Bom dia Luis,
Na transação mencionada por você estão implícitas duas operações distintas que devem ficar claras na contabilidade sob pena de você perder o controle a acabar aumentando o risco fiscal que a envolve.
Você (empresa) não "transfere" o valor recebido do Banco para seu cliente (ex-dono do carro), na verdade você está pagando o veiculo que adquiriu em consignação.
Para exemplificar vamos supor que a contabilidade tenha as seguintes informações:
Valor do veículo recebido em consignação - 40.000,00
Valor da venda e financiamento do veículo - 50.000,00
Valor da comissão sobre a venda do veículo - 5.000,00
Veja na prática como ficaria o registro contábil destas transações.
pelo recebimento do veículo em consignação
D - Recebimento de Veículos em Consignação (CCA)
C - Veículos Recebidos em Consignação (CCP) - 40.000,00
pela compra do veículo recebido em consignação
D - Estoques (AC)
C - Fornecedores (PC) - 40.000,00
pela baixa das Contas de Compensação
D - Veículos Recebidos em Consignação (CCP)
C - Recebimento de Veículos em Consignação (CCA) - 40.000,00
pela venda do veículo
D - Clientes (AC)
C - Receita de Vendas (CR) - 50.000,00
pelo recebimento do numerário do Banco
D - Bancos Conta Movimento (AC) - 55.000,00
C - Clientes (AC) - 50.000,00
C - Receitas de Comissões (CR) - 5.000,00
pelo pagamento do veículo
D - Fornecedores (PC)
C - Bancos Conta Movimento (AC) - 40.000,00
Legendas
AC - Ativo Circulante
PC - Passivo Circulante
CR - Contas de Resultado
CCA - Contas de Compensação Ativas
CCP - Contas de Compensação Passivas
Nota
Toda a operação acima, assim entendida a aquisição em consignação e a venda, deve estar acobertada pela emissão de Notas Fiscais.
Pelo acima exposto fica claro que não há a necessidade de segregar as contas bancárias, haja vista a transparência contábil da transação.
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