x

FÓRUM CONTÁBEIS

CONTABILIDADE

respostas 4

acessos 9.871

Valor do estoque

Tanya

Tanya

Prata DIVISÃO 1 , Analista Fiscal
há 15 anos Quinta-Feira | 8 outubro 2009 | 13:37

Ola boa tarde
Estou apurando o valor do estoque de uma empresa que não fez o inventario. Qual procedimento devo adotar.
Como chego no valor do estoque que figura no ativo e que tambem sera o valor do inventario?

Se alguem me ajudar agradeço muito...

Ricardo C. Gimenez
Moderador

Ricardo C. Gimenez

Moderador , Assessor(a) Contabilidade
há 15 anos Quinta-Feira | 8 outubro 2009 | 14:37

Boa tarde, Tanya


Estou apurando o valor do estoque de uma empresa que não fez o inventario. Qual procedimento devo adotar.
Como chego no valor do estoque que figura no ativo e que tambem sera o valor do inventario?

Há dois tipos de controle de estoque:

1 - Permanente:
Conforme diz o próprio nome, o controle é incessante e geralmente é feito por meio de sistemas integrados (fiscal, contabilidade, contas a pagar e contas a receber); na falta deste há também o controle permanente de estoques feito manualmente, com fichas individuais e formulários de informações internas padronizados. Ao utilizar este controle o valor do estoque é obtido em tempo real e o cálculo do custo mais comum e indicado é o "Custo Médio Poderado"

2 - Temporário:
É o controle de estoque que é feito eventualmente, em geral no fim do ano para levantamento de balanço patrimonial (anual ou trimestral) e consequente escrituação no Livro Registro de Inventário, ou em situações especiais.

Conclusões:
Independentemente do modo de controle de estoque, é imprescindível que seja feito uma contagem física dos estoques ao fim de cada período. Se o método for o permanente serão identificadas algumas quebras, perdas e extravio na comparação dos dados e valores, e se o método for temporário a quantificação obtida será utilizada para obter o valor do estoque final e também o custo das mercadorias vendidas.

Portanto, é inegável que dentre os meios legais e contabilmente aceitos a única maneira de se calcular o valor do estoque é pelo levantamento físico, pois não existe fórmula improvisada que rapidamente resolva este problema.

Finalizando, creio que uma resposta mais conclusiva poderá lhe ser apresentada se você puder citar pelo menos o regime de tributação da empresa e qual a data do evento, lembrando que o preenchimento do Inventário é obrigatório por lei a todas as empresas que movimentarem mercadorias.

Prof. Ricardo
Professor público de matemática
Contador
Marceneiro de fim de semana
Ricardo C. Gimenez
Moderador

Ricardo C. Gimenez

Moderador , Assessor(a) Contabilidade
há 15 anos Quinta-Feira | 8 outubro 2009 | 17:31

Boa tarde, Tanya


As pessoas jurídicas tributadas pelo Simples inegavelmente estão obrigadas a registrar no livro Registro de Inventário os estoques existentes em 31 de dezembro de cada ano, conforme o disposto no Art. 190, § único, Inc. II do Decreto 3000/99 (Regulamento do Imposto de Renda), combinado com o disposto na Al. II do Art. 3º da Resolução CGSN 10/2007:

Art. 3º As ME e as EPP optantes pelo Simples Nacional deverão adotar para os registros e controles das operações e prestações por elas realizadas:
...
II - Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término de cada ano-calendário, quando contribuinte do ICMS;
...


Nota: O fato de a empresa pagar uma certa porcentagem de ICMS embutida na alíquota total do tributo, automaticamente a classifica como uma "contribuinte do ICMS"

Analisando a situação, claramente percebe-se que a sua escrituração está em atraso, pois embora não haja previsão legal, entende-se que este livro deveria estar preenchido e autenticado pelo menos até a data de entrega da Declaração Anual do Imposto de Renda do Simples (DASN), que excepcionalmente neste ano foi em 20/05.

Admitindo que a lavratura deste livro está em atraso, provavelmente a empresa não mantém controle permanente, e passando para o controle temporário, o único valor a ser atribuído ao estoque, e legalmente aceito, será o de PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), pois o fisco proíbe a adoção de cálculo de custos pelo UEPS (último que entra, primeiro que sai), pois principalmente nas empresas tributadas pelo lucro real esta prática distorce os valores patrimoniais por aumentar os custos das mercadorias vendidas, sobrevalorizar o valor dos estoques e também maliciosamente diminuir o valor dos impostos a pagar sobre o lucro líquido. Ao encerrar o Balanço Patrimonial, o valor da conta "Estoques de Mercadorias para Revenda" deverá estar idêntico ao valor que está no inventário.

Pois bem, poderá ser alegado que a empresa é optante pelo simples e é indiferente o valor dos estoques ou seu método de apuração de custos, pois a empresa paga seus tributos mensalmente nos moldes do "lucro presumido", não importanto o valor dos estoques e nem o custo das mercadorias vendidas, porém, considerando que de acordo com as Normas Contábeis um Balanço Patrimonial é um retrato do patrimônio da entidade em uma certa oportunidade, nunca caberia usar métodos de dois pesos e duas medidas diferentes.


Saudações

Prof. Ricardo
Professor público de matemática
Contador
Marceneiro de fim de semana

O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.

Utilizamos cookies para ajudar a melhorar a sua experiência de utilização. Ao utilizar o website, você confirma que aceita a sua utilização. Conheça a nossa política de utilização de cookies

1999 - 2025 Contábeis ® - Todos os direitos reservados. Política de privacidade