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Difal nas operações com Redução da BC

Bruno dos Santos Teixeira

Bruno dos Santos Teixeira

Bronze DIVISÃO 3 , Analista Fiscal
há 6 anos Terça-Feira | 22 janeiro 2019 | 08:47

Boa tarde!

Estou com dúvida na seguinte situação:

Venda de Carne destinada à não contribuinte do ICMS.

Estado de origem: GO
Estado de Destino: DF

A alíquota da operação interestadual é 12%.

A alíquota da operação interna no DF é 18%. Porém, conforme lei Distrital nº 5.745/2016, as carnes possuem redução da Base de cálculo para 7%.

Minha dúvida é:

Se a operação interestadual tem carga de 12% e a operação interna tem carga de 7%, o DIFAL deverá ser calculado normalmente nesta operação?

Existe um embasamento legal para este caso?

Desde já obrigado!

Bruno dos Santos Teixeira

Bruno dos Santos Teixeira

Bronze DIVISÃO 3 , Analista Fiscal
há 6 anos Terça-Feira | 22 janeiro 2019 | 14:32

Boa tarde José!


Prezado, poderíamos aprofundar um pouquinho mais?

Tendo em vista que o DIFAL é justamente a diferença da alíquota interna do produto, quando o mesmo possui um benefício de redução, essa diferença de alíquota não deixa de existir?

Acerca disso, estou procurando entender melhor o CONVÊNIO ICMS 153/2015.

Att.

José Renato Rodrigues

José Renato Rodrigues

Prata DIVISÃO 2 , Analista Fiscal
há 6 anos Quarta-Feira | 23 janeiro 2019 | 14:46

desculpa, me confundi com estado que concedeu o beneficio

a regra é a seguinte:

1. Se não há convenio nem benefícios segue conforme alíquotas interestadual e interna

2. se há existe convenio entre os estados, segue o convenio para efetuar o calculo

3. Se há beneficio no estado de Origem apenas, segue conforme alíquotas interestadual e interna e esquece o beneficio

4. Se há benefício no estado de destino, considera o beneficio do estado de destino.
(em resumo se o valor do benéfico for menor do que o valor da alíquota interestadual - NÃO HÁ DIFAL)

dê uma olhada nesse post

A LC 24/75 determina que benefícios fiscais no âmbito do ICMS serão concedidos mediante celebração de Convênio entre os Estados, após decisão unânime daqueles que se fizerem representados em reunião do CONFAZ.

Então é "simples": se existe Convênio em que os Estados envolvidos na operação/prestação interestadual destinada a consumidor final não contribuinte concedam isenção ou redução de base de cálculo (RBC) basta "considerar" esse benefício no cálculo do DIFAL. Tranquilo?

Mais ou menos. Depende se o benefício concedido é no Estado de destino ou no Estado de origem...

O Conv. ICMS 153/15 determina que se o Estado de destino concede isenção ou RBC na operação/prestação interna com a mercadoria/serviço objeto da operação/prestação interestadual, esse benefício deve ser levado à conta do cálculo do DIFAL devido ao Estado de destino.

Por exemplo, um contribuinte do AM efetua uma venda de mercadoria para um consumidor final não contribuinte localizado em SP. O valor da operação é de R$ 10 mil. Nas operações internas com essa mercadoria, SP concede uma RBC de 22,22% de forma que a carga tributária corresponda a 14% (alíquota interna modal de 18%). O cálculo do DIFAL devido deve considerar a tributação efetiva nas operações internas no Estado de destino:

ICMS DIFAL = ICMS destino - ICMS origem

ICMS DIFAL = (10.000 x 14%) - (10.000 x 12%)

ICMS DIFAL = 1.400 - 1.200

ICMS DIFAL = 200

Mas e se a operação interna em SP for beneficiada por isenção? Então o contribuinte do AM vai virar "credor" de SP, já que:

ICMS DIFAL = (10.000 x 0) - 1.200 = -1.200 (?)

Claro que não, senhores. Nesse caso simplesmente não é devido o DIFAL ao Estado de destino.

E no caso do benefício fiscal ser concedido pelo Estado de origem, o tratamento deve ser o mesmo? R: Não.

O Conv. ICMS 153/15 determina que caso o Estado de origem conceda RBC ou isenção para operação/prestação o DIFAL devido ao Estado de destino será calculado adotando-se a alíquota interestadual fixada pelo Senado Federal (4%, 7% ou 12%). Ou seja, deve ser desconsiderada a tributação efetiva no Estado de origem e se trabalhar com a "alíquota nominal" prevista para operação/prestação interestadual.

Para exemplificar, consideremos que um contribuinte do AM efetua uma venda de mercadoria para um consumidor final não contribuinte localizado em SP. O valor da operação é de R$ 10 mil. O AM concede uma RBC de forma que a carga tributária corresponda a 7%. "A princípio", nos termos do Conv. ICMS 153/15, o cálculo do DIFAL devido a SP deve considerar a alíquota interestadual nominal de 12% (fixada pelo Senado), e não a carga tributária efetiva no AM (7%):

ICMS DIFAL = ICMS destino - ICMS origem

ICMS DIFAL = (10.000 x 18%) - (10.000 x 12%)

ICMS DIFAL = 1.800 - 1.200

ICMS DIFAL = 600

E por que "a princípio" deve ser assim? (hora de polemizar um pouquinho...)

Porque a redação do Conv. ICMS 153/15 traz a expressão "[...] autorizados por meio de convênios ICMS com base na Lei Complementar nº 24 [...]". Pois bem.

Acontece que os benefícios fiscais concedidos pelo AM às indústrias instaladas na ZFM não necessitam de Convênio autorizativo aprovado pelos demais Estados. É exceção prevista na LC 24/75 (art. 15) e ratificada por decisões do Supremo Tribunal Federal (ADI 310, p. ex.).

Então, nesse caso, nas saídas interestaduais do AM que ensejam a cobrança do DIFAL, deve ser considerada a tributação efetiva, no caso de isenção ou RBC concedida às indústrias incentivadas, já que não existe (e não precisa) de Convênio?

Bem, em meu (talvez confuso) entendimento, o fato do AM prescindir de Convênio autorizativo para conceder benefícios de isenção ou RBC é uma exceção que não invalida a regra do Conv. ICMS 153/15, devendo sim ser observada a alíquota interestadual fixada pelo Senado para as operações/prestações interestaduais.

Isso porque, entendo eu, que o ponto a ser observado não é a existência ou não do Convênio autorizativo, e sim o cumprimento do rito previsto na LC 24/75, que estabelece a aprovação de Convênio para concessão de benefícios fiscais por outros Estados, sendo dispensada no caso do AM, mas com o devido amparo da própria lei complementar.

Dessa forma, em uma saída de indústria incentivada do AM destinada a consumidor final não contribuinte localizado em outro Estado e amparada por um benefício de RBC com carga tributária equivalente a 7% do valor da operação, deve (em meu entendimento) ser considerada no cálculo do DIFAL a alíquota interestadual de 12%.

Ressalto: no cálculo do ICMS DIFAL será considerada a alíquota interestadual nominal. O imposto da operação própria, a ser levado a débito da apuração do AM, será sempre o equivalente à carga tributária efetiva.







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