Legislação Comercial
INFORMAÇÃO
OUTROS ASSUNTOS FEDERAIS
AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES
AQUAVIÁRIOS ANTAQ
AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES
TERRESTRES ANTT
Criação
TRANSPORTE
Normas Gerais
A Lei 10.233, de 5-6-2001, publicada na página 1 do DO-U, Seção 1-E, de
6-6-2001, dispõe sobre a reestruturação dos transportes aquaviário e terrestre,
cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte (CONIT),
a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Agência Nacional
de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e o Departamento Nacional de Infra-Estrutura
de Transportes (DNIT).
A seguir, destacamos os artigos da Lei 10.233/2001 de maior relevância
para os nossos assinantes:
Art. 1º. Constituem o objeto desta Lei:
I criar o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte;
II dispor sobre a ordenação dos transportes aquaviário e terrestre, nos
termos do art. 178 da Constituição Federal, reorganizando o gerenciamento
do Sistema Federal de Viação e regulando a prestação de serviços de transporte;
III criar a Agência Nacional de Transportes Terrestres;
IV criar a Agência Nacional de Transportes Aquaviários;
V criar o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes.
..........................................................................................................................................................................................
Art. 12. Constituem diretrizes gerais do gerenciamento da infra-estrutura
e da operação dos transportes aquaviário e terrestre:
I descentralizar as ações, sempre que possível, promovendo sua transferência
a outras entidades públicas, mediante convênios de delegação, ou a empresas
públicas ou privadas, mediante outorgas de autorização, concessão ou permissão,
conforme dispõe o inciso XII do art. 21 da Constituição Federal;
..........................................................................................................................................................................................
Art. 13. As outorgas a que se refere o inciso I do art. 12 serão realizadas
sob a forma de:
I concessão, quando se tratar de exploração de infra-estrutura de transporte
público, precedida ou não de obra pública, e de prestação de serviços de
transporte associados à exploração da infra-estrutura;
..........................................................................................................................................................................................
Art. 14. O disposto no art. 13 aplica-se segundo as diretrizes:
I depende de concessão:
a) a exploração das ferrovias, das rodovias, das vias navegáveis e dos
portos organizados que compõem a infra-estrutura do Sistema Nacional de
Viação;
b) o transporte ferroviário de passageiros e cargas associado à exploração
da infra-estrutura ferroviária;
..........................................................................................................................................................................................
III depende de autorização:
..........................................................................................................................................................................................
b) o transporte rodoviário de passageiros, sob regime de afretamento;
c) a construção e operação de terminais portuários privativos;
..........................................................................................................................................................................................
§ 1º As outorgas de concessão ou permissão serão sempre precedidas de licitação,
conforme prescreve o art. 175 da Constituição Federal.
§ 2º É vedada a prestação de serviços de transporte coletivo de passageiros,
de qualquer natureza, que não tenham sido autorizados, concedidos ou permitidos
pela autoridade competente.
§ 3º As outorgas de concessão a que se refere o inciso I do art. 13 poderão
estar vinculadas a contratos de arrendamento de ativos e a contratos de
construção, com cláusula de reversão ao patrimônio da União.
..........................................................................................................................................................................................
Art. 20. São objetivos das Agências Nacionais de Regulação dos Transportes
Terrestre e Aquaviário:
I implementar, em suas respectivas esferas de atuação, as políticas formuladas
pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte e pelo
Ministério dos Transportes, segundo os princípios e diretrizes estabelecidos
nesta Lei;
II regular ou supervisionar, em suas respectivas esferas e atribuições,
as atividades de prestação de serviços e de exploração da infra-estrutura
de transportes, exercidas por terceiros, com vistas a:
a) garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a padrões
de eficiência, segurança, conforto, regularidade, pontualidade e modicidade
nos fretes e tarifas;
b) harmonizar, preservado o interesse público, os objetivos dos usuários,
das empresas concessionárias, permissionárias, autorizadas e arrendatárias,
e de entidades delegadas, arbitrando conflitos de interesses e impedindo
situações que configurem competição imperfeita ou infração da ordem econômica.
Art. 21. Ficam instituídas a Agência Nacional de Transportes Terrestres
ANTT e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários ANTAQ, entidades
integrantes da Administração Federal indireta, submetidas ao regime autárquico
especial e vinculadas ao Ministério dos Transportes, nos termos desta Lei.
..........................................................................................................................................................................................
Art. 29. Somente poderão obter autorização, concessão ou permissão para
prestação de serviços e para exploração das infra-estruturas de transporte
doméstico pelos meios aquaviário e terrestre as empresas ou entidades constituídas
sob as leis brasileiras, com sede e administração no País, e que atendam
aos requisitos técnicos, econômicos e jurídicos estabelecidos pela respectiva
Agência.
Art. 30. É permitida a transferência da titularidade das outorgas de autorização,
concessão ou permissão, preservando-se seu objeto e as condições contratuais,
desde que o novo titular atenda aos requisitos a que se refere o art. 29.
§ 1º A transferência da titularidade da outorga só poderá ocorrer mediante
prévia e expressa autorização da respectiva Agência de Regulação, observado
o disposto na alínea b do inciso II do art. 20.
§ 2º Para o cumprimento do disposto no caput e no § 1º, serão também consideradas
como transferência de titularidade as transformações societárias decorrentes
de cisão, fusão, incorporação e formação de consórcio de empresas concessionárias,
permissionárias ou autorizadas.
Art. 31. A Agência, ao tomar conhecimento de fato que configure ou possa
configurar infração da ordem econômica, deverá comunicá-lo ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica - CADE, à Secretaria de Direito Econômico
do Ministério da Justiça ou à Secretaria de Acompanhamento Econômico do
Ministério da Fazenda, conforme o caso.
Art. 32. As Agências acompanharão as atividades dos operadores estrangeiros
que atuam no transporte internacional com o Brasil, visando a identificar
práticas operacionais, legislações e procedimentos, adotados em outros
países, que restrinjam ou conflitem com regulamentos e acordos internacionais
firmados pelo Brasil.
§ 1º Para os fins do disposto no caput, a Agência poderá solicitar esclarecimentos
e informações e, ainda, citar os agentes e representantes legais dos operadores
que estejam sob análise.
§ 2º Identificada a existência de legislação, procedimento ou prática prejudiciais
aos interesses nacionais, a Agência instruirá o processo respectivo e proporá,
ou aplicará, conforme o caso, sanções, na forma prevista na legislação
brasileira e nos regulamentos e acordos internacionais.
..........................................................................................................................................................................................
Art. 35. O contrato de concessão deverá refletir fielmente as condições
do edital e da proposta vencedora e terá como cláusulas essenciais as relativas
a:
I definições do objeto da concessão;
II prazo de vigência da concessão e condições para sua prorrogação;
III modo, forma e condições de exploração da infra-estrutura e da prestação
dos serviços, inclusive quanto à segurança das populações e à preservação
do meio ambiente;
IV deveres relativos a exploração da infra-estrutura e prestação dos
serviços, incluindo os programas de trabalho, o volume dos investimentos
e os cronogramas de execução;
V obrigações dos concessionários quanto às participações governamentais
e ao valor devido pela outorga, se for o caso;
VI garantias a serem prestadas pelo concessionário quanto ao cumprimento
do contrato, inclusive quanto à realização dos investimentos ajustados;
VII tarifas;
VIII critérios para reajuste e revisão das tarifas;
IX receitas complementares ou acessórias e receitas provenientes de projetos
associados;
X direitos, garantias e obrigações dos usuários, da Agência e do concessionário;
XI critérios para reversibilidade de ativos;
XII procedimentos e responsabilidades relativos à declaração de utilidade
pública, para fins de desapropriação ou instituição de servidão, de bens
imóveis necessários à prestação do serviço ou execução de obra pública;
XIII procedimentos para acompanhamento e fiscalização das atividades
concedidas e para auditoria do contrato;
XIV obrigatoriedade de o concessionário fornecer à Agência relatórios,
dados e informações relativas às atividades desenvolvidas;
XV procedimentos relacionados com a transferência da titularidade do
contrato, conforme o disposto no art. 30;
XVI regras sobre solução de controvérsias relacionadas com o contrato
e sua execução, inclusive a conciliação e a arbitragem;
XVII sanções de advertência, multa e suspensão da vigência do contrato
e regras para sua aplicação, em função da natureza, da gravidade e da reincidência
da infração;
XVIII casos de rescisão, caducidade, cassação, anulação e extinção do
contrato, de intervenção ou encampação, e casos de declaração de inidoneidade.
§ 1º Os critérios para revisão das tarifas a que se refere o inciso VIII
do caput deverão considerar:
a) os aspectos relativos a redução ou desconto de tarifas;
b) a transferência aos usuários de perdas ou ganhos econômicos decorrentes
de fatores que afetem custos e receitas e que não dependam do desempenho
e da responsabilidade do concessionário.
§ 2º A sanção de multa a que se refere o inciso XVII do caput poderá ser
aplicada isoladamente ou em conjunto com outras sanções e terá valores
estabelecidos em regulamento aprovado pela Diretoria da Agência, obedecidos
os limites previstos em legislação específica.
§ 3º A ocorrência de infração grave que implicar sanção prevista no inciso
XVIII do caput será apurada em processo regular, instaurado na forma do
regulamento, garantindo-se a prévia e ampla defesa ao interessado.
§ 4º O contrato será publicado por extrato, no Diário Oficial da União,
como condição de sua eficácia.
..........................................................................................................................................................................................
Art. 37. O contrato estabelecerá que o concessionário estará obrigado a:
I adotar, em todas as suas operações, as medidas necessárias para a conservação
dos recursos naturais, para a segurança das pessoas e dos equipamentos
e para a preservação do meio ambiente;
II responsabilizar-se civilmente pelos atos de seus prepostos e indenizar
todos e quaisquer danos decorrentes das atividades contratadas, devendo
ressarcir à Agência ou à União os ônus que estas venham a suportar em conseqüência
de eventuais demandas motivadas por atos de responsabilidade do concessionário;
III adotar as melhores práticas de execução de projetos e obras e de
prestação de serviços, segundo normas e procedimentos técnicos e científicos
pertinentes, utilizando, sempre que possível, equipamentos e processos
recomendados pela melhor tecnologia aplicada ao setor.
Art. 38. As permissões a serem outorgadas pela ANTT e pela ANTAQ aplicar-se-ão
à prestação regular de serviços de transporte de passageiros que independam
da exploração da infra-estrutura utilizada e não tenham caráter de exclusividade
ao longo das rotas percorridas, devendo também ser precedidas de licitação
regida por regulamento próprio, aprovado pela Diretoria da Agência, e pelo
respectivo edital.
§ 1º O edital de licitação obedecerá igualmente às prescrições do § 1º
e dos incisos II a V do § 2º do art. 34.
§ 2º O edital de licitação indicará obrigatoriamente:
I o objeto da permissão;
II o prazo de vigência e as condições para prorrogação da permissão;
III o modo, a forma e as condições de adaptação da prestação dos serviços
à evolução da demanda;
IV as características essenciais e a qualidade da frota a ser utilizada;
e
V as exigências de prestação de serviços adequados.
Art. 39. O contrato de permissão deverá refletir fielmente as condições
do edital e da proposta vencedora e terá como cláusulas essenciais as relativas
a:
I objeto da permissão, definindo-se as rotas e itinerários;
II prazo de vigência e condições para sua prorrogação;
III modo, forma e condições de prestação dos serviços, em função da evolução
da demanda;
IV obrigações dos permissionários quanto às participações governamentais
e ao valor devido pela outorga, se for o caso;
V tarifas;
VI critérios para reajuste e revisão de tarifas;
VII direitos, garantias e obrigações dos usuários, da Agência e do permissionário;
VIII procedimentos para acompanhamento e fiscalização das atividades
permitidas e para auditoria do contrato;
IX obrigatoriedade de o permissionário fornecer à Agência relatórios,
dados e informações relativas às atividades desenvolvidas;
X procedimentos relacionados com a transferência da titularidade do contrato,
conforme o disposto no art. 30;
XI regras sobre solução de controvérsias relacionadas com o contrato
e sua execução, incluindo conciliação e arbitragem;
XII sanções de advertência, multa e suspensão da vigência do contrato
e regras para sua aplicação, em função da natureza, da gravidade e da reincidência
da infração;
XIII casos de rescisão, caducidade, cassação, anulação e extinção do
contrato, de intervenção ou encampação, e casos de declaração de inidoneidade.
§ 1º Os critérios a que se refere o inciso VI do caput deverão considerar:
a) os aspectos relativos a redução ou desconto de tarifas;
b) a transferência aos usuários de perdas ou ganhos econômicos decorrentes
de fatores que afetem custos e receitas e que não dependam do desempenho
e da responsabilidade do concessionário.
§ 2º A sanção de multa a que se refere o inciso XII do caput poderá ser
aplicada isoladamente ou em conjunto com outras sanções e terá valores
estabelecidos em regulamento aprovado pela Diretoria da Agência, obedecidos
os limites previstos em legislação específica.
§ 3º A ocorrência de infração grave que implicar sanção prevista no inciso
XIII do caput será apurada em processo regular, instaurado na forma do
regulamento, garantindo-se a prévia e ampla defesa ao interessado.
§ 4º O contrato será publicado por extrato, no Diário Oficial da União,
como condição de sua eficácia.
..........................................................................................................................................................................................
Art. 41. Em função da evolução da demanda, a Agência poderá autorizar a
utilização de equipamentos de maior capacidade e novas freqüências e horários,
nos termos da permissão outorgada, conforme estabelece o inciso III do
§ 2º do art. 38.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 42. O contrato estabelecerá que o permissionário estará obrigado a:
I adotar, em todas as suas operações, as medidas necessárias para a segurança
das pessoas e dos equipamentos e para a preservação do meio ambiente;
II responsabilizar-se civilmente pelos atos de seus prepostos e indenizar
todos e quaisquer danos decorrentes das atividades contratadas, devendo
ressarcir à Agência ou à União os ônus que venham a suportar em conseqüência
de eventuais demandas motivadas por atos de responsabilidade do permissionário;
III adotar as melhores práticas de prestação de serviços, segundo normas
e procedimentos técnicos e científicos pertinentes, utilizando, sempre
que possível, equipamentos e processos recomendados pela melhor tecnologia
aplicada ao setor.
Art. 43. A autorização aplica-se segundo as diretrizes estabelecidas nos
arts. 13 e 14 e apresenta as seguintes características:
I independe de licitação;
II é exercida em liberdade de preços dos serviços, tarifas e fretes,
e em ambiente de livre e aberta competição;
III não prevê prazo de vigência ou termo final, extinguindo-se pela sua
plena eficácia, por renúncia, anulação ou cassação.
Art. 44. A autorização será disciplinada em regulamento próprio pela Agência
e será outorgada mediante termo que indicará:
I o objeto da autorização;
II as condições para sua adequação às finalidades de atendimento ao interesse
público, à segurança das populações e à preservação do meio ambiente;
III as condições para anulação ou cassação;
IV as condições para a transferência de sua titularidade, segundo o disposto
no art. 30.
Art. 45. Os preços dos serviços autorizados serão livres, reprimindo-se
toda prática prejudicial à competição, bem como o abuso do poder econômico,
adotando-se nestes casos as providências previstas no art. 31.
Art. 46. As autorizações para prestação de serviços de transporte internacional
de cargas obedecerão ao disposto nos tratados, convenções e outros instrumentos
internacionais de que o Brasil é signatário, nos acordos entre os respectivos
países e nas regulamentações complementares das Agências.
Art. 47. A empresa autorizada não terá direito adquirido à permanência
das condições vigentes quando da outorga da autorização ou do início das
atividades, devendo observar as novas condições impostas por lei e pela
regulamentação, que lhe fixará prazo suficiente para adaptação.
Art. 48. Em caso de perda das condições indispensáveis ao cumprimento do
objeto da autorização, ou de sua transferência irregular, a Agência extingui-la-á
mediante cassação.
Art. 49. É facultado à Agência autorizar a prestação de serviços de transporte
sujeitos a outras formas de outorga, em caráter especial e de emergência.
§ 1º A autorização em caráter de emergência vigorará por prazo máximo e
improrrogável de cento e oitenta dias, não gerando direitos para continuidade
de prestação dos serviços.
§ 2º A liberdade de preços referida no art. 45 não se aplica à autorização
em caráter de emergência, sujeitando-se a empresa autorizada, nesse caso,
ao regime de preços estabelecido pela Agência para as demais outorgas.
Art. 50. As empresas que, na data da instalação da ANTT ou da ANTAQ, forem
detentoras de outorgas expedidas por entidades públicas federais do setor
dos transportes, terão, por meio de novos instrumentos de outorga, seus
direitos ratificados e adaptados ao que dispõem os arts. 13 e 14.
Parágrafo único. Os novos instrumentos de outorga serão aplicados aos mesmos
objetos das outorgas anteriores e serão regidos, no que couber, pelas normas
gerais estabelecidas nas Subseções I, II, III e IV desta Seção (artigos
29 a 49).
..........................................................................................................................................................................................
Art. 123. As disposições desta Lei não alcançam direitos adquiridos, bem
como não invalidam atos legais praticados por quaisquer das entidades da
Administração Pública Federal direta ou indiretamente afetadas, os quais
serão ajustados, no que couber, às novas disposições em vigor.
Art. 124. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
NOTA: O artigo 34, mencionado no § 1º do artigo 38, foi vetado.
O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.
Utilizamos cookies para ajudar a melhorar a sua experiência de utilização. Ao utilizar o website, você confirma que aceita a sua utilização. Conheça a nossa política de utilização de cookies
1999 - 2025 Contábeis ® - Todos os direitos reservados. Política de privacidade