Contabilização de Terrenos de períodos anteriores

Amigos,

Gostaria de saber se algum de vocês já tiveram algum caso igual ao meu.
Ao verificar a documentação da empresa, percebi que a empresa possui diversos terrenos que estão escriturados em nome da mesma, porém não estão contabilizados, pergunta-lhes, como contabilizar esses valores, sendo que possuo terrenos antes e após o plano real?

Prezado William

Como a contabilidade existe para estudar e controlar o patrimônio das entidades (empresas), você tem por obrigação reconhecer na escrita contábil esses terrenos, sugiro que faça assim:

D: Imobilizado (terrenos)
C: Patrimônio Liquido (Ajustes de Exercícios anteriores)

quanto ao valor seria necessário alguma avaliação, ou se basear na documentação, escritura da época, lançando o valor histórico.
voce pode fazer a conversão da moeda da epóca para o Real, existem tabelas em vários sites que fazem isso.

Boa noite, William Frasson; bem vindo ao Fórum Contábeis

Boa noite, Silvio Goes; obrigado pela opinião orientativa que concordo parcialmente

Pois bem, William, este problema se arrasta há mais de 15 anos e infelizmente somente agora você encontrou esta disparidade, e como não está declarado se você é o contabilista interno desta empresa, e há quanto tempo, ou se a empresa contratou os serviços de seu escritório, bem como desde quando, esta minha opinião pode não ser plenamente conclusiva.

Caso você seja funcionário interno e há pouco tempo, o primeiro passo seria apresentar este caso à administração para que não recaia sobre seus ombros a responsabilidade pela falha de terceiros, e caso a contabilidade seja terceirizada e tenha sido recepcionada há pouco tempo, a melhor atitude seria fazer um balanço de abertura com base nos saldos anteriores, apresentar as diferenças de saldos ao cliente e por um preço justo de honorários cuidar da regularização da situação.

O principal problema é a adequação destes saldos.

Sílvio sugeriu uma alternativa comumente utilizada, porém, a utilização de alguma conta do Patrimônio Líquido como contrapartida pode gerar alguns frutos indesejados, levando em conta que a conta "Ajuste de Exercícios Anteriores" é temporária e o seu saldo final deverá ser deslocado para a conta de lucros ou prejuízos acumulados, e o pior, de acordo com a Lei 6404/76 atualizada pelas Leis 11638/2007 e 11941/2009 a conta de Lucros Acumulados com saldo não existe mais.

Levando em conta que as contas do Patrimônio Líquido são um reflexo das contas de resultado (fatos modificativos), logicamente seria incoerente utilizar o mecanismo de "Ajuste de Exercícios Anteriores" porque a aquisição do terreno há tantos anos atrás foi um fato permutativo aumentativo (simples aquisição do lote à vista ou a prazo) ou um fato misto (aquisição do lote mais as despesas com averbação).

Portanto, como á época de aquisição deste bem o fato citado no parágrafo anterior não aumentou e nem diminuiu os lucros, e sabendo que as contas do Patrimônio Líquido não podem servir como contrapartida, seria interessante sabermos o porque deste lapso.

Se a empresa tivesse um bom controle de suas contas, o erro teria sido detectado rapidamente; o pior é que ninguém notou a diminuição do caixa ou bancos (para uma compra à vista) e nem o "nascimento espontâneo" de recibos de despesas cartorárias ou então de notas promissórias de pagamentos de parcelas da compra de imóveis (que eram liquidadas com o saldo de recursos disponíveis e obrigatoriamente deveriam ser controladas pelo setor financeiro).

Assim que nos forem apresentados dados mais conclusivos creio que não faltarão participantes bem capacitados dispostos a trocar opiniões.

Enfim, faço questão de frisar que a utilização das técnicas de ajustes de exercícios anteriores só podem ser utilizadas quando contas de resultado estiverem envolvidas na situação, e quando as contas de resultado estiverem de fora, a solução requer análise mais detalhada.


Saudações

Amigos, vamos então por partes.

Sou contador desta empresa desde novembro do ano passado, e como a nossa empresa participa de licitações, devemos ter um grande cuidado para fazermos a contabilidade de acordo com a realidade, ou seja, a veracidade das informações, já que nossas demonstrações são auditadas pelo ministério publico e nossos concorrentes.

Estes terrenos ficamos sabendo a menos de um mês atrás, onde o proprietário gostaria de aumentar o valor de seu patrimônio através dos terrenos e da reavaliação dos mesmos, e ainda o aumento do capital social.

Sabe-se que a reavaliação não é mais possível, portanto, começamos a verificar quais terrenos se possuia na contabilidade e quais estavam fora, já que apareceram estas escrituras, e ai foi a surpresa, onde 90% não estavam escriturados.

O antigo contador que hoje é meu auxiliar, entrou na empresa em 1994 e desde então nunca foi passado para o mesmo escrituras destes terrenos.

A conclusão que chegamos, é simples, como nosso caixa e bancos estão fechados desde essa época, entendemos que esses terrenos foram pagos com dinheiro dos sócios.

Quanto a resposta do nosso amigo Silvio Goes, eu recebi uma resposta parcialmente igual do meu professor da pós, o mesmo disse para que eu fizesse o seguinte lançamento:

D - Imobilizado
C- Lucros ou Prejuízos Acumulados

Porém, ainda fiquei na dúvida, pois gostaria de outras opiniões.

A empresa é tributada pelo Lucro Presumido, e pelo que eu estava lendo, as empresas que são limitadas podem manter a conta lucros ou prejuizos, diferentemente das empresas S/A, onde destinam o lucro para a conta Reservas de Lucros, estou errado amigos?

O valor destes terrenos irei corrigir e converter para até a data de Dezembro de 1995, onde era permitido a correção.

Concordo com os amigos quanto a um bom controle, onde hoje estou tentando colocar em prática, já que é de suma importância tal.
Faltou algumas informações amigos?

Obrigado!

Abraço

prezados amigos,

Quando da resposta acima deixei claro "o objeto de estudo e controle da contabiliade é o patrimonio das empresas, assim entendido bens direitos e obrigações" , sendo o imóvel um bem e as contas de resultados uma abertura do PATRIMÔNIO LIQUÍDO.

Quando detectado uma ativo menor do que o real, há de se reconher contábilmente o mesmo, a conta sugerida "ajustes de exercícios anteriores" é temporária sim , pois seria incorporada aos lucros acumualdos, ao final do exercício, não saindo a contra partida do P.L.
Pois é o P.L. que indica a saúde e a história da empresa.A resposta em questão não leva em consideração os fatores fiscais, mas somente os patrimoniais.

Outra forma de fazer é transitando pelo resultado, contra partida de receita, não adequada, pois alteraria a receita o exercicio corrente com fatos de "exercícios anteriores".