Abrir ou não abrir um escritório?- Eis a questão!

Olá colegas.

Trabalho em escritório de contabilidade há uns 7 anos, e sempre tive vontade de empreender. Tenho uma pequena empresa de filmagem, que me rende um pouquinho quando as coisas apertam em casa.

A questão é, moro em cidade pequena (12 mil hab.) e já possui 3 escritórios, não consigo vencer o medo de abrir o meu, medo este de não conseguir clientes...

A filmagem seria um plano B (e já está em operação) caso as coisas não fluíssem, estou realmente desmotivado com a contabilidade desvalorizada, então pensei que seria pelo menos mais "gratificante" caminhar na "adrenalina" de ser empreendedor...

Caro colega, passei por isso, trabalhava como funcionário de empresas , tinha sempre cargo de chefia, e dava aulas, para inteirar os gastos, era bem preparado, fiz diversos cursos apos a faculdade, mas como tinha filhos menores, fui levando, pois meu salario era relativamente bom. Que fiz eu, criei uma planilha e fui cavando clientes, aos poucos, os mais simples possíveis, e lançava na minha planilha a renda obtida com os mesmos. Muito bem fui comparando a evolução dela, quando atingiu 50% que ganhava como professor, parei de dar aulas e me desdobrei em aumentar a cliente-la, mas não deixava o emprego. O mesmo raciocínio da planilha , apliquei comparando com o salario, quando atingiu os 50%, propus a meu empregador, trabalhar somente meio expediente, e reduziria o salario proporcionalmente, ele concordou, e assim fiz, resumindo, quando os números empataram, fiz outra proposta ao empregador, extinção do contrato de trabalho, e ele passaria a ser mais um cliente na minha carteira. Foi ai que dei o pulo do gato, passei a ter uma renda justa, e fui fazendo meu pe de meia ate hoje.
Mas fazer isso em uma cidade pequena e dificílimo, na minha opinião, procure outros nichos de negócios, pois ate para você se qualificar para ser um bom contador, e ganhar bem, no interior e quase impossível. Parabéns por se aconselhar, não faça nada sem uma boa avaliação, pessoal e de terceiros que o amam.
Sds. Ribeiro

Muito obrigado Manoel!

Que história incrível! A ideia de meio expediente já passou pela minha cabeça também, para me dedicar as filmagens e tentar tornar esta a atividade principal, mas filmagem não é nada garantido e vezes fico até 3 meses sem prestar o serviço. Creio que se dedicasse integralmente conseguiria melhores resultados, mas quando se tem filhos, tudo é um risco maior que o normal.

UMA SEGUNDA IDEIA, como meu patrão atual está se aposentando, eu estou pesquisando uma forma de propor algo que me pudesse "prestar serviço" para alguns dos clientes dele. Jamais usar de falta de ética profissional, mas uma espécie de arrendamento, como ele em breve vai "parar" eu queria estudar uma forma de propor para ele de ASSUMIR os clientes dele, de uma forma coerente.

Vocês tem alguma ideia de como fazer isso? O que propor?

Wiliam Rosendo, bom dia!

Complementando a experiência e o papo, quero dizer que fiz isso recentemente.

Trabalhei 12 anos e meio em um escritório de contabilidade, sendo o último ano como sócio (tinha pedido para sair e me ofereceram uma parte da sociedade). Mas tinha planos e vontades que gostaria de implantar mas que ali não permitiam. Sai e em maio/2015 montei meu escritório. O começo foi dificílimo. Muitos que disseram que viriam comigo não vieram (fui alertado disso na época mas estava empolgado... rsrs). A diferença é que não tinha outra renda. Minha esposa não trabalhava e estava vindo meu segundo filho.

Aluguei sala, tinha pouca reserva financeira e comecei com apenas 4 clientes (pequenos). Quase desisti no começo. Passei apuros. Mas contabilidade é um serviço 'à longo prazo'. Começa com um que indica para outro, que passa para outro e assim vai. Hoje graças a Deus tenho mais de 30 clientes. E nos últimos meses tenho tido um crescimento e um feedback muito bacana.

A diferença é que estou em uma cidade grande. E isso muda muito o cenário, mas a crise que o Brasil está me ajudou. Clientes que pagavam muito caro em grandes escritórios ou que se sentiam 'só mais um', fizeram um orçamento e vieram comigo. Mas muitos ficaram torcendo o nariz pois eu era novo (e até alguns que vieram).

Se esse é o seu sonho faça sim. Eu não me arrependo. Saí de uma situação confortável (mas estagnada) para arriscar em algo meu. Ainda não estou consolidado financeiramente, mas fico feliz quando alguém indica meus serviços. Até o momento não perdi nenhum cliente (a não ser uns dois que fecharam) por causa dos serviços. É bacana, mas planejar é a base.

Talvez começar em casa, com poucos clientes. Simples que não necessitem de muita assistência é o caminho.

Algumas dicas que passo:
- Cliente não troca contador como troca de supermercado. Muitos falam que vem, mas não vêm.
- O crescimento é lento e publicidade faz menos efeito em nossa atividade que em outras (a não ser MUITA publicidade). Ninguém contrata um contador pois viu um panfleto por exemplo.
- Indicações, amigos e clientes são a principal parcela de seu crescimento e para angariar novos clientes.
- Você está correto. Planeje bem sua renda. Em épocas de crise, para angariar novos clientes e eles vendo que você está começando normalmente a negociação tem a ver com o valor (redução de honorários).
- Há clientes diferentes e isso pesa no seu início. Se você optar por não ter carga completa de trabalho no escritório ou dividir suas atividades deixe isso claro para o cliente. Alguns por necessidade precisam de um atendimento rápido. Principalmente os com bastante funcionários ou com grande volumes de venda. As vezes um prestador de serviço não tem essa urgência no serviço.
- Como disse o fato de você ser novo e ter pouca estrutura (inicial) pode fazer alguns clientes que estão acostumados com escritórios maiores torcerem o nariz.

Espero ter ajudado você. A ideia foi apontar dificuldades para ajudar o planejamento. Mas incentivo muito isso.

Boa sorte.

Parabéns Zanon, por sua esposiçao, que foi ótima pois você , seguiu um planejamento diferente do meu, correu mais riscos e apertos, confirmo todas essas suas afirmações. E nos dois reconhecemos que para nosso colega o que esta pegando e ser uma cidade pequena. Quanto a torcer nariz e assim mesmo, por isso quando tiver uma entrevista com um pretenso cliente, e bom se preparar, com cuidados pessoais de sua apresentação, colocar um terno , uma gravata, barba bem feita etc. e ter papo , pois ai e que ele vai avaliar sua cultura e preparação. Propaganda se possível um site, um boletim, e um Blog, se optar por um blog, manter ele em dia sempre. Participar de eventos de voluntariado, sempre que possível, cartão de contador sempre no bolso e na messa. Muito trabalho e estudo de atualização.
Sds. Ribeiro - Quanto ao seu patrão, proponha comprar a carteira dele, ja que ele vai se aposentar.Apesar de que sou aposentado ha 20 anos mas continuo, pois gosto muito do que faço.

Obrigado Danilo e Manoel!

Danilo, seu exemplo é muito animador! De fato, o que ofusca aqui é ser cidade pequena. De qualquer forma, sonho em ser empreendedor em tempo integral, pois sinto-me preso (no momento), e não tem preço a adrenalina de obter retorno com seu próprio esforço.

Quando recebo pelo serviço de filmagem, somado ao salário emocional, da gratidão das noivas, vejo sentido no que faço.
Quando recebo meu salário do emprego fixo, (bom salário, agradeço a Deus todo dia) mas não encontro "tanta" motivação assim.

De alguma forma, chega um momento que a gente quer "ser o dono das ideias" e aplicá-las.

Vou continuar planejando...E se Deus quiser, sempre de forma honesta e coerente, conseguirei empreender.