Para estimar o deságio necessário à obtenção do Patrimônio Líquido Realizável, recomenda-se primeiramente avaliar os saldos contábeis dos ativos, de modo a verificar se o valor registrado efetivamente reflete o potencial de realização no mercado ou por via de liquidação. Esse procedimento envolve análise criteriosa de cada classe de ativo (circulante e não circulante), inclusive verificação de eventuais depreciações, obsolescências ou perdas por redução ao valor recuperável (impairment), observando a doutrina contábil e a legislação societária aplicável.
Na sequência, deve-se determinar taxas ou percentuais de deságio que sejam consistentes com a realidade de mercado, considerando práticas de avaliação independentes, comparação com transações similares, bem como cenários de liquidação imediata ou forçada, que normalmente resultam em valores inferiores aos preços de venda usuais. Para ativos de liquidez mais lenta, como estoques especializados ou imobilizado específico, o percentual de deságio tende a ser maior, ao passo que ativos mais líquidos, como disponibilidades em caixa ou aplicações financeiras de curto prazo, geralmente mantêm valor próximo ao contábil.
Por fim, ao aplicar tais percentuais de deságio nos valores contábeis, obtém-se o valor estimado dos ativos em base realizável, possibilitando calcular o Patrimônio Líquido Realizável de maneira mais aderente às condições de mercado e aos riscos específicos do negócio. Essa metodologia confere maior transparência aos usuários das demonstrações, auxiliando na tomada de decisões gerenciais e na verificação da solvência patrimonial em cenários adversos ou de eventual liquidação.