Trabalho e Previdência
CIRCULAR
213 CEF, DE 20-4-2001
(DO-U DE 23-4-2001)
FGTS
CERTIFICADO DE REGULARIDADE
DO FGTS – CRF – Normas
Normas para verificação da regularidade dos empregadores junto
ao FGTS e concessão do Certificado de Regularidade.
Revoga a Circular 204 CEF, de 4-1-2001 (Informativo 02/2001).
A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, na qualidade de Agente Operador do FGTS –Fundo de Garantia do Tempo de Serviço –, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 7º, inciso II, da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e de acordo com o Regulamento Consolidado do FGTS, aprovado pelo Decreto nº 99.684, de 8 de novembro de 1990, e alterado pelo Decreto nº 1.522, de 13 de junho de 1995, e em consonância com a Lei nº 9.012/95, de 30 de março de 1995, baixa a presente instrução disciplinando procedimentos para a verificação da regularidade dos empregadores junto ao FGTS e para a concessão do CRF.
1. DEFINIÇÕES
1.1. Regularidade com o FGTS
1.1.1. Situação própria do empregador que está regular
com suas obrigações junto ao FGTS, tanto no que se refere às
contribuições devidas, quanto a empréstimos lastreados
com recursos originários desse Fundo.
1.2. Certificado de Regularidade do FGTS (CRF)
1.2.1. O CRF, emitido exclusivamente pela CAIXA, é o único documento
que comprova a regularidade do empregador perante o FGTS.
2. UTILIZAÇÕES OBRIGATÓRIAS DO CRF
2.1. A apresentação do CRF é obrigatória nas seguintes
situações:
a) habilitação em licitação promovida por órgãos
da Administração Pública Direta, Indireta ou Fundacional
e por empresas controladas direta ou indiretamente pela União, pelos
Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios;
b) obtenção de empréstimos ou financiamentos junto a quaisquer
instituições financeiras públicas, por parte de órgãos
e entidades da Administração Pública Direta, Indireta ou
Fundacional, bem assim empresas controladas direta ou indiretamente pela União,
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios;
c) obtenção de favores creditícios, isenções,
subsídios, auxílios, outorga ou concessão de serviços
ou quaisquer outros benefícios concedidos por órgão da
Administração Pública Federal, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, salvo quando destinados a saldar débitos
para com o FGTS;
d) transferência de domicílio do empregador para o exterior;
e) registro ou arquivamento, nos órgãos competentes, de alteração
ou distrato de contrato social, de estatuto, ou de qualquer documento que implique
modificação na estrutura jurídica do empregador ou na extinção
da empresa.
2.2. É vedado às instituições oficiais de crédito
conceder empréstimos, financiamentos, dispensa de juros, multa e correção
monetária ou qualquer outro benefício a pessoas jurídicas
em débito com as contribuições para o FGTS.
2.2.1. Os parcelamentos de débitos com as instituições
oficiais de crédito somente serão concedidos mediante a comprovação
da regularidade com o FGTS.
2.3. As pessoas jurídicas em débito com o FGTS não poderão
celebrar contratos de prestação de serviços ou realizar
transação comercial de compra e venda com qualquer órgão
da Administração Direta, Indireta, Autárquica e Fundacional,
bem como participar de concorrência pública.
3. CONFIRMAÇÃO DA AUTENTICIDADE DO CRF
3.1. Na utilização do CRF, para as finalidades legais, os órgãos
e instituições interessadas deverão obrigatoriamente confirmar
a autenticidade do certificado mediante consulta à CAIXA, via Internet
ou em qualquer de suas agências.
3.1.1. Os dados dos CRF emitidos para o empregador serão armazenados
pela CAIXA, sendo disponibilizado na Internet histórico referente aos
últimos 24 meses, para consulta e confirmação de autenticidade.
3.1.1.1. Esse histórico também contemplará a situação
de regularidade apurada na vigência da Circular Caixa 204/2001, respeitado
o limite estabelecido no subitem anterior.
4. CONDIÇÕES PARA A REGULARIDADE
4.1. Para estar regular perante o FGTS o empregador deverá encontrar-se
em dia:
a) com as obrigações com o FGTS, considerando os aspectos financeiro,
cadastral e operacional; e
b) com o pagamento de empréstimos lastreados com recursos do FGTS.
4.2. A verificação da regularidade do FGTS é procedida
pela CAIXA somente para empregadores cadastrados no Sistema do FGTS, identificados
a partir de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC)
ou no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) ou no Cadastro Específico
do INSS (CEI).
4.3. A regularidade das empresas com filiais está condicionada à
regularidade de todos os seus estabelecimentos.
4.3.1. A regularidade da filial está condicionada à regularidade
da matriz e dos demais estabelecimentos da empresa.
4.3.2. No caso de empresas instituídas por lei, autônomas no que
se refere à administração de seus serviços, gestão
dos seus recursos, regime de trabalho e relações empregatícias,
a regularidade de cada estabelecimento pode ser verificada individualmente.
4.3.3. A regularidade da União, Estados/Distrito Federal ou Municípios,
está condicionada à regularidade de todos os órgãos
da Administração Direta por eles mantidos e à da Câmara
Federal, das Assembléias Legislativas, da Câmara Legislativa e
das Câmaras Municipais, respectivamente.
4.3.3.1. A regularidade do órgão da Administração
Direta está condicionada à sua regularidade e à do Poder
ao qual esteja vinculado.
4.3.3.2. Em se tratando de órgão da Administração
Indireta ou Direta com autonomia econômico-financeira, a regularidade
será verificada individualmente, não sendo condicionada à
do Poder ao qual esteja vinculado.
4.4. A regularidade para empregador com acordo de parcelamento ou reparcelamento
em vigor fica também condicionada à adimplência desse em
relação ao acordo e ao pagamento da primeira parcela, quando esta
não estiver vencida.
4.4.1. A antecipação do pagamento da primeira parcela não
se aplica aos acordos cujo prazo de carência esteja em vigor.
5. IMPEDIMENTOS À REGULARIDADE
5.1. São fatores impeditivos à regularidade perante o FGTS:
a) a ausência de recolhimento da contribuição regular;
b) confissão ou declaração de débitos de contribuições
não regularizados por pagamento ou parcelamento;
c) Notificação para Depósito do FGTS (NDFG) e/ou de Notificação
para Recolhimento Rescisório (NDRF), cujo débito apurado tenha
sido julgado procedente ou parcialmente procedente ou cuja defesa tenha sido
intempestiva por parte do empregador;
d) parcelamento de débitos do FGTS em atraso ou valores remanescentes
de parcelamento rescindido;
e) diferenças de recolhimento relativas à remuneração
informada;
f) diferenças no recolhimento de contribuições ao FGTS,
quando realizado em atraso;
g) falta de individualização de valores nas contas dos respectivos
trabalhadores;
h) inconsistências financeiras decorrentes do preenchimento de guia de
recolhimento do FGTS, seja por omissão de dados ou por erro nas informações
apresentadas;
i) inconsistências no cadastro do empregador ou nos dados de seus empregados;
j) inconsistências financeiras ou cadastrais decorrentes de erros nos
procedimentos dos recolhimentos efetivados;
l) dívidas ou parcelas vencidas e não pagas relativas a empréstimos
lastreados com recursos do FGTS.
5.2. Débitos notificados nas situações abaixo não
serão considerados na verificação da regularidade do empregador:
a) sob defesa administrativa tempestiva;
b) sendo discutido em ação anulatória garantida por caução;
ou
c) sob cobrança judicial com embargos, estando o débito garantido
por penhora ou depósito judicial.
5.3. Na impossibilidade de individualização nas contas vinculadas
dos trabalhadores, em razão de caso fortuito ou força maior, fica
a regularidade condicionada a apresentação por parte do empregador
de justificativa formal, acompanhada de cópia de edital de convocação
dos trabalhadores que com ele mantiveram vínculo empregatício
no período pendente de individualização, publicado no jornal
de grande circulação no Estado.
5.4. Os impedimentos à regularidade serão registrados nos sistemas
do FGTS à medida em que forem apurados, ficando disponíveis para
consulta pelo empregador junto às agências da CAIXA.
5.4.1. O empregador pode, preventivamente e a qualquer tempo, consultar a existência
de impedimentos à sua regularidade e promover os acertos, se for o caso,
de forma a garantir sua condição de regularidade.
6. VERIFICAÇÃO DE REGULARIDADE E CONCESSÃO DE CRF
6.1. A verificação da situação do empregador perante
o FGTS será realizada pela CAIXA a partir de consulta via Internet, mediante
leitura dos dados disponíveis nos Sistemas do Fundo de Garantia, no momento
da consulta, sendo, se for o caso, a regularidade da empresa disponibilizada
para fins de certificação.
6.1.1. O empregador em situação regular poderá obter o
certificado, a qualquer tempo, via Internet.
6.1.2. O empregador que não tiver acesso à Internet poderá
dirigir-se a uma agência da CAIXA para a verificação da
regularidade e obtenção do correspondente CRF, se for o caso.
6.3. O empregador cujas informações disponíveis não
sejam suficientes para a apuração da regularidade, não
terá CRF emitido via Internet, devendo dirigir-se a qualquer agência
da CAIXA para obter esclarecimentos e orientações necessárias.
6.4. Havendo impedimentos à regularidade, após a apresentação
pelo empregador dos comprovantes das regularizações, a CAIXA,
no prazo de até 2 dias úteis, avaliará os acertos procedidos
e atualizará os sistemas do FGTS no que for pertinente.
7. PRAZO DE VALIDADE
7.1. O CRF é válido em todo o território nacional pelo
prazo de 30 dias contados da data de sua emissão.
7.2. O CRF poderá ser renovado a partir do décimo dia anterior
ao seu vencimento, desde que atenda as condições necessárias
à regularidade perante o FGTS.
7.2.1. Nesse caso, o empregador poderá ter dois certificados vigentes,
sendo que o anterior e ainda vigente será apresentado no histórico
na Internet, para consulta e verificação de autenticidade, a qualquer
tempo, porém não disponível para impressão, mantidos
todos os seus efeitos legais.
7.3. O CRF emitido por força de instrumento judicial terá validade
de até 30 dias contados de sua emissão ou a determinada no documento
judicial, prevalecendo a que for menor.
7.3.1. Caso o instrumento judicial determine validade maior que 30 dias, o CRF
poderá ser renovado mensal e sucessivamente até o prazo definido
no correspondente documento judicial.
7.3.2. No CRF emitido nessa condição constará a informação
“Emitido em atendimento a determinação judicial”.
7.3.3. O CRF será imediatamente cancelado, no caso de cassação
do instrumento judicial que o determinou.
7.3.3.1. O cancelamento do CRF de qualquer estabelecimento da empresa implica
o cancelamento do CRF de seus demais estabelecimentos.
8. REGRAS DE TRANSIÇÃO
8.2. Fica resguardada a regularidade atestada por meio de certificado concedido
na forma da Circular CAIXA 177/99, de 16 de agosto de 1999.
8.2.1. O empregador nessa situação, poderá obter e/ou renovar
o CRF, mensal e sucessivamente, via Internet ou nas agências da CAIXA,
até a expiração da validade do CRF emitido em conformidade
com a referida Circular, quando então serão aplicados os procedimentos
ora estabelecidos.
8.2.1.1. Ratifica-se que estão em desuso os formulários utilizados
na forma da referida Circular.
9. Não serão utilizados formulários específicos
para a impressão de CRF, devendo ser cumprido o disposto no item 3 e
respectivos subitem desta Circular quanto à confirmação
de autenticidade quando do uso das informações do CRF para as
finalidades legais.
10. Fica revogada a Circular CAIXA nº 204/2001, de 4 de janeiro de 2001
(DO 5 de janeiro de 2001).
11. Esta Circular entra em vigor a partir de sua publicação. (José
Renato Corrêa de Lima – Diretor)
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