Como se faz a contabilidade de pequenos comércios como lanchonetes, restaurantes, j

Como se faz a contabilidade de pequenos comércios como lanchonetes, restaurantes, já que eles, em sua grande maioria não emitem nota fiscal.

Mauricio Bento, bom dia.

Como assim, não emitem nota fiscal? Você está querendo se referir aos MEI's?

Não, não; estou me referindo a MEs mesmo, pois quando você vai a uma lanchonete, padaria, restaurante, você passa o seu cartão, paga com seu dinheiro, e o estabelecimento só emite nota fiscal se o cliente pede, esta é a situação mais próxima da realidade. Acabei de falar com o dono de um restaurante, ele disse que no final do dia ele faz o cálculo e põem quanto entrou de banco e de dinheiro, no fim do mês ele assina e manda para o contador, na padaria ao lado de casa, nunca recebi uma nota, também nunca pedi, tem uns 8 funcionários. Sendo assim, como se resolve esta questão?

Boa tarde colegas!
Aqui em BSB, posto de gasolina, lanchonete, padaria e outros ramos emitem NFCe mesmo sem vc pedir, pois aqui tem um sistema de cruzamento de MALHA FISCAL. Havendo divergência entre o valor informados e o apurado pela MALHA FISCAL,, vem indicado no campo DIVERGÊNCIA de MALHA, a Base de Cálculo das Vendas sonegadas. É so pagar com multa e juros.; 

Bom dia!

Maurício, com certeza essa é a realidade da maioria dos estabelecimentos. Fora os procedimentos de praxe referente a notas, cupons e conciliações, lanchonetes e padarias estão contempladas pelo Anexo I do Simples Nacional que são calculados de acordo com sua respectiva faixa tributária, o que facilita bastante. 

Mauricio Bento, bom dia.

Colega, entendo sim que essa é a realidade mais próxima de pequenas empresas. Contudo, isso não é o que a legislação prevê. Você, como profissional contábil, precisa e deve aproximar a tal "realidade" dos clientes ao que é previsto na legislação.

Por exemplo, para situações assim, como eu trabalho aqui:

Dou pelo menos duas orientações aos clientes:

1) Ele deverá, ao fim do dia, emitir, nem que seja somente uma nota fiscal, o valor correspondente a todas os valores passados na maquininha de cartão. Dessa forma este valor não ficará a descoberto, uma vez que a legislação estadual prevê que a cada operação financeira (que é o caso do pagamento por cartão de crédito), deve existir um documento fiscal correspondente.

2) Além da primeira, você, no seu escritório, deverá verificar qual a despesa média, diária e/ou mensal deste cliente e caso o valor do item 1) não supra esta despesa, deverá ajustar com ele este valor, explicando a situação. Dai, além de emitir o valor referente ao da maquininha, ele deverá também levar em consideração essa despesa apontada por você.

Essas duas orientações são básicas. Sem levar em consideração integração bancária e princípios contábeis.

Contudo, caso você não tome nenhuma providência, caso haja uma autuação fiscal, tal cliente poderá impor a você a corresponsabilidade da situação, uma vez que você nunca o orientou ou alertou em nada sobre o assunto.

Espero ter ajudado e um ótimo domingo.

Concordo 100% com o Yuri. E como argumentação para seu cliente, seria interessante você simular o quanto ele pagaria de multa e juros pelo não cumprimento da obrigação tributária principal e suas obrigações assessórias. Além do risco fiscal e tributário, que já é alto, é interessante tentar esclarecer os benefícios em se ter uma contabilidade bem estruturada para auxílio na tomada de decisão gerenciar, evitar litígios societários confusos, e melhorar a qualidade de informação disponível para terceiros (Bancos, fornecedores, entre outros)

Muito agradecido aos colegas por dar esta ajuda de grande valor.