar grande parte de seu trabalho. E um ano nem é tanto tempo assim.

Em resumo, tenho a sensação de que a evolução tecnológica está indo rápida demais, muito além de nossa capacidade de assimilação. Mas, enfim, esse é o jogo e temos que tentar acompanhar essas mudanças sob pena de também sermos descartados da nossa profissão.

Autor: Isaac Rincaweski

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