Selic acumulada Parcelamento

Bom dia, a todos...
Preciso do auxilio de voces.

Eu estou fazendo a contabilização do parcelamento de imposto simples de uma empresa, onde seu debito (ja com juros e multa) era de R$ 9422,45 em Julho/2007, agorra deduzindo-se todas as parcelas pagas ela deve R$ 8278,19 + selic acumulada de R$ 975,17.
Pergunta:
Como devo contabilizar essa selic acumulada, para que o saldo devedor fique em R$ 9253,36?

Obrigada pela atenção.

Cara Josiane, a meu ver (e se entendi corretamente a situação) o que aconteceu é que a empresa acumulou obrigações tributárias num certo período, logo, à medida que ocorria a despesa (IPI sobre vendas, por exemplo), contabilizava-se uma obrigação no Passivo pelo não pagamento; ficando assim a contabilização:

D - IPI sobre vendas (D)
C - IPI a pagar (PC)

Como a empresa não pagou a obrigação, acumularam-se os acréscimos previstos em lei, que seriam lançados da seguinte forma:

Pelo não pagamento do IPI:
D - Multas e juros (D)
C - IPI a pagar (PC)

De modo que o valor da dívida aumentou até R$9422,45, quando então, foi parcelada.

D - IPI a pagar (PC)
C - Parcelamentos tributários (PC)

Ocorre que, na maioria desses parcelamentos, a parcela paga de juros no mês não corresponde à parcela de juros que realmente incidiu nesse mesmo mês, o que causa uma boa confusão. Vou exemplificar para ver se fica melhor:

Suponha que em abril de 20x5, a empresa tinha um saldo devedor de R$5.000,00, e naquele mês, o cálculo dos juros foi de R$100,00 (2%). Esses juros devem ser contabilizados como despesa pelo regime de competência (independente do pagamento) em contrapartida da conta credora de Passivo.

D - Juros passivos (D)
C - IPI a pagar (PC) 100,00

Supondo ainda que a empresa pague uma prestação fixa de R$150,00, conclui-se que a composição da prestação é R$100,00 de juros e R$50,00 de amortização. Aí é que está o problema: nem sempre a composição da prestação segue esse raciocínio lógico; há ocasiões (e eu acredito ser isso o que aconteceu no seu caso) em que paga-se apenas uma parte dos juros incorridos no mês (e não o total, como de costume), o que muda a composição da prestação, para , por exemplo, R$50,00 de juros e o restante em amortização do saldo. Nesse caso, o lançamento da despesa permanece o mesmo exemplificado acima, porém, como a amortização do saldo ficará diferente, o valor da conta no PC se altera. Talvez, quando vc contabilizou os pagamentos, fez o lançamento apenas dos juros pagos nas prestações (e não do total incidente naquele mês), o que gerou um valor a mais no final do período. Veja como ficaria se os juros incidissem no exato momento do pagamento:

Pelo pagamento da prestação:

D - Juros passivos 50,00(D)
D - IPI a pagar 100,00(PC)
C - Caixa 150,00(AC)

Pela apropriação do restante dos juros incorridos e não pagos:

D - Juros passivos 50,00(D)
C - IPI a pagar 50,00(PC)

Onde: D=conta de despesa
PC=Passivo Circulante
AC=Ativo Circulante

Espero ter ajudado. Qualquer dúvida, volte a postar! Se mais alguém tiver algo a acrescentar ou a corrigir, por favor, não deixe de postar.

Ricardo, obrigada pela resposta mas estou meio confusa...

Realmente o que foi lançado no mes foran o juros pagos, que nao representam o total de juros incorridos sobre o debito... porem esse total ainda nao foi pago, entao eu preciso fazer um lançamento para incluir esse valor no saldo devedor:

Assim:
No momento a empresa ainda deve: R$ 8.278,19 mais a
taxa de Selic acumulada que nao foi paga no mes (pois foi somente paga uma parte, em decorrencia da amortização citada acima): R$ 975,17

Que lançamento fazer, para deixar o saldo de agora atualizado com o valor da selic acumulada?

Josiane, como manda o regime de competência, os juros incorridos no mês devem ser apropriados integralmente, independente de seu pagamento (incorporando-os ao saldo devedor, para manter o valor da dívida sempre atualizado). Logo o lançamento ficaria assim:

D - Juros passivos (D)
C - Parcelamentos de impostos (PC)

Esse lançamento deve ser com o valor total dos juros incorridos no mês (pagos ou não), e o pagamento será considerado amortização de saldo devedor, ficando assim o lançamento:

D - Pareclamentos de impostos (PC)
C - Caixa (AC)

Desse modo, o valor da dívida fica sempre atualizado. Se o que aconteceu é que esses lançamentos não foram feitos no tempo devido e da forma correta (desrespeitando o Princípio da Oportunidade), e agora você precisa corrigir o valor da dívida, o ideal seria proceder a correção dos períodos passados com e republicação dos demonstrativos (se for o caso), porém, para tal procedimento, é necessário consultar a posição do fisco (em alterar lançamentos passados na contabilidade). Caso você tenha certeza que o fisco não enxerga nenhm problema em fazer isso, vá em frente e proceda a correção (vai dar trabalho, mas vai ficar um serviço e tanto!). Fora essa hipótese, não saberia como corrigir esse saldo com um único lançamento num período posterior ao fato gerador.

Qualquer dúvida, volte a perguntar.

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu filho unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." - João 3:16