Bruno Neroni de Moura
Iniciante DIVISÃO 2 , Coordenador(a) PlanejamentoBom dia sr(a)s,
Estou em desenvolvimento de processo de imobilização de peças na minha empresa e gostaria de contar com a ajuda de vocês sobre como deve ser realizado tal processo.
A empresa em questão é uma empresa de locação de equipamentos operacionais (empilhadeiras, tratores, plataformas aéreas, pá carregadeiras, rolos compactadores, etc). A atividade da empresa é a de compra de equipamentos operacionais, locação do mesmos e, após alguns anos, a venda dos equipamentos.
Dentro deste cenário existem oportunidades de imobilização de peças, e não sei como realizar os acertos contábeis nos variados tipos de cenários existentes, que se seguem abaixo explanados:
CENARIO 01 - Aquisição de um equipamento + imobilização de peças adicionais
Neste caso, nós adquirimos a máquina e, para que possamos colocá-la em operação, temos que adequar a máquina incluindo materiais necessários (por exemplo, compramos uma empilhadeira onde tivemos que comprar um teto de acrílico para colocar na máquina, o extintor de incêndio e o giroflex).
Estes materiais já se encontram em estoque, em quantidades diversas, recebidos em diversas notas fiscais, em tempos diferentes, com valores diferentes (por isso encontra-se o preço médio do material no estoque). As perguntas para este caso são as seguintes:
I) Como vincular a peça que será imobilizada à uma nota fiscal, sendo que esta nota fiscal pode conter diversos materiais, com valores diferentes do preço médio atual do estoque, em quantidades diferentes das que serão imobilizadas?
Ex: Fora comprado para o estoque 50 tetos de acrílico, adquiridos em 5 notas fiscais diferentes. a preços diferentes. Dos 50 tetos de acrílico, 40 deles já foram consumidos como custo operacional (quebra na operação de outras máquinas), tendo sobrado 10 tetos de acrílico no estoque. Não há possibilidade de identificar a quais notas fiscais se referem os tetos de acrílico que estão no estoque.
CENARIO 02 - Aquisição de um equipamento + imobilização de peças substituídas
Neste caso, nós adquirimos uma máquina e, para que possamos colocá-la em uma operação específica, temos que trocar os pneus existentes (pneus originais de fábrica) para pneus que aguentem operações agressivas (pneus importados).
As perguntas para este caso são as seguintes:
I) Ao imobilizar os pneus novos, tivemos que tirar os pneus originais da máquina. Como é feito o cálculo para se determinar o valor a ser desagregado da máquina (retirada dos pneus) para a agregação dos pneus novos (montagem dos pneus importados)?
CENARIO 03 - Máquina já em operação + troca de peça por quebra
Neste caso, temos uma máquina em operação onde, depois de 3 anos em operação, houve uma quebra de uma bomba hidráulica. Esta peça representa cerca de 25% do valor do equipamento. A peça quebrada será substituída (podendo ser revitalizada) por uma peça nova, que tanto podemos comprar quanto utilizar a que está em estoque.
As perguntas para este caso são as seguintes:
I) Nesta caso a peça em questão pode ser imobilizada ou deve entrar como custo operacional?
II) Segundo o livro MANUAL DE CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES POR AÇÕES (2009, 2ª edição; Ed: Atlas; autor: FIPECAFI), no capítulo ATIVO IMOBILIZADO, no item 12.2.4 (Conteúdo das Contas), item a (BENS EM OPERAÇÃO), sub-item XI (Peças e Conjuntos de Reposição), há o seguinte trecho descrito:
"...Basicamente, devem integrar o Imobilizado as peças que serão contabilizadas como adição ao Imobilizado em operação e não como despesas. Ao mesmo tempo, as peças substituídas devem ser baixadas quando da troca. Todavia, essa baixa e adição parcial em muitos casos não são praticamente possíveis, por não ter a empresa a identificação do custo da peça substituída, já que o equipamento a que pertence está registrada pelo valor total. Nesse caso, não se efetiva a baixa da peça substituída, mas a peça nova colocada é apropriada nesse momento para despesas..."
Com relação ao trecho acima, fazendo uma relação ao exemplo citado, a peça bomba hidráulica entraria como imobilizado ou não?
CENARIO 04 - Máquina já em operação + troca de peças para revitalização e aumento de vita útil do equipamento
Neste caso, temos uma máquina em operação há 05 anos, já próxima do tempo de vida útil dela. Temos a oportunidade de trocar as principais pelas para dar um aumento de vida útil do equipamento, que passaria a durar mais - por exemplo - 03 anos.
As perguntas para este caso são as seguintes:
I) Neste caso, supondo que as peças substituídas são sucatas quando for retirada as peças do equipamento, as mesmas devem ser contabilizadas de que forma?
II) Caso algumas peças possam ser revitalizadas, como devo contabilizar elas? Devo incluí-las no estoque? Ou criar um novo imobilizado dela?
Entendo que são muitas perguntas e o tema não é comum, mas isso seria de uma ajuda extremamente significativa!