Essa semana, estive em um evento onde tive oportunidade de encontrar, presencialmente, muitas pessoas com quem trocava mensagens e emails apenas. E num desses encontros, veio a pergunta: "Ahh, você é contadora? De números ou de histórias?".
Essa é uma pergunta que já me fizeram algumas vezes, e que de uns tempos pra cá tem me feito refletir muito. Na hora, ali, respondi apenas "os dois" seguido de risos e autografos. Peguei o livro agora e me veio essa pergunta na cabeça novamente. Me lembrei da recente aula de Storytelling que tive, onde visualizei claramente pela primeira vez a figura do contador como um contador de histórias.
Sim, pois os números que nós "contamos", ou seja, compilamos, organizamos, processamos - e que resultam em relatórios, também contam uma história!
Na faculdade, aprendemos que os relatórios são uma fotografia da situação economico-financeira da empresa, como se foto fosse uma coisa estática e sem vida. Mas, pensa comigo, por que tiramos fotos? Por que as redes sociais estão repletas delas? Porque as fotos contam histórias, guardam momentos, passam mensagens, falam sobre personalidade, estilo de vida, evolução no tempo, etc.
Se os relatórios contábeis são fotos, eles também fazem tudo isso. E por que ainda olhamos pra eles como ferramentas estáticas e sem vida?
Porque ainda olhamos só para os números e nos atemos a eles. Elaboramos uma variedade de relatorios e indicadores, e enxergamos apenas os dados - e não temos nenhuma dúvida da importância deles, afinal, essa é a era dos dados.
Porém, são as histórias que eles contam que os transformam em INFORMAÇÃO e CONHECIMENTO, e esse é o verdadeiro poder da era dos dados. Esse é o poder do contador - o poder do "E" - ser contador de números E de histórias!