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IPI A RECOLHER

Raphael Brino

Raphael Brino

Bronze DIVISÃO 5, Analista Contabilidade
há 16 anos Segunda-Feira | 5 novembro 2007 | 11:32

Tenho uma empresa Lucro Real
Quando efetuo Vendas existe alguns produtos que incidem IPI, como faço o lancamento deste IPI. Sei que como Credito ficara IPI a Recolher, e o Debito lancerei como o que ?
Exemplifiquem e expliquem por favor
Grato

JACSON DA SILVA RODRIGUES

Jacson da Silva Rodrigues

Prata DIVISÃO 1, Contador(a)
há 16 anos Segunda-Feira | 5 novembro 2007 | 12:48

Bem Raphael, vegjamos pelo que entendi de sua pergunta segue;

Compras com direito ao crédito de IPI

D:Estoques
D:Ipi a Recuperar
C:Fornecedores ou Bancos (depende da forma de pgto)


Venas tributadas

D: Despesas com IPI (Ou redução de receita)
C: Ipi a Recolher (Ou direto em IPI a Recuperar)

Espero ter ajudado, qualquer dúvida estou à disposição

Claudio Rufino
Moderador

Claudio Rufino

Moderador , Contador(a)
há 16 anos Segunda-Feira | 5 novembro 2007 | 13:34

Raphael, muito boa tarde.

De acordo com a legislação do Imposto de Renda, na receita bruta de vendas não deve ser incluído o valor do IPI, ok?

Portanto, em virtude da conveniência de adotar procedimentos contábeis que facilitem a demonstração de valores que devam produzir efeitos fiscais, a prática é não registrar o IPI em conta de Resultado, contabilizando-se as vendas a débito de conta do Ativo Circulante (Caixa/Bancos ou clientes), tendo como contrapartidas:

a) a conta de "Receita de Vendas", pelo valor líquido da operação, ou seja, sem o IPI incidente;
b) a conta de "IPI a Recolher" (no Passivo Circulante), pelo valor do imposto debitado.

Por exemplo, uma venda de mercadorias por R$ 5.000,00 mais 10% de IPI seria assim contabilizada:

D - Caixa/Bancos c/ Movimento ou Clientes (AC) R$ 5.500,00
C - Receita de Vendas (CR) R$ 5.000,00
C - IPI a Recolher (PC) R$ 500,00

Sob o ponto de vista técnico, essa forma usual pode ser vista com certas restrições, pois implica omitir na Demonstração do Resultado do Exercício, o valor do faturamento bruto (entendido como tal o valor das vendas, inclusive o IPI).

Como forma alternativa, pode-se registrar a receita pelo valor total cobrado do cliente numa conta com o título de "Faturamento Bruto", e em seguida debitar o IPI uma conta de resultado, sob o título de "IPI Faturado".

Assim, a qualquer momento pode ser demonstrado contabilmente o valor da receita bruta segundo o conceito fiscal, que corresponde à diferença entre o saldo credor da conta "Faturamento Bruto" e o saldo devedor da conta "IPI Faturado".

Utilizando-se essa alternativa, a contabilização da hipotética operação mencionada seria efetuada da seguinte forma:

D - Clientes (AC)
C - Faturamento Bruto (CR) R$ 5.500,00

D - IPI Faturado (CR)
C - IPI a Recolher (PC) R$ 500,00

Caso seja adotado esse procedimento para o registro das vendas com incidência do IPI, para fins do Imposto de Renda (na Declaração de Rendimentos), a receita bruta deve ser considerada sem o IPI e o valor desse imposto não deve constar da conta de Resultado.

AC = Ativo Circulante
PC = Passivo Circulante
CR = Conta de Resultado

Se as informações acima produzirem dúvidas, disponha do forum.

Forte Abraço

Empresário, seja prudente, contrate profissional habilitado
Professor de Contabilidade
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Ricardo C. Gimenez
Moderador

Ricardo C. Gimenez

Moderador , Assessor(a) Contabilidade
há 13 anos Segunda-Feira | 20 dezembro 2010 | 22:45

Boa noite, Fábio


Sua opinião está equivocada, e para comprovar isto prefiro inicialmente reproduzi-la:

Compra com credito:

d - ipi a recuperar
c - ipi s compras

venda

d - ipi s/ vendas
c - ipi a recolher

Analisando seus lançamentos conclui-se que o crédito para o lançamento de compras seria a conta de estoques ou compra de mercadorias, pois a conta citada por você não tem sentido; o lançamento adequado seria:

D) Compras de Mercadorias ou Estoques
D) IPI a Compensar
C) Caixa, Bancos ou Fornecedores

Analisando seu segundo lançamento, das vendas, observemos que as particularridades da opinião de Cláudio Rufino postada em 05/11/2007 continuam sendo aconselháveis, deste que a conta "IPI s/ Vendas" seja uma redutora do "Faturamento Bruto", de modo que a diferença entre "Faturamento Bruto" e "IPI Faturado" ou "IPI s/ Vendas" (sic) resultará nas receitas brutas, pois o IPI faturado não é uma receita da empresa e é cobrado em separado na Nota Fiscal.


Saudações

Prof. Ricardo
Professor público de matemática
Contador
Fábio Henrique Catelani Ferreguti

Fábio Henrique Catelani Ferreguti

Prata DIVISÃO 3, Não Informado
há 13 anos Quarta-Feira | 22 dezembro 2010 | 11:39

Bom dia Ricardo!

Nosso amigo Raphael questionou sobra a contabilização do IPI ..

A contabilização feita por mim nesse caso seria

d - mercadorias p revenda
c - fornecedor

d - ipi a recuperar
c - ipi s compras

venda:

d - ipi s/ vendas
c - ipi a recolher

....

Mesmo assim estaria equivocado ?

Um abraço!

Fábio Henrique Catelani Ferreguti
Ricardo C. Gimenez
Moderador

Ricardo C. Gimenez

Moderador , Assessor(a) Contabilidade
há 13 anos Quarta-Feira | 22 dezembro 2010 | 15:23

Boa tarde, Fábio Henrique


Dentre os impostos há os recuperáveis e os não recuperáveis, que estão embutidos nos preços, como ICMS por RPA e PIS e COFINS não cumulativos, e os destacados no corpo da Nota Fiscal, como o ICMS ST e o IPI.

Deste modo, são classificados como recuperáveis os tributos não cumulativos que a empresa apura segundo seu regime de tributação, obtendo créditos nas compras e débitos nas vendas; se ao fim do período de apuração o saldo for devedor ou credor, ele será pago ao governo ou transferido para o período seguinte. Por sua vez, são não recuperáveis aqueles tributos que embora a adquirente os pague na aquisição, ela não tem como os repassar para o próximo elo do ciclo; um bom exemplo disto seria o caso de uma loja de comércio varejista que compra os bens diretamente da indústria: ao adquirir os produtos é pago IPI, todavia, como a empresa é comercial, não lhe resta direito de nas vendas compensar o crédito deste tributo pago na aquisição.

Observemos que:

1) Na contabilização de compras (para uso, para transformação, para revenda ou para consumo) todos os tributos não recuperáveis e demais custos e despesas incorridas no processo (fretes, seguros e desembaraçamento fiscal) são agregadas ao custo da mercadoria, em contas separadas ou não;

2) Quando os tributos são recuperáveis, embutidos ou não nos preços das mercadorias, considerando que a compra é contabilizada com base no valor nominal (ou total) da nota fiscal, é necessário fazer lançamentos para deslocar o valor dos tributos a compensar, não compensar e outras despesas cujo valor não faça parte do preço da mercadoria em si, conforme dispõe o Art. 289 do Regulamento do Imposto de Renda

A título ilustrativo, apresento abaixo um exemplo de nota fiscal de compra de matéria prima efetuada por uma indústria tributada pelo Lucro Real (impostos não cumulativos):

Valor dos Produtos: 1.000,00 (inclusive os tributos embutidos listados abaixo)
ICMS (18%): 180,00
PIS (1,65%): 16,50
COFINS (7,6%): 76,00

Valor do IPI (10%): 100,00

Valor Total da Nota: 1.100,00

Frente a estes dados, e de acordo com os conceitos que expus logo acima, valendo-se do método de partidas dobradas simples, os lançamentos seriam os seguintes:

1 - Contabilização da NF de entrada
:
D) Compras de Mercadorias ou Estoques de Mercadorias
C) Caixa, Bancos ou Fornecedores
R$ 1.100,00

2 - Deslocando os impostos a recuperar:
D) ICMS a Recuperar
C) Compras de Mercadorias ou Estoques de Mercadorias
R$ 180,00

D) PIS a Recuperar
C) Compras de Mercadorias ou Estoques de Mercadorias
R$ 16,50

D) COFINS a Recuperar
C) Compras de Mercadorias ou Estoques de Mercadorias
R$ 76,00

D) IPI a Recuperar
C) Compras de Mercadorias ou Estoques de Mercadorias
R$ 100,00

Conclusão: Conforme está exposto anteriormente, o seu lançamento que está sem sentido é o seguinte:

d - ipi a recuperar
c - ipi s compras

Porque o crédito deverá ser na conta de compras ou estoques, e não a conta de "IPI s/ Compras", exceto se ela estiver no grupo de estoques ou custos de compras, o que até agora não foi comentado por você e nem indicado em seus lançamentos.

Sendo assim, seu lançamento seria válido se, e somente se, no plano de contas o grupo de contas de estoques fosse similar ao seguinte:

(...)
1.1.6 Estoques

1.1.6.01 Mercadorias para revenda
1.1.6.01.0001 Estoque inicial
1.1.6.01.0002 Compras de mercadorias
1.1.6.01.0003 Fretes, carretos e seguros
1.1.6.01.0004 ICMS - Substituição Tributária
1.1.6.01.0005 ICMS - Antecipado
1.1.6.01.0006 (-) Devoluções de Compras
1.1.6.01.0007 (-) ICMS sobre Compras
1.1.6.01.0008 (-) PIS sobre Compras
1.1.6.01.0009 (-) COFINS sobre Compras
1.1.6.01.0010 (-) Custo das Mercadorias Vendidas

1.1.6.02 Produtos de fabricação própria
1.1.6.02.0001 Estoque Inicial
1.1.6.02.0002 Produtos acabados
1.1.6.02.0003 (-) Custo dos produtos vendidos

1.1.6.03 Matérias-primas
1.1.6.03.0001 Estoque inicial
1.1.6.03.0002 Compras
1.1.6.03.0003 Fretes, carretos e seguros
1.1.6.03.0004 ICMS - Substituição Tributária
1.1.6.03.0005 ICMS - Antecipado
1.1.6.03.0006 (-) Devoluções de Compras
1.1.6.03.0007 (-) ICMS sobre Compras
1.1.6.03.0008 (-) PIS sobre Compras
1.1.6.03.0009 (-) COFINS sobre Compras
1.1.6.03.0010 (-) IPI sobre compras
1.1.6.03.0011 (-) Transferência para consumo

1.1.6.04 Materiais de embalagem
1.1.6.04.0001 Estoque inicial
1.1.6.04.0002 Compras
1.1.6.04.0003 Fretes, carretos e seguros
1.1.6.04.0004 ICMS - Substituição Tributária
1.1.6.04.0005 ICMS - Antecipado
1.1.6.04.0006 (-) Devoluções de Compras
1.1.6.04.0007 (-) ICMS sobre Compras
1.1.6.04.0008 (-) PIS sobre Compras
1.1.6.04.0009 (-) COFINS sobre Compras
1.1.6.04.0010 (-) IPI sobre compras
1.1.6.04.0011 (-) Transferência para consumo

(...)
Fonte: autoria própria


Saudações

Prof. Ricardo
Professor público de matemática
Contador
Fábio Henrique Catelani Ferreguti

Fábio Henrique Catelani Ferreguti

Prata DIVISÃO 3, Não Informado
há 13 anos Quarta-Feira | 22 dezembro 2010 | 16:47

1 - Contabilização da NF de entrada:
D) Compras de Mercadorias ou Estoques de Mercadorias
C) Caixa, Bancos ou Fornecedores
R$ 1.100,00

2 - Deslocando os impostos a recuperar:
D) ICMS a Recuperar
C) Compras de Mercadorias ou Estoques de Mercadorias
R$ 180,00

D) PIS a Recuperar
C) Compras de Mercadorias ou Estoques de Mercadorias
R$ 16,50

D) COFINS a Recuperar
C) Compras de Mercadorias ou Estoques de Mercadorias
R$ 76,00

D) IPI a Recuperar
C) Compras de Mercadorias ou Estoques de Mercadorias
R$ 100,00


Desculpe em estar sendo inconveniente Ricardo, porem vejo que você tem uma vasta experiencia no assunto, diferente de mim, porem, no caso citado por você acima temos:
Na conta de "compras de marcadorias ou estoque" = 1.100,00 Porem, ao você se creditar de icms pis cofins e ipi você diminui o valor dessa compra para 727,50

Por que esse raciocinio ?

Fábio Henrique Catelani Ferreguti
Ricardo C. Gimenez
Moderador

Ricardo C. Gimenez

Moderador , Assessor(a) Contabilidade
há 13 anos Quarta-Feira | 22 dezembro 2010 | 17:37

Boa tarde, Fábio Henrique


Observemos que 1.100,00 foi o valor total da Nota Fiscal de venda, o que não significa que este tenha sido o valor líquido dos produtos, porque os estoques são controlados pelos valores de custo das mercadorias.

Aprofundando o exemplo de minha postagem anterior, suponhamos que foram adquiridos 20 produtos iguais ao valor unitário de R$ 50,00, ocasionando a emissão de uma nota fiscal com um subtotal de R$ 1.000,00, que acrescida ao IPI de 10% chegou ao total geral de R$ 1.100,00.

Portanto, fora o IPI destacado de R$ 100,00 (imposto por fora), há também os impostos embutidos já relacionados anteriormente, que ao equacionar os valores citados teríamos a seguinte situação:

Total da Nota: 1.100,00
(-) IPI Faturado: 100,00
(=) Custo Bruto dos produtos: 1.000,00
(-) ICMS: 180,00
(-) PIS: 16,50
(-) COFINS: 76,00
(=) Custo Líquido dos produtos: 727,50

Custo unitário dos produtos: R$ 36,375 (727,50 : 20) (método PEPS)

Analisando estes cálculos e adotando as práticas contábeis geralmente aceitas, considerando que o controle de estoques deve ser com base no custo líquido dos bens, conclui-se que somente com base nestes lançamentos de deslocamento (ou estorno) na postagem anterior demonstrados é que será possível contabilmente obter estes valores em debate.


Saudações

Prof. Ricardo
Professor público de matemática
Contador
erlanfranck

Erlanfranck

Bronze DIVISÃO 2, Analista Contabilidade
há 12 anos Quarta-Feira | 16 novembro 2011 | 16:17

Olá,

No exemplo do Claudio Rufino no inicio:


"Por exemplo, uma venda de mercadorias por R$ 5.000,00 mais 10% de IPI seria assim contabilizada:

D - Caixa/Bancos c/ Movimento ou Clientes (AC) R$ 5.500,00
C - Receita de Vendas (CR) R$ 5.000,00
C - IPI a Recolher (PC) R$ 500,00"

É como se repassássemos o IPI para o governo que recebemos do cliente, é isso?

Não seria uma conta redutora da receita ?

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