Olá Vanessa,
Vou te responder com base na minha experiência na parte judicial aqui no ES.
Como funciona a cobrança de honorários?
A cobrança pode ser feita de diversas maneiras, a mais comum é que o Juiz te nomeia e tu estipula o valor dos serviços após avaliar o que está sendo solicitado. Após isso, o juiz determina o depósito em juízo da quantia informada, caso as partes concordem. Há a opção de solicitar uma percentual de valor adiantado, geralmente varia entre 20% a 40%, ai caberá o juiz decidir se é pertinente ou não.
Qual o prazo para o pagamento dos honorários?
Não tem exatamente um prazo, uma vez que vai depender do desenrolar dos trâmites processuais, pois, tu elabora o laudo e apensa ao processo, após isso as partes e o juízo irão avaliar as respostas aos quesitos, se houver dúvidas irão questionar, e só após essas etapas é que tu está disponível para recebimento. Reforço que perícias judiciais, principalmente, aqui no ES são tudo a médio-longo prazo. Há processos de pequeno vulto que tu consegue receber com uns 6 meses, mas há processos que correm anos.
Considerando a prestação de serviço como autônomo, são feitas as retenções sobre os honorários pagos?
Embora existam normativos que passam à instituição financeira a qualidade de tomadora das retenções, na prática a obrigação do recolhimento dos tributos acaba ficando ao Perito.
Após feito o cadastro como perito, qual é o critério para escolha?
Quando é feito por cadastro o critério é o mesmo utilizado para escolher um juiz no processo, ou seja, por distribuição ou sorteio.
Eu, geralmente, recomendo (a depender da região) o perito ir pessoalmente na comarca e conversar com os chefes dos cartórios/varas para mostrar interesse e entender a rotina dali, costuma assim ser mais fácil a nomeação, uma vez que as partes dos processos querem resolver rapidamente a lide e a comarca quer dar vazão aos processos.
Como é o volume de serviços?
Não há uma métrica, porque tudo é eventual, então depende. Há períodos que tu vai ter 3 processos grandes ou mais por mês, mas há períodos que tu vai ter isso por semestre ou ano, depende do andamento processual da comarca.
É vantajoso viver somente da perícia judicial?
Já disse isso em outros tópicos e reforço: Não vale a pena viver de perícia judicial, na verdade é quase nula a chance de tu viver só disso, pois como informei tu depende das comarcas e o andamento processual.
O ideal é sempre ter uma fonte de renda fixa para as contas pessoais, e usar a perícia como uma renda extra.
Para concluir, a perícia judicial não dá pra viver apenas disso, mas é uma área muito rentável e te agrega muito conhecimento. E para iniciar uma sugestão que dou é por mais que o processo seja um valor baixo, é sempre bom pegar para ter conhecimento e tu fazer seu currículo na comarca.
No mais, é isso.