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Análise das Demonstrações Contábeis

ROSENILDO DE OLIVEIRA RITA

Rosenildo de Oliveira Rita

Iniciante DIVISÃO 2 , Tenente
há 12 anos Sexta-Feira | 12 abril 2013 | 22:35

Esta foi uma dúvida apresentada ao professor da Disciplina Análise das Demonstrações Contábeis II - Unisul Virtual - 2013.

Grau de Alavancagem Financeira
O Grau de Alavancagem Financeira representa a relação entre a rentabilidade dos capitais próprios sobre o retorno dos investimentos, sem que tivessem ocorrido despesas financeiras. Demonstra ser vantajoso, ou não, trabalhar com recursos de
terceiros.

Lucro Final x 100/Patrimônio Líquido Médio / [(Lucro antes do IR + Despesas Financeiras) – (Provisão para o IR e CS)] / Ativo Médio x100


Meu entendimento sobre a fórmula acima:
1. Ao somar as despesas financeiras ao Lucro antes do IR estamos desfazendo o efeito de redução do lucro decorrente dos empréstimos.
2. No ativo médio (aplicações) sabemos que há origens de capital de terceiros e capital próprio.
3. O tamanho do ativo reflete na capacidade de gerar faturamento que a empresa tem, logo, o nível de utilização e o tamanho do ativo pode influenciar diretamente sobre o faturamento.
4. Se estamos desfazendo o efeito do custo de capital para se tomar empréstimos, logo estamos simulando uma situação em que a empresa não tomou empréstimos, então, o tamanho do seu ativo tende a ser menor.
5. Se a empresa teria um ativo menor isso implicaria em um faturamento menor e por consequência um lucro menor. Acredito que há um viés na segunda parte da fórmula ao considerar que o lucro antes do IR permaneceria estável se empréstimos não fossem contraídos a fim de financiar o ativo da empresa e por consequência gerar faturamento e lucro:

((Lucro antes do IR + Despesas Financeiras) – (Provisão para o IR e CS)) x100 =
Ativo Médio

6. Finalmente, se não ocorresse empréstimos e consequentes despesas financeiras, certamente o tamanho do ativo seria menor, com faturamento menor e por consequência, o lucro seria menor.
7. Caso a empresa mantivesse o ativo do mesmo tamanho a fim de manter o nível de faturamento e lucro e ainda assim, não ter despesas financeiras, a mesma teria que obter capital junto aos acionistas e isso teria um custo de capital, teria também um aumento no PL e certamente o retorno sobre o PL seria menor.
8. Acredito que a fórmula acima possui as seguintes inconsistências:
a. Não considera os efeitos que a ausência de capital de terceiros implicaria em a empresa obter mais capital próprio a fim de manter o mesmo ativo, mesmo faturamento e mesmo lucro.
b. Se a empresa optasse por não obter nem capital de terceiros e nem mesmo capital próprio certamente o ativo seria menor e por consequência a geração de faturamento e lucro também.
c. A ausência de capital de terceiros implica no comprometimento da segunda parte da fórmula, mais precisamente os valores de ativo médio e do lucro antes do IR que não permaneceriam os mesmos se empréstimos não fossem obtidos.
d. Se a empresa suprisse a ausência de capital de terceiros com o PL, certamente o retorno sobre PL não seria o mesmo comprometendo assim a primeira parte da fórmula.

Em análise de demonstrações contábeis acredito que é praticamente impossível que poucas ou uma única fórmula seja capaz de prever os efeitos de todas as interdependências entre as diversas contas patrimoniais e de resultado. É aí que entra a capacidade do contabilista em enxergar a lógica que está por trás a fim de identificar certas inconsistências.

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